Em seus olhos

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Definitivamente, Hanabi deveria ter voltado ao salão. Sim, ela sabia o quão arriscado era estar em seu quarto a sós com Konohamaru, contudo, tão poucas eram às vezes que podia estar com seu amado que ela não resistiu. Os lábios dele sugavam os seus em um misto de desejo e reverência, enquanto suas mãos pequenas dançavam entre os fios castanhos.

O corpo do Sarutobi se comprimia contra o seu duro e quente. Como sentir medo quando ela se sentia tão segura nos braços dele? Estavam entrelaçados no centro do quarto. A cama nunca parecera mais tentadora. Beijou-o com mais afinco, deslizando as mãos pelo seu pescoço e ombros, até encontrar a abertura do paletó. Com pressa, retirou a peça.

— Hana, o que você vai fazer? — Indagou ele, afastando-se levemente da Hyuuga.

— Levar-te para a minha cama — empurrou suavemente em direção ao móvel para ilustrar o que dizia. Os olhos cobaltos arregalaram-se, surpresos.

— Hanabi, você enlouqueceu?! Não podemos fazer algo assim justamente aqui! — Exclamou, segurando-a pelos ombros de modo a manter uma distância segura.

Se era de si mesmo ou dela que queria se afastar, a Hyuuga não saberia dizer. Todavia, a morena não deixaria que isso acontecesse, o queria pura e simplesmente. Queria seu corpo, seus beijos, seu amor...

— Todos estão ocupados com o baile, ninguém virá até aqui — sussurrou, usando os dedos hábeis para desfazer o nó da gravata dele, que suspirou.

Não é como se ela não sentisse receio algum, mas o que era o medo diante de tal oportunidade? Por isso, logo o pescoço dele estava livre e a gravata jazia no chão do quarto dela. O coração estava em disparada e ela podia jurar que ele iria explodir a qualquer momento. Conhecia a integridade do amado, porém também sabia qual era seu ponto fraco, que era ela.

— Hana... — tentou manter-se firme, mas já apresentava os sinais de quem cederia em breve.

Hanabi aproveitou essa abertura para retirar as mãos dele de seus ombros. Os braços delgados circundaram a cintura masculina. As órbitas lunares encontraram o céu noturno do olhar dele. Era simples, até mesmo os olhos se completavam.

— Diga que não quer isso, Kono — ela exigiu, usando os dedos para abrirem as calças dele. Se não estivesse decidida, ele daria um jeito de impedir o que estava prestes a acontecer. — Diga que você não quer tanto quanto eu, que te deixarei ir.

— Hana, eu... eu... — ela umedeceu os lábios com a ponta da língua e essa foi a sua perdição. — Eu te quero.

Simples assim, o cavalheiro prendeu-a contra si, devorando a boca da dama sem qualquer pudor, em um comportamento bem longe do exemplar que ele sempre empregava. O que poderia fazer se Hanabi Hyuuga era o ser que lhe tirava dos eixos sem que ele sequer percebesse? Tê-la estava além de uma necessidade física, pois a morena já fazia parte de sua alma.

Uma parte de si, maldizia-se por ter tão pouco controle sobre suas ações. Já havia feito amor com ela uma vez, no entanto, prometera que não o faria novamente, até que ela se tornasse sua esposa. Entretanto, menos de três meses depois, cada fibra de seu ser queimava com o desejo incandescente que sentia por ela.

Virou-a de costas para si sem esperar que a Hyuuga abrisse os demais botões de sua calça. O cabelo sedoso estava preso em um penteado elaborado, cheio de grampos e enfeites. Estava lindo, claro, porém ele preferia a naturalidade dos fios castanhos quando soltos.

Respirando fundo, trêmulo, ele começou a desmanchá-lo pouco a pouco. Céus, aquela armadilha de forquilhas deveria ser considerada um crime, mas ele era paciente o suficiente para retirá-los. Cerca de vinte minutos depois, as cascatas achocolatadas estavam libertas tal qual o moreno gostava de ver, apesar de serem quase raras às vezes que tivera tal privilégio.

Amando o inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora