O centro da cidade não tem nada de muito especial. É claro que para alguém como eu, adaptado a ter uma vida em Los Angeles, Nova York, Seattle, Chicago e outras demais cidades norte-americanas, aquele pequeno centro é nada mais nada menos, que uma simples praça pequena que posso caminhar de ponta a ponta em poucos minutos, exatamente da forma que eu costumava fazer quando fazia compras na Oxford Street.O local é cercado por construções que se vê em filmes da década de sessenta. As residências, se parecem aquelas pequenas casas de bonecas, algumas em estilo havaiano e outras da época vitoriana, e outras se parecem muito com o modelo de casas que se encontra em qualquer subúrbio de pessoas de classe média.
Os prédios, embora sejam poucos, são divididos em dois andares, são coloridos em diversas cores das mais variadas do arco-íris. É notório que são estabelecimentos diferentes tanto no andar térreo quanto no superior de cada uma daquelas construções.
A única construção que ao que posso ver é única naquela área, é um restaurante. O letreiro neon prateado em uma placa de concreto em frente ao estabelecimento chega a lembrar um pouco os restaurantes badalados de Los Angeles, porém, imagino que eles não tenham os menus sofisticados que podem ser encontrados nos melhores restaurantes da Califórnia.
O nome do restaurante é The Sweetest ; e imagino que muito provavelmente a especialidade daquele lugar devam ser sobremesas derivadas de maçãs ou acompanhadas daqueles variados frutos vermelhos, verdes e em poucas ocasiões, amarelos também.
O restaurante é construído em um contêiner, porém com paredes de vidro e colunas decorativas feitas de madeira de cerejeira. Luzes douradas em cascata estão em torno da construção externa. Não consigo ver o restaurante no seu interior, persianas cobrem todas as paredes que me impedem de o fazer.
TALVEZ EU DEVA EXPERIMENTAR A COMIDA DESSE LUGAR, E PAGAR UM BOM JANTAR PARA MATT COMO UM PEDIDO DE DESCULPAS
Penso em silêncio, ainda dirigindo uma avenida até o hospital, que pelo o que posso imaginar, não deve ser um daqueles que eu escolheria ser socorrido.
- Eu trabalho nesse restaurante, vou te trazer aqui quando eu estiver de folga. - Matt diz como se pudesse ler meus pensamentos. - Se você quiser, é claro.
Olho surpreso para ele. É um bom sinal que ele esteja conversando, com dificuldade, mas ainda sim, ao menos ele está conversando, o que é um pequeno alívio para mim.
- Eu adoraria, Matt. A comida deve ser deliciosa. - Respondo quando paro em um sinal vermelho, que imagino ser o único de toda a cidade.
É CLARO QUE A COMIDA DEVE SER DELICIOSA! ESSE LUGAR DEVE SER O ÚNICO RESTAURANTE DA CIDADE, ENTÃO ELES PRECISAM SER BONS NO QUE FAZEM
Meu subconsciente me diz com uma voz de pura arrogância e desdém em relação ao nosso novo lar. Ignoro o meu pensamento insuportável, e toco a mão de Matt.
- Olha, não sou eu responsável pela cozinha, sou apenas um garçom! Mas sem querer me gabar, devo dizer que a comida é realmente maravilhosa, Cody. - Matt comenta observando nossas mãos juntas com um sorriso reluzente mas também dolorido no rosto. - Acho que você iria adorar a massa com cogumelos que servimos.
Sorrio para ele em retribuição. Matt, ao pouco que posso ver e que também percebo, é aquele tipo de homem que sempre busca querer impressionar seu parceiro em um jantar ou num encontro. Ele é tão doce e meigo, que é capaz de fazer o meu ferido coração ser preenchido por felicidade.
- Eu adoro massa com cogumelos, Matt. Tenho certeza de que irei adorar jantar contigo quando você estiver livre. - Digo com ternura para ele que deita sua cabeça na janela do carro, mas ainda sem soltar a minha mão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
APPLE HARVEST
RomanceApós a prisão de seu pai, Cody Daramour é enviado para viver com sua tia Naomi na Austrália em uma fazenda de maçãs próxima a Melbourne. Desse jeito, deixando toda sua antiga vida em Los Angeles para trás, assim como seu perfeito namorado Charles Ro...