- CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS-

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Eu acho que todas fases da nossa vida tem um capítulo.

Mas alguns são menores que os outros, tenho certeza que os capítulos de tristeza do meu livro seria minúsculo, por que eu não me questiono tanto ou compartilho meus sofrimentos.
Apenas xingo e tento me esconder.

Algumas pessoas são livros pequenos, com histórias fáceis e leves.
Alguns são grandes, cheios de tramas e inteligência. Eu queria que minha história fosse uma dessas, mas parece que não.

Meu livro é grande, cheio de pensamentos, dúvidas, palavrões, piadas sem graça, brigas e complicações.

Mas juro que eu tento, tento pensar em tudo mas até o homem mais sábio, erra.
E foi um puta erro me apaixonar por Collin Mendes.

— Eu gosto dele e...?— Estou gesticulando para Tyler as onze da noite.

Ele está com malas prontas no andar de baixo.

— Liz, pense.— Ele coloca a mão em meu rosto.— Você é linda, não estou chateado pela noite passada, eu amei transar com você mas você precisa enxergar certas coisas.

Escuto um som em minha janela mas ignoro.

— Amou mesmo?

— Sim, eu faria isso de novo, de novo e de novo.

— Estou muito satisfeita com sua resposta.— Eu o puxo em um abraço.

Tyler pediu as contas do restaurante e está se mudando para morar com seu irmão em outro estado.

Ele está indo antes do planejado e meu coração dói.

— Eu gosto muito de você, Liz.— Ele diz beijando minha bochecha. — Quando você superar ou não der certo, juro que torço que dê, mas caso ele seja mesmo um cuzão...

— Eu te ligo e você vem correndo?— Sorrio levando ele até a porta.— Eu acho que quero chorar.

— Não, chore.— Ele sorri.— Se ele não for tão bom assim, esqueça ele.

Ele me beija novamente e sai, escuto o barulho de sua moto.

Deito de costas na cama. Tyler foi um bom amigo.

E em pleno sábado estou aqui, deitada.

Emily me ligou para irmos a um barzinho com o namorado dela mas não aceitei.
Não estou no clima para ser vela. Estou sem sono. Então escolho uma sessão de masturbaçao.

Jogo meus cobertores para o chão, tiro meu shorts e abro as pernas.

É ótimo e prático dormir sem calcinha.
Começo a fazer movimentos circulares em meu clitóris. Quando ouço um barulho agudo, na janela.

Collin não é, ele deve estar com a loira dele.

Continuo ignorando o barulho.

Estou melada, desço os dedos até meu centro e trago minha lubrificação para cima. Deixando meu clitóris molhado, fazendo meus dois dedos deslizarem rápido.Faço movimentos mais longos e a janela se abre.

Me afastando o orgasmo.

Collin.

— Liz?— Ele pergunta. Apaguei a luz e estava gemendo.— Podemos conversar?

Não, não é uma boa hora.

— Deixe a luz apagada.— Digo e pego o shorts no chão. Coloco ele rapidamente em cima da cama.— Algum problema?

— Eu só queria saber se você está bem.— Ele deita na minha cama de barriga para cima.

— Estou bem e você?— Pergunto sentada na cama.

— Estou bem.— Ele se levanta.— Eu só não queria que ficasse um clima estranho entre a gente...

— Por que a gente transou?— Digo rapidamente.

— Pelo que você me falou.

— Somos amigos, Collin...

Eu odeio isso.

— Amigos?— Sua voz é entristecida.— Transamos nesse quarto, lembra? Eu falei que te amava e você retribuiu.

— Eu posso amar um amigo, é um eu te amo de amigo.— Explico e escuto seus passos.

— Preciso ver seu rosto.— Ele ascende a luz. Seus olhos azuis estão furiosos, suas bochechas coradas e com óculos.— Não aguento isso, Liz. Você sabe que isso que temos não é só amizade, pensei nisso esses dias todos...

— Com aquela mulher sentando em você?— Meu tom é reprovador.— Claro que pensou.

— E você pensou em mim enquanto transava com o Tyler?— Ele diz seu nome com nojo.

— Como sabe o nome dele?— Questiono me levantando.

— Minha mãe conversou com a sua e sua mãe o elogiou tanto.— Ele faz um careta.— Isso é ridículo.

— Ridículo?

— É, ele flertando com você como se você fosse dele.— Ele nega com a cabeça.

— Eu não sou de ninguém e você não tem o direito de achar nada. E como sabe disso?— Dou alguns passos até estar quase em sua frente.

Ele revira os olhos e arranca o moletom azul.

— Eu estava na janela, pelo visto não escutou minhas pedrinhas.— Ele diz chateado.— Estou chateado...

— Bom, eu também estou, acha que não fiquei quando o vi com aquela loira?— Ando até ele.— Acha que não fiquei com raiva quando ouvi os gemidos dela no seu quarto ou quando ela montou em sua garupa?— Paro em sua frente com o dedo indicador em seu peito.— Não haja como se fosse o único a estar chateado aqui.

— Eu deixei claro desde o começo que gostava de você e você transou comigo e depois veio com história de consumação de amizade?— Ele olha em meus olhos.— Que porra.

— Você nunca disse que gostava de mim.— Tiro o dedo de seu peito mas ele pega e faz minha mão aberta parar bem em cima do seu coração.

— Quando você falou aquelas merdas logo após transarmos, eu fiquei chateado, eu só queria que você sentisse tudo aquilo que eu senti quando entrei em você...— Ele apertou sua mão na minha.— Eu pensei em você todos os dias, transei com outra para te esquecer e mesmo assim chamei seu nome e fiz do jeito que gostamos de fazer juntos, eu deixei outra me abraçar em cima da minha moto por que a sua lembrança nela era dolorida, fechei a minha cortina para não correr o risco de te ver e vir me declarar para você, eu quero você, Liz.

— O que você quer?— Perguntei passando minha mão pelo seu quadril enquanto a outra sentia seu coração acelerar.— Por que eu quero você dentro de mim agora.

Que mudança de comportamento em, Liz.

Porra, me perdoa mas não parei de pensar nesse moleque. Não vou perder a chance de sentar nele.

— Você me quer dentro de você, não posso fazer isso enquanto somos amigos. Quero outro nome para isso. Eu tenho um, qual o seu?— Ele questiona passando seus dedos pelo meu pescoço.

— Lance casual.— Respondo em um sussurro.

— Eu posso me contentar com isso. Por enquanto.— Diz e passa seu polegar em minha garganta.— Diz que podemos fazer isso, agora.

—  Podemos. Agora!— Puxo sua blusa branca de mangas.

Ele a arranca e joga no chão, tirando os óculos e os fechando colocando em cima da blusa.

— Essa é a nossa assinatura de algo casual, de acordo?— Ele puxa meu cabelo, para que eu olhe para ele.

— De acordo.— Digo sorrindo.— Só me foda, forte.

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