Para sempre

330 43 14
                                    


Hinata fitava-se no espelho de corpo inteiro, mal se reconhecendo entre a nuvem gigantesca que representava seu vestido. A parte de cima delineava seu busto e cintura perfeitamente, era cravejado de pérolas e pequenos cristais, formando um desenho sutil que lembrava flores e folhas. Os seios estavam marcados no decote fechado, apesar de não estarem à mostra. Os braços estavam cobertos por uma manga rendada, adornada com o mesmo tipo de cristal, porém, consideravelmente menor. Seguindo o mesmo padrão rendado, seguia a faixa de tecido acima do decote, encontrando-se, na base do pescoço, com a gola alta que imitava os desenhos do busto.

Embaixo, começando pela cintura, a saia do vestido se alargava exponencialmente em direção ao chão. Não era tão pomposo como se esperava, porém, era exatamente da forma que ela queria. O tecido da saia era o mesmo que o das mangas, com os minúsculos cristais cintilando fortemente sob a luz da manhã. A barra era ornada com os desenhos florais.

Os cabelos caiam como uma cascata negra até à cintura dela, pareciam com um segundo véu. No topo deles, uma tiara de diamantes imperava, conferindo à Hyuuga um ar imperial. Os lábios estavam avermelhados pelo rouge que a criada passara ali, bem como as bochechas estavam coradas pela emoção.

Com a suave luz solar a beijando naquela manhã tão mágica, Hinata não era nada menos que um anjo que arrebatava a todos com sua beleza colossal.

— Você está belíssima, minha filha! — O pai dela surgiu por trás dela, sobressaltando-a levemente. — Está tão parecida com a sua mãe... — o olhar dele ficou distante por um momento, como se viajasse no tempo para o dia do próprio casamento. — Está realmente muitíssimo parecida com ela.

Hinata mordeu os lábios para tentar conter a emoção que se apoderava de si. A mãe se fora quando ela ainda era muito pequena, possuía tão poucas lembranças dela, por isso havia uma lacuna naquela parte de sua vida. Seu pai era a presença constante, logo ele servia de apoio para si, contudo, agora, a morena desejava mais do que nunca que ela estivesse ali.

— Ela estaria feliz? — A Hyuuga não conseguiu conter a pergunta. Não se arrependia de sua escolha, porém queria sentir a sua mãe consigo.

— Oh, minha filha, ela está feliz agora e eu também estou — a voz do patriarca estava embargada. — O Uzumaki cuidará bem de você, tenho certeza disso, todavia, sinto uma vontade tão grande de trancá-la aqui e deixá-la sob as minhas asas para sempre — suspirou. — Há tão pouco tempo você era somente uma menina travessa e curiosa, questionando até mesmo o porquê do céu ser azul e agora se casará, viverá sua própria vida, com sua própria casa e família.

— O senhor sempre será minha família também — rebateu, chorosa.

— E essa casa sempre será sua, meu bem — ele se aproximou, tomando ambas as mãos dela entre as suas, depositando um beijo terno em cada uma. — Você pode vir aqui sempre que quiser, na verdade, faço questão que me visite com frequência. Demorarei para me acostumar a ficar longe da sua vivacidade.

— Pai, desse jeito me fará chorar! — Reclamou ela, com uma pequena lágrima pendurada em seu cílio.

Hiashi enxugou a gota enquanto uma idêntica escorria pelo seu rosto. Como estava linda a sua menina!

— Bem, a sua mãe deixou uma carta para te entregar para esse momento — confidencializou.

— Como?! — Ela piscou com força, tentando assimilar o significado de tais palavras.

— Não foi nada exatamente calculado, porém um dia conversamos sobre como seria esse dia para ti e para a Hanabi, por isso ela resolveu escrever para vocês. Aqui está a sua — ele retirou do bolso, estendendo a massiva para ela. Hesitante, Hinata pegou-a. — Deixarei-a sozinha para que leia com privacidade.

Amando o inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora