Uma hora depois, Katie estaciona o Porsche rente à calçada da minha casa. Eu vi esse carro na primeira vez que fui à escola, mas não a vi sair dele, e sim umas duas loiras se não me engano, devem ser amigas dela.
Katie se aproxima com uma sacola e olha para Dean andando na grama. Ela estende a sacola e senta ao meu lado na escada e fica observando a criatura choramingar.
— Arrumou um companheiro? — Pergunta abrindo um pirulito.— Ele me escolheu. — Sorrio verificando o que tem dentro da sacola. — Obrigada por ter trago a comida de Dean.
— Dean!? — Katie me olha com um semblante chocado. — Dean do sobrenatural.— Esse mesmo. — Confirmo analisando o patê de carne que ela comprou.
— Agora toda vez que chamar esse cachorro pelo nome, vou me lembrar daquele Deus grego.— Diz suspirando.
— Ele é muito gato.
— Gostoso... — Fala passando a língua em seus lábios. — Ah... se eu tivesse uma oportunidade, eu dava minha preciosidade sem pensar duas vezes, até ficar assada.
— Ei!? — Ela solta uma risada e dá de ombros. — Que mente pecaminosa, hein?
— Nhaaaa, deixa eu com meus sonhos obscenos. — Balanço a cabeça negativamente, rindo dela. — Onde arrumou esse cachorro?— Estava caminhando de volta para casa e encontrei uma rua colorida e divertida, Peter conversava com uma velhinha com uma caixa de cachorros, no final, acabei trazendo. — Katie assente chupando seu pirulito.
Dean se aproxima, tiro do saquinho um petisco e dou para ele, ainda bem que Katie escolheu um molinho que dá para ele mastigar. A criatura se afasta um pouquinho levando seu canudo de petisco e deita na grama mastigando-o. Só assim para ele ficar calado.
— Me diga aí, — começa empurrando meu ombro com o dela, — qual seu lance com victor?— Nenhum. — Respiro fundo e encaro seus olhos amendoados. — Gosto dele, só que...
— Qual o problema? — Dou de ombros, não quero falar sobre isso com ela.
— É complicado.— Peter não é um cara para se andar, BARBARA. — Revela me surpreendendo. Como assim?
— Posso saber por quê? — Katie tira o pirulito da boca e passa a língua nos lábios.
— Ele é problemático. — Fala sem dar mais explicações.— Como assim? Pode me explicar direito?
— Eu conheço sua família por frequentar a mesma igreja que a minha mãe, e você sabe como as pessoas gostam de fofocar a vida dos outros, então muitas coisas eu ficava sabendo, mas nunca me aproximei dele. — Revela mordendo seu pirulito.
— O que aconteceu? — Ela respira fundo antes de começar a falar.— Ele era um drogado. — Meu coração acelera com a revelação de Katie. — V ocê sabia que ele andava com o trio? — Arregalo os olhos e sinto meu corpo gelar.
— Não fazia a menor ideia. — Ela morde o lábio inferior e balança a cabeça.
— Eles praticamente cresceram juntos, não sei qual a relação entre eles, mas parece que Peter queria ser aceito no trio, então começou a se drogar, a beber e andar pelo caminho errado.Esfrego meu rosto chocada com essas palavras, por isso que sempre achei que essa implicância com victor tinha alguma coisa a mais, algo mais particular, mas saber que aquele nerd um dia foi um drogado é difícil de acreditar, pois parece que anda na linha.
— Por que você está me contando? — Katie inclina a cabeça me encarando.
— Para você se afastar dele e do trio, gosto de você, mas eles são barra pesada e vão te machucar, Mariana. — Umedeço meus lábios e balanço a cabeça indignada.
— Me machucar?— Ela meneia a cabeça e estala os dedos olhando para Dean.
— V ocê reparou que todas as pessoas que morreram tiveram algum contato com eles? — Nego com a cabeça, não reparei nisso.
— Pois bem, — diz se virando para mim, — eu te falei da lista dos mortos, que de algum modo eles estão ligados com o trio, como eu sei do vínculo deles, eu suspeito que um deles seja o assassino.— Quem? — Pergunto intrigada.
— Peter.
Fico paralisada encarando Katie, não consigo me mover e muito menos falar alguma coisa.Peter pode ser o assassino? É inacreditável, do pouco que o conheço, sei que não faria mal nem a uma mosca. Mas é aí que mora o perigo, pois nunca conhecemos ninguém verdadeiramente.
— Por qu... — Engulo em seco e respiro fundo. — Por que você acha isso?
— Vingança. — Ela balança os ombros e faz um beiço. — A única coisa que me vem à cabeça é isso.
— Vingança porque, Katie? O que aconteceu? — Ela balança a cabeça negativamente.— Não sei de detalhes, apenas que eles estavam juntos no dia do acidente do pai de Peter. — Katie respira fundo. — Só sei disso.
— E é o suficiente para acusá-lo? — Pergunto com um tom severo. Ela ergue uma sobrancelha e sorri de lado.— Estou suspeitando, depois você tenta ligar os pontos, vai encontrar alguma coisa. — Respiro fundo e olho para Dean que dorme feito um anjinho.
— Essa cidade é muito esquisita. — Murmuro esfregando minhas mãos.
— Estou te avisando antes que seja tarde. — Diz com indiferença e abre outro pirulito, colocando-o na boca.
— Obrigada pelo aviso. — Rebato com um pouco de raiva.Sua suspeita é muito grave, não se acusa uma pessoa assim sem ter provas, ainda mais um garoto que é maltratado na escola e tem um passado cheio de dor. O que ela está fazendo não é certo, parece que não quer que eu esteja com Peter, aliás, ninguém parece que me quer junto com ele. E por quê?
— Vamos fazer nosso trabalho logo? — Pergunta se levantado. — Minha mãe quer que eu vá no cemitério com ela. — Fala revirando os olhos.
— Quem morreu? — Katie abaixa a cabeça.
— Meu pai. — Revela me dando um choque. — Ela quer arrumar o túmulo dele, deixar mais bonito.— Sinto muito. — Digo sentindo meu coração apertado.
— Tudo bem. — Ela me lança um sorriso forçado. — Já tem algum tempo.
— Como ele morreu? — Sei que estou sendo insensível, mas estou tão curiosa.
— Acidente de carro, há três anos atrás. — Revela desviando do meu olhar.
— Vamos fazer nosso trabalho então, qual assunto mesmo? — Pergunto mudando de assunto, porque fiquei incomodada com o rumo da conversa.— Sobre a literatura no século XXI. — Meneio a cabeça me levantando com a sacola na mão.
— Não vai ser tão difícil, gosto de literatura. — Falo pegando Dean no colo e entrando dentro de casa com Katie logo atrás.
— Eu não sou fã desse tema, ainda bem que escolhi a parceira perfeita. — Fala dando pulinhos enquanto sobe as escadas que leva para meu quarto.— Bem, acho que é bom não ficar tão animadinha, porque não vou fazer esse trabalho sozinha.
— Ela ri abrindo a porta do meu quarto.
— UAU! — Exclama. — Que quarto lindo.
— Obra de Ellen. — Digo colocando Dean na sua caminha improvisada com um travesseiro e coloco as comidas dele em cima da cômoda.— Adorei, meu sonho é ter um quarto assim. — Revela pegando meu notebook.
— V ocê é rica, deve ter um quarto mais lindo que o meu. — Ela dá de ombro e sorri.
— Talvez eu tenha. — Katie senta no chão e me olha. — Vamos começar?
— Vamos. — Confirmo sentando ao seu lado.Durante três horas seguidas fazemos nosso trabalho, pesquisamos e montamos relatórios conforme a professora instruiu. Ri muito de Katie que reclamou a maior parte do tempo, e me contava histórias sem nexo enquanto eu escrevia e montava o relatório, porque ela não é boa em escrever, então tomei essa tarefa para mim.
Katie chupou vários pirulitos ao longo das horas, não sei de onde tirou tantos, sua boca provavelmente deve estar toda machucada, pois não tem lógica chupar essa quantidade e não ficar com a boca sensível.
Depois do trabalho finalizado, ela foi embora e passei a tarde inteira do sábado com Ellen.Assistimos um monte de filmes e comemos várias besteiras – gordices vamos dizer assim. E a cada dia que passa eu gosto ainda mais dela e do seu jeito divertido e sério ao mesmo tempo.
Ellen não é tão ruim assim, mas mesmo que eu esteja criando um vínculo, ela tem muito o que se explicar. Dean por outro lado, deu muito trabalho, cagou nos tapetes de Ellen, fez xixi nos corredores e sem contar no grito que ela deu ao pisar na bosta fedorenta da criatura, quase me enforcou.
Mas conseguimos contornar a situação, ele é pequenino ainda, tem muito o que aprender e amanhã levarei Dean ao veterinário que Ellen indicou, mesmo que seja domingo, ele me atenderá, só espero que a pessoa que irei chamar, esteja disposta a me acompanhar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀
FanfictionSpinose 📒 Tudo nessa vida têm consequências, sejam elas boas ou ruins e Barbara sabe perfeitamente disso. Enviada para fora do país para morar com sua mãe que a abandonou aos dois anos de idade, sua única missão é fazer de tudo para que eles a mand...