capítulo 4📒

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— Barbara, acorda. — Ellen arranca as cobertas de cima de mim e eu choramingo.
Olho para Ellen já uniformizada de policial.
— Sério? — Pergunto com uma voz rouca de sono. Ela revira os olhos. — Eu cheguei ontem, por que está me acordando às... — Olho para o relógio e deito de novo. — Seis da manhã?

— Te espero lá embaixo, suas aulas começam às oito. — Diz, eu encaro a mulher na minha frente com um olhar determinado.
Merda, não irei ganhar nenhuma batalha se eu começar.
— Tudo bem. — Concordo derrotada e me levanto.

V ou até o banheiro e começo a me arrumar para ir ao colégio. Enquanto me maquio, tento adivinhar o que irei encontrar. Meninas populares, jogadores lindos e populares, grupos distintos tipo nos filmes, entende?

Não vou mentir, porque se não estarei mentindo para mim mesma. Eu estou amedrontada, odeio ir a um lugar onde não conheço ninguém, as pessoas o tempo todo me olham estranho se perguntando como eu sou, sempre com um olhar avaliador, curioso e muitas das vezes invejoso.
Coloco um pouco do creme de pentear na palma da mão, esfrego para espalhar e amasso meus cabelos de baixo para cima deixando os cachos bem definidos e um pouco volumosos. Eles batem quase na bunda quando molhados, mas quando secos chegam na cintura.

Sou completamente apaixonada por eles, mesmo que dê um trabalhão, no entanto, quando eles ficam do jeito que eu quero, faz valer a pena todo o trabalho, o que é muito difícil, levando em conta que eles têm vida própria.

Olho-me no espelho dando os últimos ajustes nos meus cachos úmidos e conferindo a maquiagem. Meus lábios estão de um vermelho intenso, olhos esfumados de preto e marrom, bochechas um pouco rosadas. Desço o olhar avaliando minhas roupas, coturnos, calça jeans, jaqueta de couro, tudo na cor preta, apenas a blusa de manga é rosa. Respiro fundo e dou mais uma amassadinha nos cabelos antes de pegar a mochila e ir até Ellen.

Ela já está dentro do mesmo SUV que tinha me buscado ontem, Ellen me fita com o cenho franzido quando sento no banco. Ergo uma sobrancelha esperando sua pergunta sobre o meu visual.
— O que é isso no seu rosto? — Reviro os olhos e afivelo o cinto quando ela arranca com o carro.

— Maquiagem, você nunca viu? — Ellen aperta os lábios.
— Eu já vi, mas não tão forte assim, ainda mais de manhã. — Olho no espelho retrovisor, não está tão forte!
— Para de ser exagerada, mulher. — Retruco, ela dá de ombros.

— V ocê se importa de eu levar você para o colégio? — Entorto os lábios.
— Claro que não, por quê? — Pergunto intrigada.

— Sei lá... — Ellen para no sinal vermelho tamborilando o volante. — Jovens não gostam que pais os levem. — Estalo a língua mandando mensagem de bom dia para meu pai.

— Baboseira. — Guardo o celular na mochila e olho para Ellen. — Papai me levava todos os dias, ele fazia questão disso. Não vejo nenhum problema. — Ela me lança um sorriso largo e... feliz?

— Que bom, porque eu vou te levar todos os dias. — Ergo o canto do meu lábio superior.
— Papai só não me buscava, às vezes mandava um motorista, ou eu ia com as minhas amigas de transporte público. — Ellen me olha com as sobrancelhas erguidas por um instante antes de voltar a focar no trânsito.

— Ônibus? — Dou de ombros. — Isso é novidade. — Fala com surpresa.
— Qual o problema em andar de transporte público? — Começo a soar quando o colégio se aproxima. — É um pouco cansativo, mas até que eu gosto.

— Gente rica não gosta dessas coisas públicas, ou se misturar com gente pobre. — Encaro Ellen com a minha boca um pouco aberta.

— Eu só tenho mais dinheiro que outras pessoas, isso não me faz diferente ou melhor, Ellen, somos todos iguais independente das nossas posses. — Ela fica me olhando tempo demais.

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora