capítulo 31📒

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Caminho para fora do colégio, sentindo-me mais calma, Gilles vai ser uma pedra no meu sapato. Por que é que fui defender uma menina mentirosa? Mas será que realmente Frankie mentiu sobre isso? E por que faria isso? Ela e Gilles são enrolados, uma amizade colorida, por que esse ódio tão repentino?

Ajeito minha mochila nas costas, coloco meus fones de ouvido e caminho para casa. Preciso conversar com Ellen direito e lhe dizer sobre minha decisão, Bryan não pode ser meu pai, Deus me livre disso. Nos primeiros dias que eu o conheci, achei ele legal, mas depois ficou forçando amizade, sempre presente e... sei lá, ele é estranho!
Ele abandonou Ellen no passado e agora vem dizendo que eu sou filha dele e que está arrependido? Como ele pode ter tanta certeza que o sangue que corre nas minhas veias é dele?

Tantas perguntas, mas... Congelo na calçada, me viro lentamente e encaro o colégio. Por que Gilles ainda está no colégio? Todos foram embora, naquele horário só teria os vigias. A curiosidade começa a bater mais forte, ele deve ter se perguntando o mesmo, mas eu não sou suspeita, ele sim!

Dou um passo à frente com a intenção de voltar, porém, algo dentro de mim me faz recuar, não serei idiota de ir. Viro e volto a caminhar para casa, apresso meus passos louca para ficar em segurança.

Que merda... eu queria ir lá para descobrir. Será que ele é o assassino? Tem todos os motivos para ser, entretanto, minha intuição me diz que é outra pessoa. Viro à esquina de casa, franzo a testa quando avisto um carro estacionado na porta, me aproximo e analiso o veículo de luxo da cor vinho.

Que carro mais lindo! Lembro do meu pai, ele que gosta desses modelos Sedan, luxuosos e...

olho para casa e saio correndo, subo as escadas e abro a porta abruptamente.
— Pai? — Chamo olhando pela sala e tirando meus fones, não é possível que é Alexander, ele não falou nada.

— Oi minha bebê! — Olho para trás, e lá está ele, encostado no balcão da cozinha, com as mãos na sua calça e vestido de terno.
— Pai!? — Murmuro sem acreditar que ele está na minha frente, depois de cinco meses longe, eu posso voltar a abraçá-lo.
Alexander sorri e abre seus braços, não penso em mais nada e corro para os seus braços, ele me segura tão forte que começo a chorar. Papai me ergue do chão e me aperta, não sei como eu consegui ficar esse tempo todo longe dele.

Papai é tudo que eu tenho, ele sempre esteve lá quando eu precisei, Alexander foi meu pai e minha mãe, meu confidente e melhor amigo, não sei o que farei se ele não for meu verdadeiro pai.

Ele me coloca no chão, desvencilha do nosso abraço, segura meu rosto com ambas as mãos e enxuga minhas lágrimas. Papai está mais magro, com olheiras um pouco escuras, aposto que mal consegue dormir.
— É você mesmo? — Pergunto sem acreditar que ele está na minha frente.
— Ao vivo e a cores. — Diz rindo quando reviro meus olhos.
— Estava com tantas saudades, pai! — Falo voltando a abraçá-lo.

— Eu também estou morrendo de saudades. — Alexander beija o topo da minha cabeça.
— Percebi que está mais magro e com olheiras. — Ele assente e se afasta.
— Não durmo direito desde que veio para cá.

— Quem ficou cuidando da empresa? — Pergunto segurando suas mãos grandes e quentes. — V ocê não pode se afastar por muito tempo.

— Sua tia Marta está cuidando de tudo.
— Estou com tantas saudades deles. — Choramingo, papai assente e inspira.
— Eles também, nossa família está murcha sem você, sua vó mal fala comigo.
— Bem feito, pai.
— Agora me fale tudo.

— Tipo o quê? — É a sua vez de revirar os olhos e me tirar uma risada.
— Cadê Dean? Quero ver aquela coisinha feia.
— Ele não é feio, pai! — Indago fazendo uma cara feia, ele ri e me segue.
Abro a porta do meu quarto e me afasto para que ele possa entrar. Papai analisa o quarto e franze a testa, comprimo meus lábios segurando uma risada enquanto coloco minha mochila na cama e pego Dean.
— Isso é...

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora