capítulo 34📒

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Saio do colégio e caminho em direção ao Cadillac CT5, louca para ir embora, diminuo os passos quando o vejo encostado no carro com os braços cruzados. Respiro fundo, me aproximo e fico na sua frente, esperando por suas desculpas.

— Eu errei! — Sussurra com a cabeça baixa. — Eu não deveria ter feito aquilo.
— V ocê foi um babaca. — Rosno indo em direção à porta do motorista, mas Peter dá um passo para o lado, me bloqueia e me olha com súplica. — Tenta ser um pouco mais convincente, Peter. — Ele me encara no fundo dos olhos.

— Eu não me aproximei de você por causa dos meus primos, Barbara. — Troco o peso do meu corpo para a perna direita e fito a chave do carro na minha mão. — Foi apenas um momento de possessão, queria mostrar para eles que você é minha.
— E por isso começou uma competição de quem me tem?

— Não, meu amor, nunca faria isso. — Diz descruzando os braços. — Droga Mariana, você quem correu atrás de mim.
— É verdade. — Indago um pouco divertida.
— Eu errei, por isso peço desculpas. — Peter se aproxima e segura meu rosto com ambas as mãos. — Não deveria ter agido daquela forma.
— V ocê não precisa provar a ninguém que me tem, Peter.
— Eu sei...
— Meu coração é seu desde o momento que esbarrei em você no aeroporto, de mais ninguém.

— Ele assente e suspira. — Suas palavras me magoaram.
— Eu sei!
— V ocê vai me contar tudo? — Peter me olha incerto. — Quero saber do Peter do passado, não quero que nada nos afaste, quero saber de tudo. — Ele inspira fundo e assente.

— Para o nosso lugar especial?
— Para o nosso lugar especial. — Repito lhe entregando a chave e contornando o carro.
Sento em uma pedra ao seu lado e encaro o horizonte, o sol está quase se pondo e o céu está laranja com várias gaivotas voando sem parar, seu canto é reconfortante, assim como o barulho do mar e o vento que bate em meu rosto.

— Esse lugar é maravilhoso. — Digo esticando minhas pernas.
— Por isso que sempre venho aqui.
— O que aconteceu naquela noite, Peter? — Ele suspira e fica calado por um minuto.
— Como já descobriu, eu fazia parte do trio, antes de Susan e Francine. — Começa com desconforto. — Eu era um garoto bobo e inocente que queria apenas se enturmar com seus primos.

Nunca fui de ter amigos, sempre tive essa dificuldade de me aproximar das pessoas, mas com eles era diferente, eu os achava o máximo, eram descolados e sempre andavam com vários garotos em sua volta, queria ser igual a eles.

— Por isso que começou a fazer o que eles faziam?

— Em parte sim. — Diz chegando mais perto de mim e segura minha mão direita. — Nossa família está em pé de guerra, para ser sincero, nunca entendi a rivalidade dos Mackenzie, mas eles tentaram reconciliar e foi quando eu comecei a andar com os meninos. Meu pai não gostava muito, ele sempre teve um pé atrás, no entanto, quanto mais tempo eu passava com meus primos, mais revoltado eu ficava. Queria ser igual eles, sem os pais os perturbando, fazendo o que queriam e na hora que queriam, eu me espelhei nisso e comecei a me rebelar.

— Que feio, Peter. — Falo brincalhona, aperto sua mão para ele continuar.
— Comecei a brigar com meus pais, a sair escondido e voltar bêbado, só não parei de estudar porque o colégio onde estudávamos fazia parte da nossa rotina, e nunca era entediante. — Peter respira fundo e abaixa a cabeça. — Até eles me apresentarem uma droga, Jimmy disse que era boa, que não viciava e que era a sensação dos jovens, Gilles ficava alucinado e animado sempre que usava, ele sempre falava que era como uma pessoa viciada em chocolate, sempre querendo mais.

Fiquei curioso, mas me limitava, até que Jimmy começou a botar pressão, ele mandava eu fazer coisas cada dia piores, até mesmo entregar esses “chocolates” para outras pessoas.
— Esse chocolate seria o quê? — Pergunto com a testa franzida, Peter sorri de lado e entrelaça nossa mão.
— Crack, cocaína, maconha, ecstasy, LSD e heroína.

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora