capítulo 36📒

680 42 0
                                    

Sou acordada no dia seguinte com um cachorro tentando subir na minha cama, viro de lado e encaro-o, com um pouquinho de raiva por ter me acordado tão cedo, mas essa irritação some, quando seus olhinhos brilhantes se encontram com os meus. Sorrio pegando-o e coloco-o na minha cama, fico abraçadinha com minha criaturinha cheirosa e gostosa.

Meu despertador apita dez minutos depois, minhas costas doem e o fundo da minha barriga contorce, constatando que estou naqueles dias. Droga... Suspiro e com uma respiração funda, levanto da cama junto com Dean. Tomo um banho, me arrumo, prendo meus cabelos em um coque alto um pouco bagunçado e desço para tomar o café da manhã.

Hoje estou um caco, só queria ficar deitada e dormir o dia inteiro.
Dean me acompanha, ele já consegue descer as escadas, com dificuldade, mas consegue. Fico observando-o, preparada para acudir caso ele não der conta, sorrio quando ele desce o último degrau e pula na minha perna.
— Olha só, se não está virando um homenzinho. — Elogio acariciando sua cabecinha.

Balbucio um bom dia para meu pai quando vou para cozinha. Tomo um comprimido para dor, arrumo comida para Dean, pego um copo e encho-o de leite e me sento à mesa fazendo caretas.
— O que foi? — Papai pergunta me olhando por cima do Notebook.
— Posso faltar a aula hoje? — Ele arqueia uma sobrancelha. — Estou menstruada e com dores. — Papai meneia a cabeça e sorri.
— Um remédio vai resolver suas dores, agora a outra... bom, não pode te impedir de fazer as coisas.

— Mas é ruim, é como se meu útero e tripas estivessem saindo por...
— Não precisa detalhar. — Diz rindo, deito minha cabeça na mesa e fecho meus olhos por alguns minutinhos, esperando o remédio fazer efeito.

— Está trabalhando, pai? — Pergunto, porque sou incapaz ficar em silêncio.
— Estou analisando os relatórios do mês passado, para ver se está tudo certo. — Assinto.
— Uai... — Levanto a cabeça e olho em volta. — Cadê a Ellen?
— Está na cama. — Diz focado no que está digitando.
— Ela é sempre a primeira a acordar. — Papai me olha e suspira.

— Ellen acordou indisposta, quando eu fui vê-la, ela estava queimando em febre, mas agora está melhor, dei um remédio, parece que pegou uma gripe. — Mordo meu lábio, Ellen é tão forte, como um simples resfriado a derruba desse modo? — Vai lá vê-la, ela precisa do seu perdão, Barbara. — Encaro meu pai com meu coração começando a acelerar. — Ellen parece ser uma torre firme, mas por dentro está cheia de rachaduras.
— Eu não sei..

Alexander não diz mais nada deixando a escolha por minha conta, volta a prestar atenção no que estava fazendo, olho para as escadas e com um suspiro, levanto e vou até Ellen, está na hora de resolvermos isso.
Abro a porta com cautela e coloco minha cabeça dentro do quarto escuro, vejo seu corpo encolhido na cama, abro mais a porta e dou um passo à frente, Ellen se vira e me olha.
— Papai falou que está doente. — Digo congelada na porta, por que meu coração está acelerado?
— Uma gripe besta. — Responde se sentando na cama e ligando o abajur, que ilumina um pouco o quarto.
— Será qu..

— Venha! — Diz batendo a mão na cama. — Vamos conversar. — Assinto com um suspiro, fecho a porta e sento ao seu lado na cama.
Fecho minhas mãos nas cobertas de Ellen, estou tão nervosa e com o coração na garganta, não sei nem o que dizer, então fico em silêncio sem ter coragem de encará-la.
— Eu cometi um grande erro naquela época, — começa com a voz trêmula — um não, vários.

Sei que não justifica o que eu fiz, mas eu quero me redimir, fui imatura e idiota, não sabia o que era ser mãe, porque eu só foquei no meu arrependimento. — Ellen se inclina e segura minha mão. — V ocê nunca foi um erro, Barbara, você foi uma benção que Deus colocou em nossas vidas, só que eu não soube reconhecer isso. — Mordo meu lábio inferior que treme.

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora