Outubro chegou rapidamente. Ou seja, meu segundo mês na Austrália veio mais rápido do que pensei que viria.
A primavera é linda na Oceania, nunca parei para imaginar como seria ver a estação das flores em outro continente que não fosse o Norte ou Sul Americano ou Europeu.
Não consigo acreditar que cheguei aqui na segunda semana de agosto, e já estou aqui há dois meses inteiros, vivendo uma monótona vida que agora se resume a assistir televisão e conversar via vídeo chamada com Charlie.
Matt está em uma longa quinzena de provas, e por isso, já faz uma semana inteira que não o vejo e ainda tenho mais longos sete dias sem a companhia dele para me distrair além da televisão antiquada da minha tia que sequer sabe a existência de algum canal de streaming que me seja interessante.
Meus dias desde setembro, tem sido terríveis. Me sinto sempre extremamente exausto e indisposto até a sair de meu quarto. Principalmente depois do ocorrido que me marcou como ferro em brasa na noite em que fiz sexo com Blake.
Ele tem uma namorada, minha nossa... como isso é possível? Quero dizer, porque ele me comeu já que assim como eu, também tem um compromisso com outra pessoa?
Eu já imaginava que Blake Harper não fosse gay.
Bom, ele nunca demonstrou nada que pudesse indicar sequer que fosse bissexual, e não consegui estipular uma concreta ideia quando ele me beijou pela primeira vez, nem quando usou de provocação comigo e nem ao menos quando me masturbou no jardim secreto.
Isso porque, ao menos em meu ponto de vista, nenhuma dessas coisas necessariamente poderiam significar algo sobre sua sexualidade, além de ter me causado apenas uma imensa dúvida sobre qual seria o propósito dele comigo para fazer todas as coisas que fez até o último momento pós foda e pós sexo oral que tivemos há algumas semanas atrás.
Admito que, desde o início, imaginei que o intuito de Blake fosse apenas me usar como uma distração para satisfazer seus desejos já que a minúscula Apple Boulevard tinha seu ponto fraco em ter pouquíssimos habitantes e entretenimento para alguém da nossa ideia.
Imagino que uma vida resumida apenas a um serviço árduo no campo e nos pomares de maças que cercam os hectares da Fazenda Daramour, não seja exatamente o que eu ou Blake ou Charlie, Seamus, Matthew ou qualquer outra pessoa chame de diversão. E bom, sexo, pelo menos para mim, é uma das cinco melhores que posso apontar das quais eu escolheria fazer no caso de um entediante dia.
Ao menos, sexo com Charlie é claro, já que agora, o que sinto por Blake Harper não se trata mais daquela ardente atração que corroía meu interior, e sim, uma certa raiva que nunca antes senti, acompanhada de uma tristeza inconsolável a qual Charlie percebeu de imediato e que precisei mentir dizendo apenas que sentia novamente falta de Los Angeles e do meu pais de origem.
Naomi precisou voltar para Camberra alguns dias atrás, e desde então, me tranquei em meu quarto e não sai sequer para me alimentar.
Já sinto meu estômago arder e queimar pela falta de alimento. Acho que nunca fiquei tanto tempo sem comer, com exceção é claro, do dia em que perdi minha virgindade com Charlie aos meus dezesseis anos.
Minha nossa, ainda me lembro muito bem do quão nervoso fiquei, mas por nossa, para a minha nossa se realmente devo ser sincero, correu tudo muito bem, já que Charlie já tinha algumas determinadas experiências no sexo.
Mas ainda assim, naquele dia, não pude deixar de ficar nervoso o suficiente para não comer sequer meu cereal matinal de chocolate ou as frutas do bosque que sempre como no lanche da manhã.
Mas após as duas repetidas vezes seguidas das quais fiz sexo com Charles Ross pela primeira vez, nos renderam três sanduiches de pepperoni com cheddar e tomate seco numa espécie de lanche pós foda que todos têm.
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APPLE HARVEST
RomanceApós a prisão de seu pai, Cody Daramour é enviado para viver com sua tia Naomi na Austrália em uma fazenda de maçãs próxima a Melbourne. Desse jeito, deixando toda sua antiga vida em Los Angeles para trás, assim como seu perfeito namorado Charles Ro...