Encontros e Desencontros

Emoções

Sem esperar a resposta dela, Suga segue pisando firme, se segurando pra não brigar com ela e principalmente não voltar lá e socar a cara daquele infeliz.

- Mas que inferno... Meu dia já não foi ruim o suficiente... Agora ainda tenho que lidar com idiotas... Puta que pariu o que mais vai piorar agora?

Dae caminhava ao seu lado apenas escutando suas reclamações.

- Me desculpa.

Surpreso ele olha pra ela.

- Pelo quê?

- Se eu soubesse que sua noite seria tão ruim não teria pedido pra você vir comigo.

- Ainda bem que eu vim, senão só deus sabe em que estado eu teria te encontrado amanhã.

- Eu sinto muito. - Falou num sussurro.

Passaram o restante do caminho em silêncio, parando apenas para deixá-la em casa e seguindo direto pra sua.

- Quem sabe se eu dormir as coisas melhoram.

Mas não melhoraram, sua mente não queria colaborar com sua vontade.

Em um dado momento, depois de já ter pensado em um milhão coisas, um pensamente lhe chamou a atenção.

"O que está acontecendo comigo?"

Em choque percebeu que essa pergunta ele não sabia responder, ao contrário, além dela outras apareceram.

"Por que fiquei com tanta raiva quando vi ela sorrir hoje?"

"De fato, por que me empenho tanto em atrapalhar os relacionamentos dela?"

"Se bem que só aparecem idiotas na vida dela... É... É bom eu sempre estar de olho... Ela é uma amiga muito importante pra mim."

"Ela estava tão linda..."

"Não, não, não... Sai pra lá pensamento demoníaco... Somos apenas amigos... Não posso olhar pra ela desse jeito... Ela é como se fosse minha irmã... É isso! Minha irmã, apenas isso!"

Tentando ao máximo para seus pensamentos, Suga pega seus fones de ouvido e coloca a música mais barulhenta que conhecida.

Depois de um tempo finalmente conseguiu dormir.

Acordou cedo como sempre, se preparou para a escola como de costume e saiu sem tomar o café da manhã.

Apesar de tudo, não era tão difícil assim não pensar. A chegada de Luna em suas vidas ajudou bastante a se manter distraído.

Quando ela foi sequestrada, pra ajudar seu irmão, decidiu fazer o que menos queria, usar os homens de seu pai para ajudar a resolver a situação.

Isso definitivamente era uma chateação enorme porque poderia abrir brechas pra ele achar que finalmente queria estar a par dos negócios.

E é claro que, mais uma vez acabou discutindo com seus pais sobre seu futuro e sua banda.

Pra tentar controlar seu gênio e sua raiva, pegou sua câmera e saiu pra fotografar.

Estava procurando um lugar bonito para registrar, mas não era qualquer um, não mesmo, precisava ser um lugar que realmente ajudasse a acalmar sua mente.

Estava andando de ônibus, a sua frente tinha uma jovem com uma criança, ela estava fazendo uma trança na jovem. Quando terminou, colocou as duas mãozinhas no rosto dela e diz:

- Mamãe você está linda!

A jovem mãe abre o sorriso mais bonito que Suga já viu em sua vida e abraçando apertado a criança, começa a chorar e diz:

- Isso porque estamos iguais e você é a florzinha mais bonita do mundo!

A criança abre o maior sorriso de todos, sua felicidade podia ser sentida por qualquer um.

Suga observava a cena e algo em seu coração mudou.

"Como pode algo tão inocente quanto a palavra de uma criança mudar totalmente as emoções de um adulto?"

"Essa criança parece viver em uma família bem carinhosa."

Ainda com pensamentos de como poderia ser o mundo daquela criança, Suga pegou sua câmera e apesar de não costumar fazer esse tipo de coisa, tirou uma foto das duas, capturando o momento exato em que ambas se olham sorrindo.

"Definitivente é uma cena bonita demais! Digna de ser eternizada."

Um pouco do seu humor foi recuperado alí mesmo.

Com os sentimentos que aquela criança despertou em seu coração, decide ir para um de seus lugares favoritos, um parque que fica um pouco mais afastado do centro.

Geralmente poucas pessoas frequentavam aquele lugar, mas estranhamente tinha mais pessoas que o comum naquele dia.

Ainda aproveitando seus sentimentos, mudou totalmente o foco de suas fotografias, sua intenção inicial era fotografar os animais, mas ver aquela cena maravilhosa no ônibus fez ele criar uma perspectiva nova sobre as pessoas, então quis usar isso para fotografá-las.

Passou quase a manhã inteira tirando fotos e já estava começando a ficar irritado, porque a fome o consumia. Parou em uma das cafeterias e pediu algo pra comer, sentando-se perto das janelas.

Percebeu que o mesmo garoto que tinha visto no parque estava ali também, bem de frente a ele, mas em outra mesa.

Quando seus olhos se cruzam, o garoto levanta seu copo, em um brinde silencioso.

Surpreso com aquela atitude, meneia a cabeça discretamente e vira o rosto logo em seguida.

Estava voltando pra casa quando seu celular toca e olhando no identificador começa a ficar irritado novamente.

- O que você quer agora Dae?

- Bom dia pra você também, leitinho.

- Se me chamar assim de novo vou desligar.

- Nossa... Por que está tão mal humorado logo cedo?

- O que você quer?

- Podemos nos encontrar? Tenho algo que quero conversar com você.

- Onde você está?

- Em casa.

- Estou indo aí.

Mudando totalmente sua rota, vai para a casa dela.

"O que será que é dessa vez?"

"A voz dela estava um pouco estranha..."

Por estar um pouco longe do centro, o caminho levou cerca de vinte minutos para ser percorrido.

Toca a campanhia. Não demorou muito e ela abre a porta.

Surpreso ele a encara, olhando de cima a baixo. Ela usava apenas uma camisa larga.

"Mas que... "

- Entra.

Sem conseguir se conter e parar de olhar, vai direto ao ponto.

- Você sempre recebe visitas desse jeito?

- Qual o problema gatinho? Estou dentro de casa, não?

"Gatinho?!... O que está acontecendo com ela hoje?"

- E sozinha pelo visto.

- Sim.

"Ah Dae... Você realmente não aprende não é?... O que vou fazer com você?"

Ainda tentando entender a situação, Suga segue direto pro sofá, não precisava de convite, já estava acostumado com o lugar.

- O que tem pra me dizer?

N.A.

Quero fazer um agradecimento especial a nemfreudexplica.

Flor você me deu um presente, que significou muito pra mim. Jamais vou esquecer!

Obrigada.