Anjo da guarda

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Naruto foi do céu ao inferno em menos de trinta segundos. Num instante estava sendo chupado pela boca pecaminosa de Hinata, e no seguinte tinha os olhos assustadoramente claros do Marquês Hyuuga sobre si. Dizem que quando se está prestes a morrer, a vida inteira passa diante dos olhos. Foi exatamente assim que Naruto se sentiu, afinal, ali no  escritório de Hiashi tinha uma infinidade de armas, dos mais diversos calibres.
— Desculpe-me pelo atraso, Uzumaki. — O mais velho cumprimentou, cordial. — Por que você está sentado em minha poltrona?
Essa era uma pergunta normal, contudo, a mente fértil do loiro interpretou-a como uma grave ameaça de morte. Oh, céus! Ele nunca se casaria nem teria filhos. Vovô, Pai Iruka, eu amo vocês. Despediu-se em silêncio. Uma atmosfera constrangedora dominou o ambiente, enquanto o marquês permanecia imóvel, fitando o quase genro.
— Você está bem, Uzumaki? — Perguntou lentamente, como se o loiro não tivesse a capacidade cognitiva de responder a uma questão complexa.
— E-eu estou ótimo! — Exclamou, percebendo que, apesar dele próprio enxergar Hinata, a grande mesa impedia que o Hyuuga a visse. Por isso, decidiu improvisar. — É que eu estou sentindo uma dor nas costas terrível hoje. Tenho lombalgia, sabe? — Improvisou, fazendo uma careta.
O mais velho não pareceu desconfiar de nada, pelo contrário, ergueu as sobrancelhas em um gesto de compreensão.
— Oh, eu sofro disso há anos! — Pôs a mão na lombar, como se recordasse do incômodo no local. — Mas eu tenho uma técnica ótima para aliviar a tensão nessa região. Levante-se e venha até aqui.
Hinata, por baixo da mesa, continuava com o membro do Uzumaki dentro da boca, encarando-o com os olhos arregalados. Muito rápido, ele rebateu:
— NÃO!
— O quê? — O moreno desconfiou, repreendendo-o com o olhar. — Levante-se e venha aqui, Uzumaki, é para o seu bem.
Naruto não saberia definir exatamente o que Hinata havia tentado fazer, todavia, sentiu o seu pau ser sugado em uma intensidade avassaladora pela boquinha miúda. Por ser pego desprevenido, o loiro gemeu alto, se remexendo na bendita poltrona.
— N-não, senhor. — Definitivamente, agora ele morreria.
Hiashi cerrou os punhos e suspirou, olhando ao redor do escritório. De súbito, ele parou, fitando um mosquete pendurado na parede. O Uzumaki engoliu em seco, sentindo-se cada vez mais próximo da morte. Com cuidado, o marquês retirou a arma dos ganchos que a prendia, segurando-a como se fosse atirar. Então, apontou diretamente para Naruto.
O lorde quase desmaiou naquele momento. De bronzeado, ele ficou pálido. O mais velho se aproximou a passos lentos, sem nunca abaixar a mira. @@@ Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Orou, entregando a vida ao Altíssimo.
— Você sabia que, mesmo não sendo tão letal quanto um rifle, um mosquete pode causar um grande estrago? — Agora a arma estava a meros centímetros do rosto do loiro. Sem confiar na própria voz, ele moveu a cabeça em uma negativa. — Pois é! Foi por causa de um coice dessa arma que eu machuquei minha lombar.
Naruto soltou o ar com força, se recostando na poltrona. Puta merda! Se seu intestino fosse um pouco mais fraco, não teria acabado bem. Na verdade, era um verdadeiro milagre que ele não houvesse se cagado todinho.
— M-mas o senhor está melhor agora, não é mesmo? — A voz do loiro soou aguda demais.
— Ah, eu estou ótimo desde que as meninas cresceram. A Hinata amava brincar de cavalinho na infância, eu não duvido que ela tente colocar uma cela em você. — Sorriu com nostalgia.
— Ela realmente é uma excelente amazona — concordou. — Sabe montar muito bem!
— O QUÊ?! — Exclamou Hiashi, consternado. Somente então Naruto se deu conta do que havia falado.
— Cavalo! — Completou rapidamente. — Ela monta muito bem a cavalo.
— Você está estranho hoje, Uzumaki — o mais velho estreitou os olhos, desconfiado. — Tem certeza de que está bem?
O loiro parou um segundo para analisar a situação em que se encontrava. Havia passado meses tentando convencer a noiva a casar-se com ele, sempre que estava perto de conseguir, ela o chutava pelo motivo mais ínfimo. Respirou fundo demais? “Não te quero mais, Naruto”. Então, quando ela estava pronta para dizer sim, foi a vez dele fazer besteira, sendo chutado pela morena com razão, dessa vez.
Como se não fosse o suficiente, passara longos e dolorosos meses vendo Hinata nos braços de outros, dançando e flertando, sem poder fazer nada. Em seguida, um ruivo metido a garanhão havia beijado-a, para o desespero do loiro. Mas, graças aos céus, depois de uma conversa baseada em jogar o nome da ex-quase noiva/megera/peçonhenta na fogueira, eles finalmente se entenderam e ela aceitou casar-se com ele.
Contudo, justamente agora, depois de todo drama, indecisão, contendas, ameaças de morte por parte do homem à sua frente, tudo estava a um passo de desmoronar. Ele estava simplesmente na sala do quase sogro, sentado na poltrona que ajudava o mais velho a aliviar a lombalgia, com a filha dele sugando o seu pênis e com uma infinidade de armas ao redor. Sim, sim… estava ótimo! Só perdia para o inferno, local que chegaria em um futuro não tão distante.
— Eu estou ótimo. — Suspirou, cansado.
Os olhos cristalinos demonstraram uma profunda compaixão pelo estado do genro. Hiashi só podia imaginar o quanto sua filha era trabalhosa para o pobre Uzumaki. A exaustão do coitado era tão grande que ele suava frio naquele momento, com alguns botões da camisa abertos para não passar mal. Ele deveria ser canonizado, na opinião do marquês. Amava a filha intensamente, porém o loiro era um santo para aturá-la como esposa. Somente um homem corajoso era capaz de desposar alguém como a Hinata.
— Pode se descansar por aí, meu filho. — Compadeceu-se, sabia o quanto os preparativos de um casamento podiam ser fatigantes.
O moreno sentou-se em uma cadeira acolchoada que ficava próxima à pequena estante que tinha ali. Longe o suficiente para que Naruto pudesse finalmente respirar aliviado.
— Obrigado, senhor! — Hiashi pensava que o loiro o agradecia, contudo, na verdade, ele agradecia a Deus.
Um silêncio se instalou no escritório. Naruto considerou como tenso e incômodo, enquanto o sogro acreditava que era calmo e agradável. Bem que o ditado dizia que quem não deve, não teme. Para a infelicidade do Uzumaki, ele devia e muito.
Como se não bastasse a confusão mental, ainda havia a corpórea. Se ele tivesse uma noiva sensata, não precisaria se preocupar em pedir para que ela parasse imediatamente o que estava fazendo. No entanto, para o bem ou para o mal, a sua parceira de vida era Hinata, e o seu nome não combinava nem um pouquinho com sensatez.
Por esse motivo, a bendita continuava com a boca sobre si. Ele respirou fundo, aproveitando a breve distração do sogro para tentar tirar a Hyuuga do seu pau, que, inacreditavelmente,  seguia ereto. Mas o que era um par de bolas roxas, perto de uma bala de mosquete no meio da testa? Sai daí! Repreendeu-a com o olhar, todavia, obstinada, Hinata simplesmente deu de ombros, usando as unhas para arranhar as coxas dele, voltando a sugá-lo com o ânimo revigorado.
Ele precisou morder os lábios para não gemer alto. Ouvindo o grunhido sufocado, o marquês voltou-se para o futuro genro, percebendo gotículas de suor escorrerem pelas têmporas e pelo peito semi desnudo. Então, algo estranho chamou-lhe a atenção. 
— Por que tem duas xícaras de chá servidas?
Merda! Merda! Merda! Agora, sim, ele morreria. Não! Não podia ser pessimista, tinha que pensar em uma saída. O Hyuuga ainda não havia descoberto que a filha estava ali, afinal, não era como se ele possuísse olhos capazes de enxergar através de objetos sólidos. Enquanto ele não soubesse da verdade, havia esperança.
— Pressão! — Exclamou a primeira coisa que lhe passou pela cabeça. — Q-quando a minha lombalgia ataca, minha pressão baixa drasticamente. O s-senhor sabe que eu sou formado em medicina, certo? — Agora era a hora que ele deveria inventar alguma desculpa esfarrapada. — Quando eu estudava, um estudo apontava que a mistura de chá adocicado com o chá puro, sendo consumidos intercaladamente, ajudava a manter a pressão arterial sob controle.
O moreno pareceu impressionado com a inteligência do Uzumaki. Enquanto isso, por baixo da mesa, a maldita se controlava para não rir. Céus! Ele iria mesmo se casar com uma mulher tão diabólica? Seria uma imensa surpresa se o loiro chegasse ao dia do casamento inteiro. Para provocá-lo, ela o engoliu com veemência, colocando quase toda a extensão rija na boca. Em seguida, retirou-o languidamente, fitando-o com um olhar tão sedutor que o deixou ainda mais duro.
— Ohhhh! — O gemido escapou muitíssimo alto, sem que ele conseguisse se conter
Todos na sala congelaram diante do som totalmente deslocado. Tudo pareceu desenrolar com uma lentidão assustadora aos olhos azuis oceânicos. O coração dele retumbou no peito, observando a expressão do sogro nublar. Iria morrer, era certo. Não havia mais escapatória alguma para si.
— Uzumaki… — a voz, antes jovial, tornou-se severa.
— S-sim? — O tom do loiro se igualava a um soprano, do quão agudo estava.
— Você está sentindo dores dessa intensidade e ainda veio até aqui hoje! — Ralhou, para a surpresa do mais novo. — Ora, homem! Você quer deixar a minha filha viúva antes de se casar? — Ah, se ele soubesse! — Isso é simplesmente inadmissível!
Então, uma luz pareceu clarear a mente de Naruto. Seria essa a luz no fim do túnel que tanto as pessoas falavam? O coração dele foi tomado por um alívio tão profundo, que ele poderia chorar. Estava a salvo.
— Lorde Hiashi, — a voz, embargada pela emoção de não morrer precocemente, foi captada pelos ouvidos do sogro como um sinal de sofrimento — eu preciso de um médico urgentemente. Será que o senhor poderia…
— …mandarei um dos criados convocar o médico mais próximo que estiver nas redondezas… — disse o marquês, levantando-se, porém estancou assim que ouviu o genro completar o que estava falando.
— ...chamar o médico, por favor? Não posso ficar lesionado logo agora que decidi comprar uma fábrica de chocolates.
Dessa vez, foi o moreno quem suou frio. As mãos tremeram, a boca secou… o órgão pulsante no peito dele batia tão acelerado que poderia quebrar-lhe as costelas. Hiashi respirou fundo, levando uma das mãos ao tórax, na tentativa de se acalmar.
— Eu irei pessoalmente, Uzumaki. — O timbre dele parecia deveras emocionado. — Uma situação de tamanha magnitude não pode ser deixada nas mãos de um criado. — Sem dizer mais nada, ele partiu.
Naruto e Hinata ficaram imersos em um silêncio profundo, após o bater da porta. Os olhos estelares fitaram os céus, arregalados, sem piscar. Quando finalmente piscaram, o Uzumaki despertou do transe.
— Você está louca?! — Sibilou, enfurecido. — Ele quase nos pegou! Você tem noção disso, Hinata?! Ele poderia ter cortado a minha cabeça fora! — Então empalideceu com algum pensamento que cruzou sua mente. — Ou o meu…
Ela chupou-o com um afinco renovado, fazendo outro estalo alto ecoar pelo ar. O corpo traidor reagiu sob o toque quente e aveludado da boca da morena.
— Eu li em um lugar que quanto mais proibido, mais fica excitante. — Ela deu de ombros. Os fluídos de Naruto e a própria saliva molhavam os lábios rosados, deixando-os inchados. — Eu me sinto excitada, você não?
Naruto fitou o teto, constatando algo grave: sua futura esposa era uma completa desvairada!
— Claro, claro… se você quiser me matar do coração! — Ele exasperou-se. —Onde você leu algo assim, Hinata?!
— Num livro… — ela corou — ...que seu avô me deu.
— Meu avô o quê?! — Naruto poderia chorar de desespero, contudo, Hinata não era do tipo que ficava por baixo.
— Deixa de ser dramático, Naruto! — Irritou-se. — Eu treinei para te satisfazer, porque achei que seria legal, e você me vem com essa?! Vai querer ou não? — Deu o ultimato.
Depois do susto passado, o loiro percebeu uma coisa: ele era tão insensato e desvairado quanto ela, porque queria muito aquilo.
— É, noivinha, — ele usou o tom mais sedutor de seu arsenal — essa sua boquinha atrevida é boa em tudo que faz. — Agarrou os cabelos negros mais uma vez, trazendo-a para perto do membro. — Me chupa.
Não precisou falar mais nada, pois a boca de Hinata já me encontrava sobre seu membro. As mãos grandes ajudavam nos movimentos dela, que engoliam-no cada vez mais profundamente.
A visão da noiva ajoelhada entre as suas pernas, chupando o seu pau como se fosse o mais delicioso doce que provara na vida, era o suficiente para alimentar todos seus sonhos eróticos pelos próximos quinhentos anos.
— Porra, Hina! — Estremeceu sob o toque dela, a mão pequena começara a punhetar a parte que a boca miúda não conseguira abarcar.
A língua marota o rodeava o seu pênis, tornando o prazer exponencial. Dessa vez, o coração de Naruto estava prestes a explodir por um bom motivo. A excitação corria pelas suas veias como chamas flamejantes, devorando tudo que encontrava pela frente. A respiração pesada e os gemidos afônicos de ambos ecoavam por todo o ar.
Os quadris do loiro moviam-se desenfreados, buscando mais dela. Mais… muito mais… e recebia! A tensão se instalou em seu âmago e todos os músculos do corpo dele petrificaram-se. Ela não o dava sossego, chupando-o como se nada mais no mundo importasse, além do prazer dele.
Então, como recompensa, Naruto gozou. As emoções que ainda transitavam por ele — medo, exasperação, tesão, excitação, desejo… —, junto à boca dela, pequena demais para conter a intensidade do gozo, fizeram-no derramar-se por todo o rosto dela.
Maldição! Hinata, pintada pelo líquido branco e viscoso de seu ser, era a mais linda obra de arte que vira na vida.
— Obrigada, vovô! — Foi o primeiro pensamento que atravessou a mente do loiro quando voltou a si.

Amando o inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora