Capítulo 34

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Eu senti como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Raiva e frustração encheram meu peito quando entrei na cobertura. Kriger se levantou de onde estava sentado no banquinho do bar, a única fonte de luz na tela do celular.

- Quantos?- Ele perguntou.

- Três. - eu disse, já passando por ele. Eu não estava com vontade de falar. Eu queria lavar a sujeira e o sangue e dormir um pouco. Se meu corpo me permitisse encontrar sono a noite toda.

O bling do elevador me disse que Sawyer tinha saído e subi as escadas. Já passava da meia-noite, por isso fiquei surpreso ao ver Acsa ainda acordada, lendo um livro.

Seus olhos se encheram de preocupação quando eu continuei para o banheiro sem outra palavra. Eu fechei a porta e tomei banho por um longo tempo, esperando me sentir mais como o homem que eu queria estar perto de Ana depois, mas, quando eu saí, uma corrente de violência e raiva ainda habitava o meu corpo.
Saí, ainda sem dizer nada, e deixei metade do meu corpo cair na cama.

O olhar de Ana descansou no meu rosto enquanto eu olhava para o teto.

Eu perdi homens bons esta noite, e suas famílias perderam seus pais e filhos. O dinheiro não seria um problema, a Famiglia cuidava de si mesma, mas isso não proporcionava consolo para todos.

- Dia ruim?- Acsa perguntou suavemente.

Ela se apoiou e, pelo canto do olho, vi o modo como seus mamilos atingiam o bico. Eu estava dividido entre querer reivindicá-la novamente, mais duramente do que da última vez, encontrar uma saída para minha tensão e segurá-la em meus braços para me lembrar de que algumas coisas boas permaneceram nesta vida.

- Yerik?

- Eu perdi três dos meus homens hoje. - eu disse asperamente. Não foi a primeira vez, mas hoje foi brutal. A Bratva estava ficando confusa demais, e eles começaram a trabalhar com MCs locais que prosperaram no caos e na anarquia.

No passado, depois de dias como este, eu tinha ido a um dos clubes do Famiglia e encontrava uma mulher para foder ou ligava para Elena, porque ela ficava molhada com o meu lado violento. Isso não era mais uma opção. A mulher ao meu lado, minha esposa, não era alguém em quem eu pudesse tirar minha raiva.

Acsa tocou meu bíceps, tentando pegar meus olhos, mas eu não queria olhar em seu rosto inocente, e ainda menos que ela visse a porra da escuridão em mim.

- O que aconteceu?

- A Bratva atacou um dos nossos armazéns.

Nem sequer começo a descrever a porra da bagunça que eu testemunhei, pois era demais para Acsa engolir.

- Nós faremos eles pagarem. Nossa retribuição os fará sangrar.- Eles enviaram meus homens para o inferno. Eu mostraria a eles porque algumas pessoas me temiam como o diabo.

- O que eu posso fazer?- Acsa perguntou, acariciando meu peito levemente.

Eu finalmente me virei para ela, percebendo que ela
estava tentando me consolar com seu toque, com a gentileza disso. No passado, eu tinha fodido a raiva do meu sistema, tinha queimado o fogo em minhas veias com mais fogo. Eu nunca tinha considerado outra opção, nunca quis uma, até Acsa.

- Eu preciso de você.- eu me pressionei a falar.
Porra, eu precisava dela, mas uma guerra ainda estava em meu corpo.

-Ok.- Não houve hesitação na palavra. Ela se despiu, então esperou ao meu lado.

Meus olhos percorreram seu corpo e um rugido de
desejo abafou todo o resto. Eu empurrei minha boxer, já
dolorosamente duro. Eu peguei Acsa e a coloquei em cima de mim, sentindo sua boceta contra a minha pele.

The Cruel.   [✔︎ Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora