Capitulo 20📒

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Estaciono o carro ao lado da loja da mãe de Peter. Bryan foi lá em casa, a cada dia que passa, mais presente ele se torna, aproveitei e pedi sua caminhonete emprestada, e para minha surpresa, ele me emprestou sem contestar.

Tomamos o café da manhã juntos, não sei, eu posso até estar errada, mas esses dois estão de rolo, porque estão amiguinhos demais e perto demais. Olho para trás, Dean dorme sem fazer barulho, o que é um alívio, essa criatura chora demais.
Respiro fundo tomando coragem, será que ele está em casa? Desligo a caminhonete e recosto a cabeça no banco. É um risco eu estar dirigindo sem carteira, porém essa é a vantagem de ter uma mãe policial.
Ai meu Deus! Levanto a cabeça com a respiração acelerada, já estou até considerando Ellen minha mãe, isso está ficando sério.

Desço da caminhonete gigante, deixo a janela aberta por causa de Dean e caminho até a porta da loja. Respiro fundo mais uma vez antes de entrar na Old Artifacts. Um sino toca e eu olho para ele assustada.
— Seja muito bem-vinda. — Uma mulher ruiva me recepciona.

Ela usa um macacão largo de um pano bem fino e colorido, muitas pulseiras, anéis e colares, a tiara em sua testa me chama atenção por parecer ser feito à mão. Lembro de quando Frankie falou sobre Peter e sua família no meu primeiro dia no colégio, essa mulher se parece muito com ele e é muito linda também.

— Oi. — Cumprimento sem graça.
— Em que posso ajudar, criança? — Pergunta se aproximando.
— É... — Limpo a garganta e me assusto quando ela pega minha mão direita e vira para cima.

— Não se assuste. — Ela me olha com simpatia. — V ocê tem uma áurea muito brilhante, mas está um pouco ofuscada. — Diz alisando a palma da minha mão.
— O que você está fazendo? — Pergunto puxando minha mão, mas ela segura mais forte.

— Barbara... — Fala meu nome arrastado encarando minha mão.
O que essa mulher esquisita está fazendo, meu Deus do céu!?

— Como sabe meu nome? — Ela balança a cabeça negativamente.

— Vejo escuridão em seu caminho, muita tristeza e segredos que podem mudar seu futuro. — Revela contornando a palma da minha mão com o dedo. — V ocê precisa ser forte, nem tudo o que dizem é verdade. Vejo cobras, sangue, lágrimas em seu caminho, mas também consigo ver força e perdão...
— V ocê está me assustando. — Tento puxar minha mão novamente, mas ela me impede.

— V ocê vai precisar seguir seu coração, Mariana, coisas negativas estão ao seu redor, mas você terá que ser forte, — ela me encara com intensidade, — para vencer o inimigo.

Meu coração acelera com desespero por causa das palavras dessa mulher, e ela tem tanta certeza na voz e no olhar que fico ainda mais assustada. Por que está me dizendo essas coisas? Ela nem me conhece!
— Mãe! — Uma voz quebra a tensão. — O que você está fazendo? — Peter nos olha com as sobrancelhas franzidas.

— Estava conversando com sua amiga, ela veio te ver. — Diz se afastando rapidamente, nos deixando sozinhos.
Olho para minha mão trêmula enquanto as suas palavras navegavam minha mente, batucando sem parar. Sobressalto quando a mão de Peter segura a minha, ele a esfrega e me olha preocupado.

— Peço desculpas, minha mãe e minha vó são esquisitas. Não ligue para o que dizem, é tudo fantasia de suas cabeças. — Assinto com receio, não senti que foi de sua cabeça ou imaginação, ela estava falando seriamente.
— O que ela fez?

— Elas são ciganas, e sabe como ciganas são curiosas, sempre querem ler o futuro das pessoas. — Engulo seco e aperto a mão de Peter que ainda segura a minha.
— Quero te fazer um convite. — Falo finalmente olhando para ele.

Peter está com seus óculos de grau e me olha no fundo dos olhos, meu corpo fica elétrico com a intensidade de seu olhar, o calor de sua mão faz meu coração palpitar e o sorriso preguiçoso que aparece em seus lábios faz minha boca secar.
— Pode falar.

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora