Capítulo 35

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Algumas semanas se passaram e o sexo ficou cada vez melhor. Eu tinha a sensação de que Yerik ainda estava se segurando umpouco, mas eu não me importava. Às vezes eu me perguntava se ele não precisava fazer amor suave tanto quanto eu, depois de todo o estresse que ele passou com a Bravta.

Fazer amor? Não importa o quanto eu tentei ignorar meus sentimentos, eu sabia que amava Yerik. Talvez fosse natural se apaixonar pela pessoa com quem você estava casada, com a pessoa que você compartilhava intimidade. Eu não tinha certeza de por que tinha me apaixonado por ele, apesar das minhas melhores intenções, antes do casamento, de não deixá-lo entrar no meu coração, eu só sabia que tinha sido assim. Eu não contei a ele sobre os meus sentimentos, mesmo que algumas vezes as palavras tenham estado na ponta da minha língua quando estávamos nos braços um do outro, suados e saciados após o sexo.

Eu sabia que Yerik não diria nada de retorno para mim, e não queria ficar vulnerável desse jeito. Eu assisti o pôr do sol de Nova York deitada na espreguiçadeira no terraço. Kriger estava lá dentro, lendo uma revista de esportes no sofá. Algumas vezes eu tinha considerado pedir a Yerik para diminuir a presença constante de Kriger. Nada ia acontecer comigo em nossa cobertura, mas então eu mudava de ideia. Eu ia me sentir
ainda mais sozinha sem Kriger por aqui, mesmo que nós não conversássemos muito. Yekaterina só vinha por volta da hora do meio dia para limpar e preparar o almoço e o jantar, e Yerik saíam quase todos os dias. Eu ainda não tinha encontrado nenhuma das mulheres
da Família nem para tomar café. Depois a traição de Mia, eu realmente não estava interessada em passar mais tempo com a família de Yerik.

Meu celular vibrou em cima da pequena mesa ao meu lado. Peguei-o, vendo o nome de Ayla na tela. Felicidade estourou no meu peito. Nós tínhamos nos falado esta manhã, mas não era incomum minha irmã ligar mais de uma vez por dia, e eu não me importava.

No momento em que ouvi a voz dela, eu me sentei, meu coração batia no meu peito como um louco.

- Acsa - ela sussurrou, sua voz embargada de lágrimas.

- Ayla, o que aconteceu? O que está acontecendo? Você se machucou?

- O pai me deu a Yegor.

Eu não entendia, não conseguia entender.

- O que quer dizer com ele lhe deu a Yegor? - minha voz tremeu e as lágrimas já queimavam nos meus olhos enquanto eu ouvia os soluços de Ayla, que eram de cortar o coração.

- Rurik Czar falou com nosso pai e disse que Yegor queria casar comigo. E o pai concordou!

Eu não conseguia respirar. Eu tinha medo de que Yegor não deixasse Ayla fugir, devido à sua impertinência com ele. Ele era um homem que não gostava de ser rejeitado, mas como podia nosso pai concordar?

- O pai disse porquê? Eu não entendo. Eu já estou em Nova York. Ele não tinha necessidade de casar você com alguém de fora da Família também.

Eu já estava sentada, então não podia me sentar ainda mais e levantei. Eu comecei a andar pelo terraço, tentando acalmar meu pulso acelerado com minhas respirações rápidas.

- Eu não sei porquê. O pai quer me punir por dizer o que penso. Ele sabe o quanto eu desprezo os nossos homens, e quanto eu odeio Yegor. Ele quer me ver sofrer.

Eu queria discordar, mas eu não tinha certeza de que Ayla estava errada. Nosso pai pensava que as mulheres precisavam ser colocadas em seu lugar, e a melhor maneira de fazer isso com Ayla era unindo-a a um homem como Yegor. Atrás de seus sorrisos se escondia algo escuro e feroz, e eu tinha a sensação de que Ayla não teria o bom senso de não provocá-lo até que ele perdesse o controle.

The Cruel.   [✔︎ Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora