Irish Bar

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Dae ia pra escola automaticamente, não conseguia prestar atenção nas aulas e quando voltava pra casa ficava trancada em seu quarto.

Suas amigas se revezavam pra ir fazer companhia a ela em casa. E de vez em quando a arrastava pra uma festa, na tentativa de animá-la.

Seus pais já não sabiam mais o que fazer. Tentavam conversar com ela o máximo possível. E sempre que ela pedia pra falar eles paravam tudo o que estavam fazendo pra ouvir o que ela tinha a dizer.

Dae não sentia fome também, mas acabava comendo, apesar de tudo, não queria deixar seus pais mais preocupados ainda.

A dor de Dae era insuportável. Ela não queria companhia, mas tampouco queria ficar só, então apenas aceitava a presença constante delas.

Um mês se passou e Dae começou a se sentir sufocada dentro da própria casa.

Se vestiu com um jeans rasgado e uma camiseta larga, pegou as chaves de casa, jogando-as na bolsa, agarrou seu celular e saiu a esmo.

Depois de caminhar por vários quarteirões, ela viu as luzes neon do Irish Bar. Era um local badalado, cheio de gente bonita e onde se podia escolher uma mesa afastada e ser deixado em paz, se assim quisesse.

Por impulso, ela entrou ali. Com o coração em frangalhos, pediu uma vodka, rezando pra que ninguém perguntasse sua idade.

A idéia era beber até desmaiar, mas o primeiro gole da bebida a fez revirar o estômago.

Afastando o copo, decido se concentrar sua atenção nas pessoas ali presentes.

Definitivamente o Irish Bar merece a reputação que tem! Muita gente linda, tanto mulheres quanto homens.

Pensar na beleza das pessoas fez ela pensar em Suga e em Jun-ho.

"E no fim irei mesmo ficar sozinha..."

"Meu príncipe se foi e meu sonho acabou."

"Ninguém vai sentir minha falta."

Dae estava tão perdida em seus pensamentos que não percebeu o olhar insistente e curioso que estava sendo dirigido a ela.

No balcão, Si-woo pediu um Martine e quando se virou, seu coração só faltou sair pela boca.

- Si-woo... Si-woo? Você está me ouvindo?

- O que foi Jae-sang? O que você está tagarelando aí?

- Quer parar de olhar para aquela punk ali e voltar para nossa conversa?

- Para de falar merda... Ela é linda!

- Com aquele cabelo? E vestida assim? Você perdeu o juízo?

- Ela é linda de qualquer jeito, idiota! Se pelo menos você soubesse ver além das aparências! Quer saber? Não vou mais perder meu tempo com você quando aquela jóia rara está ali sentada e triste precisando de mim!

- Agora você endoidou!!! Nem conhece a garota e já está assim?

- Você não sabe de nada! Saiba que meus avós e meus pais se apaixonaram à primeira vista! Meus avós estão casados há 60 anos e meus pais há 30. O amor deles apenas se fortalece! Quero um amor assim para mim!!! Olha as mãos dela, lindas e delicadas! E aqueles olhos!!!

- Você é maluco... Acho que bebeu demais isso sim!!! Se você mexer com ela vai acabar se ferrando, isso sim.

- Você não tem nem idéia de quanto tempo eu espero por esse momento!

E Si-woo se levanta e caminha até a mesa onde Dae está sentada se sentindo a pior das criaturas.

Quando ela levanta a cabeça, encontra um par de olhos castanhos a observando atentamente. O homem é ainda mais bonito que Suga e Jun-ho.

SW: - Desculpe. Você está bem?

Ele diz e sorri para ela. Ele tem duas covinhas adoráveis que se formam em seu rosto quando ele sorri.

Dae se surpreende com a chegada do estranho e se surpreende mais ainda quando se percebe adorando aquelas covinhas.

- Eu estou ótima!

- Uma garota linda como você jamais devia ser deixada sozinha. Posso me sentar aqui? Eu sou um cara legal, juro!

- Já tive muitos problemas com "cara legal", mas se quiser, pode se sentar, mas não espere que eu seja boa companhia...

- Esse aí deve ser muito estupido mesmo! Pra ter despertado sua raiva desse jeito...

- Ah não, a estúpida fui eu, por acreditar que ele ainda sentia alguma coisa por mim... E olha só o resultado... Eu não passo de uma pessoa abandonada e esquecida.

- Acho que você está usando palavras equivocadas para si mesma.

Dae ri com escárnio e ironia, olhando nos olhos do homem de forma desafiadora.

- Então está bem, senhor conhecedor do comportamento humano, quem sou eu?

- Você é uma mulher linda, que teve o infortúnio de se envolver com a pessoa errada. Mas agora, a pessoa certa apareceu em seu caminho.

- Você é louco!!!

- Prometo que sou normal. Mas eu só precisei olhar para você uma vez, para me sentir puxado.

"Só pode ser brincadeira... Eu aqui tentando me recuperar e me aparece o um idiota, arrogante e pretensioso..."

"Tá bom que ele realmente muito bonito, mas ainda assim idiota."

"Se bem, eu poderia sair com ele e descarta-lo logo depois..."

- Nem pense nisso, meu anjo...

Chocada, ela o encara e responde:

- Eu não estou pensando em nada!!! Não sei do que está falando!!!

- Está sim. Vai me sugerir sairmos juntos e me deixar depois que tiver me usado... Mas devo avisar que este corpinho está reservado para o amor da minha vida...

- Então vai buscar o amor da sua vida no...

Ele coloca a mão sobre os lábios de Dae.

- Shhhhhh, palavras feias não devem ter espaço nessa boquinha linda...

O toque dele fez Dae sentir uma descarga elétrica que nunca sentiu antes, nem mesmo com Suga.

- Querida, me diz seu nome?

Os pensamentos dela se apagaram totalmente e hipnotizada por aquele olhar, Dae perde completamente a nocão de onde está.

- Meu nome é Dae.

- Muito prazer, Dae, eu sou Si-woo.

Ela continua olhando para ele, notando seu maxilar bem marcado, o pescoço esguio, os cabelos negros bem penteados e as lindas covinhas. Ele continua sorrindo para ela quando diz.

- Não vai me dizer que é um prazer me conhecer? Me dá o número do seu telefone? Quero levar você para passear. E hoje eu levo você para casa. Uma garota linda assim não pode sair sozinha.

Sorrindo pra ele, responde:

- Por que não?





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