50 . UM ÚLTIMO BEIJO ( ÚLTIMO CAPÍTULO )

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( PRIMEIRA PARTE DO ÚLTIMO CAPÍTULO )

O som assustador de um trovão me faz levantar-me em um salto da cama. Ainda é noite, e a chuva apesar de ter ido embora, os sons de trovões e os flashes azuis e brilhantes dos raios ainda podem ser muito bem vistos e ouvidos.

A verdade é que, embora a chuva tenha parecido mais um dilúvio do que qualquer outra coisa, o clima parecia agora muito quente e abafado como se o calor somente tivesse sido elevado por conta de toda água vinda do céu.

Basicamente, foi como se agora fossemos cozinhar no vapor feito legumes para uma salada.

Tento me esforçar para adivinhar as horas, mas é impossível já que não estou com o celular em mãos e que no quarto de Blake não existe despertador nem nada do tipo. Mas a julgar pela densa escuridão da noite, me arrisco a dizer que ainda devem ser quase duas da manhã.

É quase como se o tempo tivesse se paralisado por alguma razão a qual eu ainda não sabia, mas no entanto, se eu pudesse estar com Blake, a noite poderia demorar o tempo que fosse para terminar, porque sinceramente, por mim, eu não me importaria se durassem trinta dias.

Quando me dou conta de que estou em pé no meio do quarto de Blake, eu volto minha atenção para a cama dele, torcendo para que eu não o tenha acordado. Mas no entanto, para a minha surpresa, ele não está ali, e a cama está vazia.

Eu me desespero e com o coração na garganta, eu caminho até a porta, onde posso ouvir vozes vindas do andar de baixo, contudo, nenhuma delas é a do meu Blake.

Apesar da aflição que me domina, eu decido caminhar pelo corredor, e para no topo da escada, onde posso ver Zoe sentada a mesa junto de Amelia e enfim... David.

Seamus e nem Blake não estão ali, e isso me deixa preocupado, fazendo com que meu corpo, novamente, seja dominado pela ansiedade infernal que parece corroer a minha pele feito ácido sob um pêssego muito maduro.

Ele é estranho, muito estranho, alto, careta, seu rosto carrega uma expressão dura e amarga. Ele bebe um liquido âmbar o qual julgo ser Whisky, e fuma um charuto que fede todo o ambiente.

— Eu disse que você precisava dar um jeito nesse garoto, Amelia. Eu havia lhe dito que esse seu filhinho de merda era um frutinha do caralho. — Rosna David com sua voz de fumante.

Ele está falando de Blake. Ah não... o que foi que eu fiz? Ele estava encrencado por minha causa?

Amelia suspira e leva as mãos ao rosto com pesar.

— Qual o problema, David? Se é isso o que o faz feliz, deixe que ele seja feliz com o sobrinho da Sra. Daramour. — Ela diz brandamente.

Ele dá uma tragada e gola mais uma vez a bebida. Zoe parece assustada e também muito apreensiva, e a Sra. Harper parece ter chorado já que seu rosto meigo tem marcas brancas assim como as de lágrimas.

— Eu não vou deixar que ele faça o que entender aqui dentro. Se ele quer comer esse garoto que vá para o inferno, mas não aqui. — Ele diz começando a expressar fúria.

— Mas eles não estavam fazendo nada! Se dormiam juntos! Qual o problema disso?! — Ela bate as mãos a mesa e neste momento David se levanta.

Ele é grande como um touro, muito musculoso para sua idade já avançada, mas ainda carrega seus músculos por todo corpo.

— Não é problema meu se você aceita essa coisa anormal. — David dá de ombros com indiferença e traga o charuto com avidez.

— Mas papai, Blake e Cody se amam... não existe nada de anormal nisto. — Choraminga Zoe e seu pai a ignora.

APPLE HARVESTOnde histórias criam vida. Descubra agora