capítulo 11📒

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— Qual seu lance com o Bryan, hein? — Pergunto colocando um pouco de pipoca na boca.
Ellen senta do outro lado do sofá e se estica entregando-me um copo cheio de Coca-Cola com gelo e limão. Agradeço alegremente e ajeito a coberta em minhas pernas.
— Já fomos namorados quando eu era mais jovem. — Diz pegando sua bacia de pipoca e o controle da tv.

— Ele parece ser muito legal. — Ellen sorri um pouquinho encarando seu refrigerante.
— Bryan é um homem muito...
— Lindo. — Completo olhando-a sob a borda do meu copo.

— Não ia dizer isso. — Ellen ri e coloca sua coca na mesinha de centro. — Ele é um homem integro e respeitoso, um tanto especial.
— V ocês não pensam em... — Faço um movimento com a mão tirando uma gargalhada sua.

— Não, somos apenas amigos. — Levanto uma sobrancelha e Ellen respira fundo.
— Sei... — Pego um pouco de pipoca. — Mas não seria nada ruim em experimentá-lo de novo, Ellen. — Ela abre a boca indignada.
— Mariana — Adverte e eu solto uma risada. — Vamos assistir a esse filme e mudar de assunto?
— Claro, vamos lá.

Ellen coloca o filme sexta-feira 13, com meu amado Jason, que no caso é o serial Killer que mata todo mundo sem ter uma razão específica. O filme é antigo e eu amo, ele é tão mentiroso que enquanto Ellen gemia de nojo, eu ria dos efeitos mais falsos da face da terra.

— O que aconteceu com o pai de Peter? — Solto a pergunta justamente quando Jason está matando um dos personagens do filme.
Não olho para Ellen, mas sinto seus olhos preso em mim.
— Um acidente de carro. — Responde suspirando.

— O que ele era seu? — Finalmente olho para ela que encara seu copo de refrigerante.
— Charlie foi meu mentor quando entrei na polícia, éramos parceiros. — Ellen passa a língua em seus lábios. — Não sei especificamente o que aconteceu, mas Charlie se envolveu em um escândalo de corrupção e tráfico de entorpecentes.
— Ele foi investigado?

— Sim, encontraram vários quilos de drogas em seu carro e dinheiro com nomes dos homens que o pagavam para que ele os soltasse. — Seu tom estava carregado de decepção e tristeza.
— V ocê acredita nisso? — Seus ombros caem. — V ocê acredita que realmente foi verdade?

— Não tivemos a chance de provar o contrário, Barbara. — Ellen me olha com seus olhos brilhando por causa das lágrimas. — Ele morreu no dia seguinte de tudo acontecer.

— Sinto muito. — Sussurro com o coração apertado, principalmente por victor.
— Ele era meu melhor amigo. — Ellen sorri, seu olhar está fixo na pipoca, aposto que está relembrando do pai de Victor. — Ele sabia de tudo da minha vida, eu o conheci desde que tinha dezoito anos.
— Ele sabia da minha existência? — Ellen assente.
N.(lembrando que o apelido do Victor é Peter).

— Ele ficou com raiva quando eu te abandonei no brasil. — Engulo em seco e uma pitada de raiva me invade. — Ficou dois anos sem falar comigo, quando entrei na polícia, nós nos reconciliamos. Ele aceitou os meus motivos, mas não concordou com o que fiz, e três anos atrás, ele morreu.

— E quais seriam esses motivos? — Pergunto com minha voz fraca.
Ellen me olha percebendo que tinha falado um pouquinho demais, ela se ajeita no sofá e desvia do meu olhar.
— Vamos terminar de assistir ao filme? Está ficando interessante. — Ela aumenta o volume da tv.

— V ocê sabe que uma hora ou outra terá que me contar a verdade, né? — Ellen não me olha.
— Eu sei. — Murmura.
Não adianta forçá-la a falar a verdade, porque não irá contar. Então volto a prestar atenção no filme, mas a minha mente vaga entre o filme e o garoto com os cabelos vermelhos que eu acabei revelando que estou apaixonada por ele.
Meu Deus, eu sou uma idiota! Por que eu não fiquei com a língua na boca? Deixasse esse sentimento só para mim. Coloco um monte de pipoca na boca. Depois da aula, Peter desapareceu, será que ficou receoso pelo que eu falei?

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora