02 - Flash identity

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— Desculpe o mini vexame do meu pai. Ou melhor, do Joe. — Me corrigi imediatamente, depois pigarreei constrangida.

A única vez que tinha chamado o Joe de pai foi quando ele me deu uma bicicleta verde e roxa aos meus onze anos, mas depois tudo foi mudando por algum motivo. Não sabia o porquê, mas ele se tornou distante e consequentemente eu também fui me afastando. E agora me tornei o que eu sou.

Olhando por esse lado, agradeço ao Joe por ter sido um babaca. Me sinto feliz sendo a Flora Negra.

Barry me olhou confuso. Acho que ele não sabia sobre o Joe ter me adotado.

— O Joe me adotou quando eu perdi meus pais em um acidente de carro. — Expliquei para o garoto enquanto nós andávamos debaixo de uma calçada. — Ele cuidou de mim desde então, mas ele se tornou... apático, por assim dizer. Então eu cresci afastada dele, mas tive o Wally e a Iris para me manterem naquela casa. Só que agora eu moro sozinha, para o bem de todos os lados.

Barry me olhou com pena, ou talvez, estranheza. Não sei dizer.

— Mas eu estou bem com isso. Melhor do que bem, na verdade. — Lembranças vieram à minha mente e eu sorri ao me lembrar de tudo o que conquistei sendo a Flora Negra.

— Me sinto mal por ele, e por você. Por tudo o que teve que passar... aqui. — Barry suspirou.

— Você mal nos conhece. — Coloquei as mãos no bolso do meu casaco.

— Parece que eu os conheço. — Barry balançou os ombros com um sorrisinho de canto. — É estranho eu dizer isso?

— Um pouco, sim. Mas não me importo com isso. — Dei de ombros e tentei não deixa-lo desconfortável. — Eu entendi o que você quer dizer. Olha, eu nunca aceitei sair com ninguém, mas com você... a decisão foi fácil. Por que foi fácil? — Perguntei sorrindo.

Eu e o Barry começamos a atravessar a rua e o garoto sorriu feliz para mim. Seu sorriso era tão puro e verdadeiro que eu me senti... acolhida pela primeira vez depois de tanto tempo lidando com tudo sozinha. É um pouco estranho, mas eu gostei da sensação.

— Eu não sei. Algumas pessoas estão destinadas a fazer parte da nossa vida, eu acho. — Barry balançou os ombros envergonhado.

O olhei por alguns segundos enquanto atravessava a rua, estranhando a forma que ele se direcionava à mim. É como se ele realmente me conhecesse... Exceto que ele não me conhecia de verdade.

— Me fale sobre você. — Pedi, tentando evitar meu fascínio inexplicável por ele. — Mãe e pai?

— Vivos e bem. — Barry respondeu sem tirar seu sorriso.

— Legal. Vocês se dão bem? — Tentei me entreter, só até conseguir o que realmente queria.

— Sim. Muito. Não imagino minha vida sem eles. — Barry respondeu e finalmente chegamos à calçada que estávamos tentando atravessar. — E eles são muito apaixonados. Espero ter o que eles têm algum dia.

— Você só não encontrou a garota certa ainda, não é isso?

— Esse é o lance. Ela está por aí, me esperando. — Barry parou de andar e me olhou fixamente. — Só tenho que ter a sorte de encontra-la.

— De onde você veio, Barry Allen? — Perguntei, com um sorriso bobo no rosto.

Cara, esse homem me deixa mesmo desconcertada.

— Sempre estive aqui, Athena. — Barry balançou os ombros, sem tirar seu olhar do meu.

Repentinamente, o olhar apaixonado do Barry se tornou assustado. Sua expressão havia mudado completamente e ele parecia um pouco perdido. Segurei o seu braço preocupada e franzi a testa.

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