Êxtase

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A carruagem finalmente chegou à propriedade Uzumaki. Céus, agora ali também lhe pertencia! Uma deliciosa sensação de paz se apoderou da Hyuuga... não, Uzumaki. Hinata Uzumaki. Sorriu amplamente, não que ela tivesse parado de sorrir em algum momento desde que colocou os pés na igreja mais cedo.

— Quando eu te vejo sorrindo assim, — seu marido cochichou rente ao ouvido — sinto vontade de casar contigo novamente. — Mordiscou o lóbulo da orelha dela em provocação.

Casados. Eles estavam casados. Aquele homem insuportavelmente irritante, atraente e provocante — com toda a ambiguidade da palavra — era seu esposo. Às vezes era difícil acreditar que o matrimônio não passava de um sonho. Ao invés de retrucar, afiada, tal qual ele esperava, a Lady Uzumaki resolveu seguir o caminho reverso.

— Obrigada! — Agradeceu, fitando aqueles olhos azuis tão límpidos nos quais ela queria morar para sempre.

— Por quê? — O loiro parecia genuinamente surpreso.

Hinata deslizou as mãos por ambos os lados daquele rosto tão familiar, querendo guardar cada pequeno traço em sua memória, como se eles já não morassem ali há bastante tempo.

— Por ser meu — selou os lábios aos dele, num beijo casto.

— Ah, Hina... — Naruto elevou os dedos para brincar com as mechas do cabelo dela, recebendo um tapa em retribuição. — Céus, que esposa chata eu arrumei!

— Arranje outra, mas não desmanche meu penteado! — Deu de ombros, brincalhona.

— É talvez eu arranje mesmo — ele entrou na brincadeira, provocando-a.

— Você o quê?! — O olhar mortífero o advertiu de que, se seguisse as brincadeiras da esposa, acabaria abaixo de sete palmos de terra.

— Calma, Hime, eu só estava brincando! — Exclamou, jogando os braços para o alto em sinal de rendição. — Vamos descer.

Estavam parados há vários metros da entrada principal, o que intrigou a morena. Para início de conversa, não deviam estar ali, pois tinham que comparecer ao café da manhã que marcava as festividades das bodas, na mansão Hyuuga, contudo Naruto insistira para eles irem para a casa em primeiro lugar.

— Você terá que confiar em mim agora — pediu, passando uma venda sobre os olhos perolados.

— Naruto, o que você est... ah! — Exclamou ao sentir os pés deixando o chão, ao passo que seu corpo era prensado ao peitoral rijo dele.

O cheiro do perfume amadeirado se misturava ao aroma natural do marido, causando sensações avassaladoras em Hinata. Como era possível amar cada mínimo detalhe sobre alguém? Apesar do questionamento, não queria uma resposta real. Há muito havia aprendido que o amor estava além do plausível.

Fez como ele havia pedido, recostando a cabeça na curva do ombro e enlaçando o pescoço dele com os braços. O coração da Uzumaki batia no mesmo ritmo que as passadas dele e logo o seu olfato captou fragrâncias delicadas mescladas ao cheiro másculo proveniente dele. O que Naruto estava aprontando?

— É costume do noivo dar uma joia à esposa assim que se casam, certo? — Inquiriu, colocando-a no chão mais uma vez.

— Mas não precis...

— Precisa, sim, meu amor. Eu não sabia muito bem o que escolher, mas tenho a sorte de estar longe de representar o cavalheiro ideal — apesar do tom descontraído, ele estava nervoso, ela percebeu. — Há uma ambiguidade no termo "joia", não é mesmo? Aproveite-me dela para te dar esta.

Amando o inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora