Estaciono a caminhonete em frente a Old Artefacts, encaro a loja com receio de entrar. Peter mora no sobrado acima, parece que estão acordados. Olho para o relógio que marca dez da noite, rosno de raiva quando procuro meu celular e não acho, terei que bater à porta.
Respiro fundo, desço da caminhonete e caminho até a porta, toco a campainha e espero, alguns minutos depois, ela é aberta exibindo uma senhora com cabelos brancos e roupas de cigana, a mesma que me deu o Dean. Ela me encara e sorri.
— Sabia que iriamos receber uma visita. — Cantarola divertida. — Como você está, querida?— Pergunta com a testa franzida deixando seu sorriso morrer.
— Peter está, senhora? — Ela assente e grita o nome do Peter tão alto que meus ouvidos doem.— Acredito que não vá entrar.
— Outro dia, preciso conversar com Peter. — Sabendo que algo aconteceu, ela se afasta dando passagem para Peter, ela fecha a porta nos deixando sozinhos na calçada e com seus olhos azuis cravados no meu rosto, permito que o choro me domine.
Sem dizer nada, Peter me leva para seu peito e me abraça apertado. Meu choro é compulsivo, segurei tempo demais. Tentei ao máximo não deixar que a tristeza me consumisse, mas Peter me deixa vulnerável e ao mesmo tempo, me sinto segura em seus braços.Meu coração dói só de pensar em tudo o que Ellen passou, por ter sido abandonada pelas pessoas que mais confiava. Fez de tudo para agradar seus pais, tomou atitudes erradas e no fim, foi escorraçada, deixada sozinha com uma criança no ventre.
Eu imagino sua dor, até mesmo a desolação quando olhava para a criança que fez tudo desabar.Ela via em mim seus erros, não aguentou, e me deixou como se eu fosse a culpada e merecesse viver sem uma mãe. Em certo ponto eu até que a entendo, mas nada justifica o abandono e as mentiras.
Peter me aperta mais um pouco, sua respiração está calma, seu corpo é quente e forte, sua mão alisa minhas costas e sua bochecha roça a minha. Eu queria que isso fosse um pesadelo, não quero ser filha de um homem egoísta, que abandonou sua esposa à míngua, expulsou ela de casa e a deixou em um país desconhecido. Com que direito ele tem de me chamar de filha?
Depois de anos e de tudo o que ele fez, Bryan quer recuperar o tempo perdido? Mas não foi o mesmo que disse que não cuidaria do filho de outro? Foto não diz nada, não sou parecida com ele, Bryan não merece que eu seja filha dele, não merece nenhum pingo de minha admiração e respeito, mesmo que esteja arrependido, não consigo acreditar nele.
Respiro fundo, me afasto dos braços de Peter e encaro seu belo rosto, ele está preocupado com minha reação, porque desde o momento que cheguei, eu apenas chorei.— Vamos entrar no carro? — Pergunto apontando para a caminhonete. — Sei que tem prova amanhã, não vou tomar seu tempo, só preciso conversar um pouco. — Ele sorri, se inclina e beija minha boca.
Suspiro ao sentir seu gosto tão delicioso, entrelaço meus braços em seu pescoço e aprofundo o beijo com sabor de lágrimas, mas ao mesmo tempo, com sabor de paixão, saudade e carinho.Peter segura minha cintura e começa a andar para frente, vou dando passos para trás sem desgrudar minha boca da sua, até me encostar na caminhonete. Ele saboreia meus lábios com a língua, os morde de leve espalhando arrepios pelo meu corpo inteiro.
Seu beijo desperta reações tão desconhecidas que minha vontade é de explorá-las e descobrir mais dessas reações. Sinto-me pulsar quando seu beijo se torna mais sedutor, meu corpo esquenta e a necessidade de tê-lo aumenta ainda mais.
Infelizmente ele se afasta ofegante, eu também estou e queria que isso fosse mais além, sei que parou porque as coisas esquentaram. Sorrio quando Peter encosta sua testa na minha, sinto sua respiração no meu nariz e o seu cheiro me inebria.— V ocê está melhor agora? — Sua voz sai rouca e grave, arrepiando meu corpo.
— Já te falei que amo escutar sua voz? — Pergunto colocando minhas mãos por debaixo de sua camiseta e sentindo sua pele quente. Peter respira fundo e morde meu lábio inferior.
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Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀
FanfictionSpinose 📒 Tudo nessa vida têm consequências, sejam elas boas ou ruins e Barbara sabe perfeitamente disso. Enviada para fora do país para morar com sua mãe que a abandonou aos dois anos de idade, sua única missão é fazer de tudo para que eles a mand...