- CAPÍTULO QUARENTA E UM-

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Ontem, quarta-feira fui desenhar na parede de Brenna.
Ela ficou extremamente feliz e por sorte Collin havia saído.
Claro que minha cabeça de minhoca ficou pensando nele e a loira.

Mas foquei no desenho da parede de Brenna, ela quer que eu desenhe nas quatro paredes.

Comecei um céu a noite, pintei a parede toda ontem de azul escuro e agora estou começando a fazer a lua.

Nunca tive uma tela tão grande.

Mas já vi muita profundidade apenas nos olhos de Collin.

Merda, pensamentos fofos não!

Eu cobri o chão do quarto com vários jornais, estou vestindo uma roupa velha.

Quando ouço um bater de porta, na frente do quarto. Sei que é o quarto de Collin, aparentemente Brenna não contou que eu viria aqui pintar.

Tento me concentrar e não abrir a porta do quarto e ir até o dele.

Falar umas boas. Respiro fundo e continuo a pintar.

É um pouco difícil com um pincel tão grande. Ainda não sei o motivo de Brenna estar querendo esse quarto decotado mas faço.
Tyler está no trabalho, combinamos de assistir um filme de terror quando ele chegasse.

Me inclino para molhar o pincel quando escuto um, gemido?

Alto e muito claro.

Um gemido fino, não é como os que Collin faz.

Porra, é ela.

Ele está com uma mulher.

Tento engolir a frustração e continuar a pintar.

— Você é um merda Collin Mendes.— Digo baixo parando de pintar a lua.

Não quero errar, meus olhos estão marejados.

Chorar por homem, nunca!

Me sento no jornal e limpo as lágrimas que querem sair.

— Querido, Collin... você é um merda.— Digo sorrindo.— Não esqueça de colocar isso em uma carta, Liz.

Sorrio com minha desgraça e ouço um gemido dela novamente.

— Mais devagarinho...— Ela geme e me levanto indo até a porta.

Não seja tão sentimental.

Me sento perto da porta e coloco o ouvido.

Não vou deixar que ele me veja quando sair.

— Eu gosto de velocidade.— Ele diz e eu escuto os estralos.

Queria muito ele dentro de mim.

Não, Liz. Não seja bipolar por um homem.

Pego meu celular no chão e saio do quarto.

— Volto amanhã no mesmo horário.— Digo a Brenna que está na cozinha fazendo um bolo.

— Não vai ficar para comer o bolo?— Ela escuta os gemidos.— Me desculpa por isso, Liz. Collin está tão estranho ultimamente, ele nunca foi de trazer nenhuma menina para transar em casa, aliás você foi a primeira que entrou no quarto dele.

— Tudo bem.— Digo sorrindo.— Até amanhã.

Saio praticamente correndo para casa.

Tomo um banho xingando o Collin e quando vou até a janela, vejo a sua aberta.

Ele passa colocando a camisa e vejo passar com um livro na mão de volta.

Depois de foder, você lê?

Idiota.

Fecho minha janela e me deito.

Acordo tremendo e suando frio.

Mais um sonho, me levanto correndo até o banheiro. Vomito apenas água.

Pesadelos idiotas, pai idiota, Collin idiota, tudo idiota.

Eu odeio isso.

Xingo Collin enquanto escovo os dentes e desço para comer alguma coisa.

" Estou chegando, prepare a pipoca."

Tyler manda em meu celular.

" Minha mãe vai ficar até as onze dnv?"

Desligo e coloco a panela com pipoca no fogo.

" Sim, apenas nos dois."

Visualizo e depois coloco a pipoca em uma vasilha grande.

Depois de cinco minutos Tyler chega.

— Vou só guardar a bolsa.— Ele beija minha bochecha.— Tomei banho no restaurante.

Tyler está aqui faz alguns dias e já o adoro, ele é parecido comigo.

E temos algo em comum.

Um pai de merda.

Ele me contou da sua infância sofrida, de como passou fome e apanhava junto com seus irmãos.

Ele precisou trabalhar cedo para poder comer e não conheceu sua mãe.

— Comprei refrigerante no caminho.— Ele diz pegando dois copos.— Podemos?

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