Alexander

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Me sento na cama com a cabeça entre minhas mãos, escutar sua voz tão dolorosa e desesperada do outro lado da linha me despedaçou. Eu nunca quis enviá-la para aquele maldito país, ainda mais me separar do meu tesouro, porém, quando Ellen falou que Bryan tinha descoberto a existência de sua própria filha e que poderia entrar na justiça para tê-la, não tive outra alternativa a não ser, mandá-la para longe.

Eu nunca duvidei que Barbara é minha filha, mesmo quando descobri que Ellen estava grávida e que me traia com outro. Mariana sempre foi minha desde o momento que eu escutei seu coração batendo pela primeira vez, ou quando escutei seu choro.

Engulo o caroço que formou na garganta, eu não posso perder minha filha, ela é meu mundo e só de imaginar ficar sem minha boneca, meu peito aperta e quase entro em desespero. Porra... ela é minha filha, sempre será minha bonequinha. Por que ficam duvidando disso? Por que querem tirá-la de mim?

Esfrego meu rosto. Desde o dia em que Mariana foi embora, não consegui me concentrar em nada, tudo o que fazia minha cabeça vagava se perguntando como ela estaria, se está se alimentando bem e se ela está feliz com sua nova vida.

Sinto uma mão alisar minhas costas nuas, nem no sexo eu consigo me concentrar, como se o buraco no meu coração estivesse dominando toda minha vida, fazendo-me perder o sentido de viver.

— Querido, o que foi? — Diz a mulher com uma voz melosa. — Aconteceu alguma coisa? — Ela começa a beijar-me sedutoramente, respiro fundo e me levanto pegando minha calça e começando a me vestir.
— Não aconteceu nada. — Respondo secamente.

— Eu escutei sua conversa. — Olho para ela com a testa franzida.
A mulher nua se estica na cama, exibindo seios fartos e perfeitos, sua mão começa a descer em direção à sua parte íntima. Eu acompanho congelado com sua ousadia, mas na verdade, eu estou buscando em meu cérebro o nome dessa criatura.

Não fazendo ideia de como se chama, volto a encarar seu belo rosto e olhos cheios de luxúria, ela passa a língua nos lábios e sorri maliciosamente. Respiro fundo e volto a me vestir, porque eu transei com essa mulher?
— Não deveria ter escutado, esse assunto é familiar. — Indago vestindo minha camisa social e abotoando-a apressado.

— V ocê já vai? — Choraminga, não me atrevo a olhá-la. — Mas nem começamos.
— Eu já terminei. — Falo tirando duas notas de cem reais da carteira e colocando-as em cima da cômoda. — Para pagar pelos seus serviços. — Aponto para o dinheiro antes de dar as costas.

— Ei, — ela grita e a olho por cima do ombro ao abrir a porta, — eu não sou uma prostituta, seu idiota! — Não? Então por qual motivo aceitou transar comigo depois de dez minutos de conversa no pub?
— Então não deveria se portar como uma. — Retruco saindo do quarto de hotel e deixando uma mulher muito furiosa para trás.

Preciso fazer alguma coisa, Barbara é minha e ninguém tem o direito de dizer o contrário, pois era eu que estava lá quando precisou levá-la ao hospital, quando tinha pesadelos, era eu que estava ao seu lado em todos os seus passos.

Caminho pelo hotel luxuoso recebendo cumprimentos das pessoas, meu motorista já está me esperando em frente dele, com a porta do Bentley aberta. Aceno de leve com a cabeça antes de entrar e me sentar no banco traseiro.

— Bom dia, senhor, para aonde vamos? — Pergunta ligando o carro.
— Me leva para empresa, João, preciso resolver uns assuntos. — Ele meneia a cabeça e parte em direção ao meu destino.
Retiro o iPhone do bolso e ligo para André, meu mordomo há mais de dez anos. Ele atende depois do terceiro toque.
— Alô!

— Sou eu André, preciso que faça algo para mim imediatamente.
— Claro senhor. — Olho para fora pela janela e suspiro, esse é o único jeito de provar que ela é minha.

— Quero que compre passagem somente de ida para San Francisco, Califórnia e arrume minhas malas, não faço ideia de quantos dias ficarei por lá, por isso você estará à frente e cuidará de tudo enquanto eu estiver fora.

— O que mais, senhor?
— Ficarei em Sacramento, alugue um carro e quero que esteja em frente ao aeroporto quando eu chegar. — Ele concorda e eu respiro fundo. — Quanto a reserva do Hotel, eu faço isso, talvez fique na casa de Ellen.
— Certo.

— André, quero sair daqui no máximo até a noite, — falo abrindo meu laptop enquanto João dirige até a empresa, — então não meça esforços para conseguir essa passagem.
— Não se preocupe, quando o senhor voltar, estará tudo pronto. — Agradeço e finalizo a ligação.

Envio um e-mail para o médico amigo meu que trabalha em um hospital na mesma cidade que Ellen, solicitando seus serviços. Depois para minha advogada contando o ocorrido e pedindo para comparecer à reunião, ela ficará responsável enquanto eu estiver fora, tomando quaisquer decisões na presidência.

Primeiro porque eu confio nela de olhos fechados e colocaria minhas mãos no fogo por ela.

Segundo, Marta é minha irmã, então não existe uma pessoa perfeita que não seja ela para ocupar meu cargo de presidência enquanto estiver fora.

Fecho o laptop e recosto a cabeça no banco, irei para os Estados Unidos provar que Mariana é minha, que ninguém poderá me dizer o contrário, e no fim, trarei minha filha de volta, para sua verdadeira casa e família, porque Mariana é uma Vitalle, e sempre será uma Vitalle.

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora