41 . A VERDADE POR TRÁS DA MÁSCARA ( RETA FINAL )

15 2 6
                                    


Blake se senta na grama enquanto termina de comer um cachorro-quente com muita mostarda. Me sento ao seu lado também me deliciando em um dos meus lanches de junkfood prediletos além de burritos carregados de chili.

Ele passa um de seus braços ao redor dos meus ombros e me põe próximo a ele de modo que fiquemos bem juntinhos durante aquele doce momento.

Seamus se senta em nossa frente devorando acredito, seu oitavo saquinho de amendoins caramelizados, ele também segura na mão livre uma lata de refrigerante de laranja.

A noite está fria, não sei se já se passa das onze da noite ou o que, mas me sinto quase a ponto de começar a espirrar sem parar pela geada fria da floresta que nos cerca. Ao longe, é possível notar um início de neblina se formando dentre as árvores.

Não entendo como Blake e nem Seamus parece não estarem sentindo frio, porque no meu caso, eu sinto como se estivesse trancado em uma câmara fria que lentamente vai me matar.

Me aconchego mais junto de Blake, que me fita com uma sobrancelha erguida, mas logo em seguida, se levanta e se senta atrás de mim, me colocando entre suas pernas, e assim posso me colocar entre seus braços e seu peito. Ele está quente como se tivesse acabado de sair de uma sauna, é maravilhoso tê-lo ali junto de mim para me aquecer.

Volto a comer meu cachorro-quente ignorando o olhar contente e brilhante de Seamus que diz muito claramente "ESSA É A COISA MAIS LINDA QUE EU JÁ VI"; Chego a ficar envergonhado com isso, minha nossa, estar nos braços de Blake enquanto seu irmão mais velho nos observa.

Não posso evitar de ficar com o rosto levemente corado que por sorte é parcialmente escondido pela vermelhidão das minhas bochechas causadas pelo frio que tenho certeza que mais tarde me deixará doente com uma gripe daquelas que não te deixam levantar da cama para nada.

ORA, QUAL O PROBLEMA DO SEU NAMORADO TE ABRAÇAR EM PÚBLICO? SEAMUS NÃO SE IMPORTA COM ISSO. ELE APENAS ESTÁ FELIZ QUE O IRMÃO FINALMENTE COMEÇOU A SE SOLTAR E AGORA ESTÁ JUNTO DE VOCÊ.

Bom, meu subconsciente tem razão quanto a isso. Mas não posso evitar de ficar constrangido em demonstrar um pouco de afeto por menor que seja com os olhos de Seamus sobre nós. Contudo, sei que devo começar a me acostumar a isto já que possivelmente, Seamus estará presente junto de Blake e eu nos nossos momentos de casal feliz.

Uma brisa fria sopra me fazendo engolir o restante do cachorro-quente e agarra o braço de Blake que me envolve com força. Puta merda, nunca fui de sentir frio, mas no entanto, um palpite me diz que essa fraqueza para uma brisa e para neblina se trata pelo fato das minhas mãos estarem feridas. Quase me esqueci por pouco que cacos de vidro atravessaram minhas mãos, e apesar dos ferimentos não estarem doendo tanto quanto antes, eu ainda posso sentir um leve ardor corroer todo o meu interior dos membros superiores até a altura dos cotovelos.

Meu cardigã é fino demais. Não cheguei imaginar que faria tanto frio assim. Eu certamente deveria ter escolhido um casaco de verdade, e não uma peça de outono.

— Está com frio, Cherry? — Blake pergunta depois de finalizar seu lanche e passa seu outro braço ao meu redor.

Faço um aceno de concordância e observo Seamus virar toda a sua latinha de refrigerante de uma só vez. Por Deus! Como ele consegue fazer isso? Será que sou o único aqui a sentir tal frio como se estivesse no Alasca usando apenas roupa de praia?

— É melhor levá-lo para casa, Blake. Ou caso contrário vai acabar fazendo com que em seu primeiro dia de namoro seu companheiro acabe ficando doente. — Seamus adverte limpando as mãos com açúcar no gramado úmido da noite.

— Ele não vai ficar doente. Eu não vou deixar. — Blake diz com preocupação tirando seu camiseta de flanela e me fazendo vesti-la.

— Mas e você? — Questiono quando ele fica de pé me ajudando a me levantar.

APPLE HARVESTOnde histórias criam vida. Descubra agora