capítulo 25📒

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Saio do carro apressada sem olhar para trás, não quero conversa e muito menos escutar explicações, no momento quero apenas ficar em um canto e esperar até minha mente estar arejada, mas a verdade é que estou com medo de saber sobre minha origem.

— Barbara! — Chama Ellen andando atrás de mim.
Abro a porta de casa bruscamente e caminho em direção ao meu quarto.
— Barbara, precisamos conversar. — Insiste Bryan fechando a porta, meu corpo gela só de escutar sua voz, a voz do homem que pode ser meu verdadeiro pai.
— Barbara! — Ellen choraminga desesperada me fazendo parar no meio das escadas.

Respiro fundo e olho para eles parados rente à escada, me encarando com súplica.
— Eu não quero conversar, muito menos saber da merda da verdade. — Digo entre os dentes.

— Nesse momento eu quero ficar sozinha, esfriar minha cabeça e tentar achar uma lógica em tudo isso, ou até mesmo acordar dessa droga de pesadelo. — Eles respiram fundo e Ellen abaixa a cabeça cruzando os braços.

— Barbara... — Começa Bryan, mas se cala quando dou de costas.
— Me deixem em paz. — Escuto alguém me seguir, mas logo para.
— Deixe-a, Bryan. — Diz Ellen. — Não vai adiantar conversar agora.

— Mas precisamos resolver isso.
— Ela é igual Alexander, — paro de subir quando escuto o nome do meu pai, — só conversam com a cabeça fria. Deixe-a, vamos esperar. — Diz Ellen, meu peito aperta, não tem como papai não ser meu pai.

Respiro fundo e entro no quarto fechando e trancando a porta. Começo a andar de um lado para o outro, Dean vem em minha direção, mas não dou bola para ele, preciso pensar, encontrar algo que prove que Alexander é meu pai.

Prendo meus cabelos em um coque alto e esfrego meu peito que dói a cada batida acelerada do meu coração. O caminho do colégio até em casa foi preenchido pelo silêncio, ninguém estava com intensão de resolver esse assunto dentro do carro, ou até mesmo no estacionamento do colégio cheio de plateia.

Sento na cama engolindo o choro, não posso chorar antes de saber a verdade. Pego meu iPhone e disco o número de Alexander, meu pai até algumas horas atrás. Espero que ele atenda, o que não demora muito, e ao escutar sua voz grave e rouca, sinto meu mundo se desabando aos poucos.
— Oi, minha boneca. — Saúda com alegria, me deixando ainda mais furiosa.
— É verdade?

— O que é verdade?
— Que você não é meu pai? — Alexander fica em silêncio do outro lado da linha e escuto sua respiração acelerada. — V ocê mentiu esse tempo todo?
— Eu...

— Então é verdade, não é? — Solto uma risada fria. — O que não é mentira na minha vida?
— O amor que sinto por você. — Diz apressado antes que eu fale em disparada.
— Amor? — Levanto da cama e começo a andar de um lado para o outro. — Quem ama não mente, não engana e não esconde...
— Você está sendo injusta...

— Injusta, Alexander? — Pergunto indignada. — Foi por isso que me enviou para esse maldito país? — Papai respira fundo e fica em silêncio, espero por sua resposta que vem com uma voz carregada de dor.

— Ele descobriu que você poderia ser dele, então eu te enviei para conhecer seu verdadeiro pai.
— Não sei qual dos três é pior... — Digo ofegante e quase chorando.
— Barbara... — Desligo o telefone na cara de Alexander e seguro-o firme para não jogar na parede por puro ódio e raiva. Acabo jogando-o na cama e abaixando para pegar Dean que não para de chorar.
Deito na cama encolhida e com minha criatura nos braços, deixando finalmente minhas lágrimas escorrerem e meu choro sair. Dean me cheira e coloca a cabecinha no meu pescoço, como se estivesse me consolando.

— V ocê é o único que não mente para mim, não é? — Sussurro apertando seu corpinho. — Por favor, nunca minta para mim, Dean... nunca, ok?

Com meu cachorro nos braços, choro de dor até pegar no sono. Sei que quando acordar terei que enfrentar meu presente que mudará o meu futuro, e mesmo que não queira, eu preciso escutá-los.

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora