- CAPÍTULO SEIS -

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Acordo no banco de trás do carro de Willian com uma batida na janela.

Merda!

Não sei em que momento dormi.

Nina está deitada praticamente em cima de mim, com a cabeça no meu peito e as pernas jogadas pra fora do banco.

Analiso o rosto que está na janela.

Sra. Mendes?

Reconheço seu cabelo loiro longo e seus lábios vermelhos.

Ela sorri pra mim e faz sinal para mim sair.

— Acorda, Nina.— Digo balançando seus ombros.

Ela murmura e levanta o rosto na minha direção.

— Não acredito que dormimos aqui.— Ela se senta olhando para minha calcinha que está totalmente a mostra.

Arrumo meu vestido que já estava nos quadris.

— Temos visitas.— Comento ao abrir a porta de trás.— Seja educada e diga oi.

Abro a porta e dou um sorriso para Brenna que tem os olhos atentos no meu vestido amarrotado e depois desvia para Nina, que está abotuando a calça jeans enquanto vem até nós.

— Desculpa, eu não queria atrapalhar com sua namorada.— Ela dá uma risada envergonhada.

Eu franzo o celho e depois solto uma risada.

— Ela não é...— Tento explicar mais ela nega com a cabeça me interrompendo.

— Não se sinta envergonhada por ser pega no fraga, aliás nem estavam peladas...— Ela ri balançando os cabelos.

Nina ri da maneira natural de Brenna.

— Por que estaríamos envergonhadas?— Ela questiona.— Muito prazer em conhecê-la, me chamo Nina.

Brenna aperta sua mão, muito contente.

— Não queria atrapalhar o lance de vocês...

Nina me olha e começa a gargalhar, eu não aguento e começo junto.

— Não é isso, não somos...— Nina tenta dizer entre risos.

Já passamos por isso antes.

— Somos melhores amigas.— Explico calma.

Ela estreita os olhos castanhos.

— Não fiquem envergonhadas, na adolescência eu beijei umas meninas também é super natural.— Ela diz jogando as mãos ao alto.

— Não, é sério. Não somos namoradas.— Nina ri e começamos a caminhar.

— Mas o que faz aqui?— Pergunto enquanto caminhamos entres os carros.

Agora que percebi que anoiteceu, pego meu celular e vejo a hora.

Sete e quarenta.

— Amamos esse restaurante, quando morávamos do outro lado vinhamos uma vez ao mês jantar aqui.— Ela diz enquanto subimos as escadas para passar pelo lado do restaurante e chegar a frente.— A dona é uma graça e super simpática.

— Eu sei, é minha mãe. Sua mais nova vizinha.— Digo passando pelo corredor com elas.

Da para ver dentro do restaurante pois existe muitas janelas de vidro, enormes por ele todo.

— Sua mãe?— Ela nos para me encarando.— Agora que percebi, vocês têm os mesmos olhos.

Ela volta a andar e eu dou uma risada baixa para Nina.

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