Amando o inimigo

Promessas quebradas

Lady Hanabi Hyuuga, debutante mais concorrida da temporada, filha mais nova do poderoso Marquês de Hyuuga, de aparência angelical e bela, estava irremediavelmente apaixonada. A jovem morena poderia conquistar qualquer cavalheiro daquela temporada, duques, marqueses, condes, viscondes… literalmente qualquer um deles seria seu, caso a dama sorrisse e dissesse sim. Entretanto, não estava nos salões de baile a pessoa que havia roubado seu cobiçado coração.
Diferente das irmãs — ela considerava a prima rosada como tal —, que eram aventureiras até o último fio de cabelo, Hanabi era tranquila e gostava de levar a vida desta forma. Não se engane, a pequena era tão letal quanto Hinata e Sakura, além de possuir uma língua igualmente ferina, todavia, ela tinha um sonho guardado no peito, que havia se tornado o seu objetivo de vida: casar por amor.
A Hyuuga queria amar e ser amada, ser o consolo do seu esposo assim como ele seria o seu. Queria colher os frutos desse amor em seu ventre, a cada vez que um filho dos dois nascesse… em suma, a morena queria ter uma família regada de amor e afeto. Sabia que na Sociedade não havia espaço para um desejo tão pueril, ainda assim, ela se permitiu sonhar.
Flertara com uma infinidade de cavalheiros, mas todos eles lhe pareciam malditamente iguais. Todos queriam gabar-se de suas posses, seus títulos e sobre como o nome Hyuuga ia alavancar o nível social deles. Nenhum ao menos tentou conhecê-la melhor. Nenhum.
Por isso, quando se deparou com o Senhor Sarutobi, que lhe demandou muita atenção quando, semanas atrás, ela tivera um mal-estar na propriedade Uzumaki, Hanabi não pôde deixar guardado o órgão pulsante em seu peito, apaixonara-se perdidamente.
Konohamaru Sarutobi era um dos netos do Lorde Sarutobi, conhecido por sua mesquinhez. Ao que parecia, o pai do jovem havia se afundado em dívidas de jogo, agora restara ao rapaz trabalhar para se sustentar e saldá-las, visto que o seu avô anunciara que não daria nenhum vintém do seu próprio dinheiro para o neto.
Apesar disso, o moreno não parecia se abater, tornando-se ainda mais fantástico aos olhos da Hyuuga. Ele era gentil o suficiente para lhe enviar um buquê de margaridas brancas, a flor mais comum da região, representando a pureza de corpo e espírito. Entretanto, diferente das flores exóticas que a morena recebia diariamente, as do Sarutobi tinham sinais de que foram colhidas pelas próprias mãos dele.
E, se isso não fosse o suficiente para fazê-la se apaixonar perdidamente, o buquê veio acompanhado de um bilhete, atado justamente na única margarida que possuía uma coloração diferente, a margarida amarela, que significava o amor leal.

Lady Hanabi, peço desculpas antecipadamente por me dar ao desplante de lhe direcionar este humilde bilhete, visto que, na hierarquia da Sociedade, eu não poderia ao menos lamber o chão que milady pisa.
Escrevo-lhe para saber como está de saúde. Desde o dia em que te encontrei, caída, a senhorita ocupa um espaço dos meus pensamentos, se me permite dizer.
Espero que esteja bem e se recupere prontamente. Não lhe incomodarei mais, contudo, manterei-a em minhas orações noturnas.

K. S.

E foi assim que o amor se instalou no peito da morena. Não satisfeita em deixar o bilhete atencioso sem resposta, ela escreveu para o rapaz. Além da cordialidade, a Hyuuga não podia negar quantos sonhos ela tivera com o senhor de cabelos castanhos da cor de canela e de olhos azuis-escuros como o céu noturno.

Senhor Sarutobi, dispenso as desculpas e confesso que fez bem à minha saúde a leitura do seu bilhete. Por razões clínicas, recomendo que continue a escrevê-los. Fico feliz em saber que estou em seus pensamentos e orações. Quiçá eu esteja sendo atirada, entretanto, gostaria de deixar registrado, mesmo que fuja do decoro, que o senhor também reside em minha mente. Meus últimos pensamentos noturnos são direcionados a você — desculpe-me a intimidade.
Espero que esteja bem de saúde e que logo possamos nos ver.