- CAPÍTULO TRINTA E NOVE -

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— Ele é meu vizinho.— Digo rindo conversando com Emily, a filha da moça da sorveteria.

— É pior que eu pensava, Lili.— Ela exclama rindo.— Vocês transaram e estão sem se falar por três dias?

— Ele ainda não pulou minha janela, então...— Digo olhando pela janela.— E sua cortina está fechada.

— Ele esta te ignorando.— Ela ri.— Também depois do que você disse.

— Eu não disse nada de mais, Em.— Falo séria.— Eu não queria perder sua amizade, quando estou preocupada as vezes falo sem pensar.

— Bem, essa é minha teoria...— Ela suspira.— Collin está perdidamente apaixonado por você e você está por ele, mas você não sabe lidar com isso e tentou o afastá-lo de algo mais sério com palavras burras, agora ele tenta lidar com isso, te ignorando. Aposto que o que você disse passa em sua cabeça toda noite antes dele dormir.

Fico de boca aberta mas logo depois gargalho.

— Não acho que seja o caso.— Solto uma risadinha.

— Liz! Venha comer e conhecer nosso novo hóspede.— Minha mãe grita do andar de baixo.

— Sua mãe?— Emily pergunta pelo telefone.

— Sim, preciso ir.— Falo.— Depois te mando uma mensagem.

— Ok, tchau Lili.

Desço correndo até a cozinha.

— Esse seu arroz fica divino com essa pimenta.— Um homem loiro, diz sentado à mesa.

— Esse é o descontrolado?— Pergunto chegando ao seu lado.

Não, Liz.

Sem apelidos.

— Liz Carter!— Mamãe exclama se sentando.

— Desculpe, esse é o apelido que eu te dei.— Digo já que não posso voltar a atrás.

— Não é um apelido que me defina tanto mas tudo bem.— Ele sorri para mim.— Meu nome é Tyler.

— É bom saber o nome do cara que vai dormir ao lado do meu quarto.— Começo a me servir.— Mas me diz, ela queria mesmo aumentar o aluguel?

Ele ri batendo a mão na mesa.

— Ela queria aumentar mais duzentos reais.— Ele diz. — Pagar quinhentos reais em uma casa de três cômodos é um roubo.

Arregalo os olhos.

— Puta merda é mesmo, ela queria te enfiar a faca.— Começo a comer.

— Sem palavrões, Liz.— Minha mãe me repreende.

— Você escutou? Quinhentos reais, mãe.— Digo engolindo a comida.— Nem a pau, eu não pagava.

— Pois eu penso o mesmo.— Ele bebe seu suco.— Mas foi apenas uma discussão, seu filho que veio para cima.

Começamos a conversar, pergunto sobre a briga com o filho da dona, da sua antiga casa.

Ele conta tudo e rimos até não poder mais.

Tyler é mesmo um bom garoto.

— Nos vemos amanhã?— Pergunto na porta do meu quarto.

— Eu vou dormir aqui por duas semanas, Liz.— Ele sorri abrindo a porta do quarto de hóspedes. Que será seu quarto agora.— Nos veremos todos os dias.

Dou risada.

— Parece que é verdade. Até de manhã então.— Digo.

— Se você não acordar atrasada.— Ele gargalha.

Começou a me zoar depois que contei de alguns dos meus atrasos.

— Eu não vou te perdoar, Tyler.— Então fechando a porta.

Olho pela janela, a luz do quarto de Collin está acessa mas não tenho coragem de ir até lá.

Não tenho coragem de confronta-lo.

" Querido Collin, Eu sei que sou uma garota complicada, não é preciso me dizer. Estou querendo conversar com você mas não consigo, não consigo ir atrás de você e não sei o que você pensa. Eu amei sentir você, em todo meu corpo e todo meu ser sente sua falta. Desculpe.
PS: Estou indo dormir com sua blusa do homem aranha, que deixou aqui no dia que transou comigo. Na pressa você vestiu somente o moletom."

Deito e olho para o teto por um tempo.

Volte para mim, Collin.

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