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-Não esqueça, cuide bem do meu carro ou eu te mato -Bob disse depois de me entregar a chave do seu Impala 67 preto.

-Você não faria isso. -Digo após entrar no carro mandando um beijo no ar para Bob parado na porta acenando pra mim.

O Céu começava a ficar cor de rosa mostrando que o sol estava perto de aparecer, era por cerca das 5 da manhã em Charleston e seria um longo caminho até Outer Banks, um lugar que eu nunca fui, mas sempre ouvia histórias.

Pego meu telefone ainda na estrada e disco um número.

*caixa postal* “Oi aqui é o Theo deixe o seu recado após o sinal... esse ainda não é o sinal, agora sim"

Ele provavelmente não estava acordado, por ser tão cedo, mas essa vida de mudar não me permitia ter amigos ou relações amorosas longas, mas eu acabei conhecendo o Theo na cidade uns dois meses atrás e acabamos ficando bem próximos, sabe próximos!.

-Oi... é sou eu S/N, eu não sou muito boa nisso mas... vou ter que sair da cidade por um tempo, você sabe coisas de família, desculpa sair sem me despedir, mas eu te vejo por ai um dia, foi bom... enfim tenho que ir.

Gravo o recado me sentido estúpida. Acelero o corro assim finalmente chegando até o porto, procuro pelo Rick com alguns pescadores que me indicam uma balsa, Rick o cara alto, branco e barrigudo com um cigarro na mão não falou muito, mas ele disse pra colocar o carro pra dentro e ficar quieta, que eu chegaria em Outer Banks em algumas horas.

...

Era fim de tarde quando de dentro do carro consigo ver terra, só podia ser ali, após pararmos no porto Rick veio até mim me entregando um mapa, indicando como chegar la depois de passar pela ponte, agradeço e saio dirigindo o carro.

Depois de algumas horas com minha bunda completamente quadrada avisto a placa que indica que cheguei em outer banks.

“WELCOME TO OUTER BANKS”

Consigo avistar um restaurante e minha barriga treme, lembro que não comi nada desde a hora que sai de casa, e eu não faço ideia de quantas horas estou sem comer, entro e vejo uma mulher e um homem atrás do balcão conversando  quando notam minha presença se viram até mim.

-Boa noite querida em que podemos ajudar? -A mulher perguntou simpática.

-Oi, eu queria algo que fique pronto rápido, estou a horas... Estou é com muita pressa, preciso encontrar umas pessoas. -Menti não sabendo o exato motivo porque.

-Hambúrguer, já está na chapa, não demora muito, alguma bebida? -essa foi a vez do homem perguntar enquanto a mulher me analisava.

-Refrigerante.

-Nova por aqui? -Ela perguntou quando o Homem saiu para preparar o lanche, fiquei um instante olhando o lugar depois me voltei a ela.

-A sim, não muito mas sim -disse apenas.

-Tem amigos? Família na ilha? -Ela me perguntou, qual o problema dessa gente, abro a boca formulando uma resposta mas sou impedida com o Homem que chega com meu hambúrguer e o refrigerante, entrego o dinheiro a ela que se vira para pagar o troco mas pego meu lanche e saio apressada dizendo um

 “não precisa de troco, obrigada”.

Sentada no capô do carro de frente pra praia comendo minha primeira refeição do dia, que já não era mais dia, sinto que aqui tem muito mais estrelas do que em qualquer lugar que estive, se não tivesse com tanta pressa deveria ter pego um biquíni, a lua estava enorme e brilhante, por um momento me senti triste e sozinha, até porque eu estava triste em um lugar que não conheço ninguém e completamente sozinha, mas eu não tenho tempo pra isso preciso saber o que estou fazendo aqui, termino de comer e dou o ultimo gole no meu refrigerante, volto pro carro colocando a lata no lixeiro que tinha ali e pego o mapa que Rick tinha me dado, olhei pra ele mais uma vez vendo a ilha circulada, viro o grande papel e tem mais dois lugares marcados, mas eu não entendo mapas, mamãe deveria me ensinar um pouco mais antes de me mandar por ai com códigos e pistas de nada.

Uma música começa a invadir meus ouvidos e perto dali vejo uma kombi parar e pessoas saindo em direção a ao paredão que atrás tinha uma grande luz laranja, percebo o que parece ser uma festa e agora me dei conta de um som abafado de uma música que eu não conheço, checo meu desodorante que por sinal já esta vencendo abro a mochila e espirro um pouco nas axilas voltando a ter um cheiro frutado, tranco o carro, dobro o mapa coloco no bolso e vou em direção ao barulho.

Havia uma fogueira e muitas pessoas em volta, bebendo e dançando, percebo dois cara me olhando o mais alto tinha o cabelo mel grande um pouco enrolado e o outro era loiro, os dois até pareciam gatinhos, mas já estava estranho o jeito que me olhavam...

-Perdeu alguma coisa no meu rosto? -fui ríspida, eles se olharam e depois olharam na minha direção de novo, não sei o que vim procurar aqui, só tem adolescente idiota, viro pra ir embora mas sinto alguém tocar meu braço, e era o mais alto com cabelo cor de mel, vestindo uma camisa florida desabotoada, uma calça e uma bandana azul no pescoço como a minha que uso pra prender o meu cabelo.

-Eu te conheço? -ele perguntou e uma interrogação enorme surgiu no meu rosto, percebendo ele se apresentou -Desculpa.. John B -ele estendeu a mão pra mim, olhei seu rosto mais uma vez e finalmente segurei sua mão -Eu te conheço não conheço? -ele perguntou, o que é isso algum tipo de cantada barata?.

-Eu não sou daqui, poupe seu tempo com essa cantada.- disse soltando sua mão.

-Não é cantada... juro você me parece familiar...*silencio* tem nome? -ele perguntou enfim.

-Tenho. -ele fica em silêncio esperando eu falar mas não digo -Tenho que ir.

-Não ganho nem um nome? -ele desviou o olhar até o amigo mas voltou a mim quando percebi.

-Veio fazer o trabalho sujo do amigo? -ele ri- Sem nome hoje, mas talvez ganhem se me ajudar em algo- digo tentando sorrir simpática.

-Pode mandar.- ele disse e puxei o mapa do bolso.

-Será que você sa... -sou interrompida por uma loira.

-Vai me apresentar sua amiguinha? -dizia a loira, com uma cara chegando logo atrás dela.

-Qual é Sarah, você não estava com seu amiguinho Topper se divertindo bastante? -JohnB disse e eu sabia que já estava na hora de ir.

-Desculpa, isso pode ficar pra depois- guardo o mapa no bolso novamente.

-O que pode ficar pra depois? Já está assim John B? A primeira estranha que aparece você corre atrás -Sarah sendo segurada pelo outro cara, nisso já estavam todos olhando pra nós.

-E você voltou correndo pra esse kook de merda, por que ta com ciúmes? -John B disse e o outro cara avançou nele começando uma briga, ok eu não tenho tempo pra isso.

-Ok galera, já vou nessa, não tenho tempo nem paciência pra isso. -disse me virando e ouço um “já vai tarde". -Ok princesa, eu tive um dia de merda e já estou de saco cheio, eu não conheço você, e você não me conhece, acho bom ver o jeito como fala comigo, não tenho tempo pra gente mimada e namorada maluca. -viro as costas deixando todos me olhando, já estava perto do meu carro e ainda dava pra ouvir o caos que ficou la, sinto alguém chegando perto de mim me viro rápido empurrando a pessoa contra o carro com um braço pra trás.

-Ta tudo bem, tudo bem- percebo que se tratava do amigo do John B. -Me chamo JJ.- ele disse e o soltei.

-Qual o problema com vocês? -pergunto abrindo meu carro.

-Desculpa pelo que aconteceu, você ta precisando de ajuda com alguma coisa?... o John b comentou que você ia falar algo quando começou a confusão.

-Não, não preciso, só diz pra ele controlar a namorada dele, e não sair por ai flertando com estranhas a mando do amigo -ele abaixa a cabeça e ri. -Aliás... você poderia me ajudar, sabe onde tem um hotel pra passar a noite? -pergunto já sentada no banco do carro e vejo ele da uma olhada dentro do carro.

-Continua nessa estrada -ele aponta- vai achar um adequado pra situação—ele diz e saio com o carro sem falar nada, de longe vejo uma placa neon indicando vagas e era um hotel muito caido, o que ele achou? Que eu to fugindo da polícia? Mas parece um bom lugar pra não fazerem perguntas.

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Esse cap foi bem longo, gostaram do primeiro contato deles? Meio caótico mas jaja tem mais ❤
Bjs -M.

SOME LIES. obxOnde histórias criam vida. Descubra agora