Adeus meu príncipe

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Observar Suga dormir era reconfortante e desesperador ao mesmo tempo.

Seu rosto tranquilo de bebê fazia seus instintos querer protegê-lo de tudo e de todos, mas por mais que tenha garantido pra ele que estava tudo bem, não estava.

Ver Suga beijar e tocar Jun-ho de maneira selvagem e primitiva a fez entender que os dois jamais poderiam compartilhar aquele nível de entrega.

De começo, até ficou excitada com a maneira que os dois estavam se pegando, mas quando percebeu a intensidade deles passar para um nível que ela e Suga nunca chegariam foi demais.

Foi nesse momento que Dae entendeu que Suga tinha feito sua escolha, foi com aquela mordida que ela viu ele se entregar totalmente a Jun-ho e chamá-lo de amor foi apenas algo natural.

"Natural... Mas nunca fui chamada assim..."

"É tão injusto..."

"Não, não é, você escolheu isso Dae, você sabia que isso ia acontecer e mesmo assim insistiu... Não adianta reclamar agora..."

Aproveitando para observar pela última vez o dono de seu coração dormir, deslizou suavemente seu dedo no rosto dele, tirando uma mecha que caia em seus olhos.

Sem saber exatamente quanto tempo passou olhando pra ele, se despede em um sussurro.

- Não vou deixar de cumprir, eu prometo! Por favor seja feliz.

Levantando com cuidado para não acordá-lo, escreveu algo em um papel, deixou na mesa dele e foi embora.

Cada palavra escrita naquele papel continha exatamente tudo o que ela sentia em seu coração.

O conflito entre a Dae namorada e a Dae amiga devastou seu coração.

Andando sem rumo, olhava para as lojas sem se prender a nenhuma. Quando passou em frente a um salão de cabeleireiro, entrou, ainda sem pensar muito.

Quando saiu novamente, o celular dela toca.

Eun: - Dae? Você vai vir, né? Não se esqueceu de que dia é hoje certo?

- Eu não me esqueci vou estar aí.

- Você está bem? Sua voz está estranha...

- Não se preocupe, eu estou bem.

- Tem certeza?

- Sim, olha desculpa, mas eu tenho que ir agora.

Desligando o telefone sem esperar resposta, Dae foi para seu lugar secreto, seu refúgio.

Quando estava perto da hora do encontro com suas amigas, nem se deu ao trabalho de ir pra casa, foi direto pra lá.

Tocou a campanhia impaciente.

Sam: Dae?! O que você fez?

Com a voz arrastada, típica de quem estava bêbada, Dae responde:

- Oi gata!!! É aqui a festa hoje, né?

O choque de Sam não poderia ser maior. Ao abrir a porta encontrou sua amiga com o cabelo curtíssimo com uma mecha roxa na franja, os olhos totalmente vermelhos e inchados.

Quando Dae estava prestes a entrar, tropeçou em seu próprio pé, só não caiu porque Sam a segurou.

- Dae?! O que aconteceu com você? Vem comigo. Isaa me ajuda aqui!!!

Isa corre, quando escuta o pedido de ajuda, mas estaca perplexa com a imagem que via.

- Aí meu Deus!!! Anda vamos pra sala!

Quanto o restante viu Dae sendo arrastada por Sam e Isa, o mesmo choque tomou conta delas.

Dae: - Hahahahah as caras de vocês... Hahahahah agora sim...

Falou alguma coisa desconexa, impossível de decifrar e começou a chorar de novo.

Por mais que as meninas perguntavam o que estava acontecendo, Dae não conseguia falar, os soluços a impediam.

Em um ato desesperado Yuna tirou uma foto escondida e enviou para JK.

"Gatinho, você sabe o que aconteceu? Essa aí é a Dae!! Ela chegou aqui totalmente bêbada!"

"Eles terminaram."

"Aí meus Deus... Não me diga que o imperador está surtando também."

"Não nesse ponto, mas ele se sente muito culpado e está chorando muito também. Nós não vamos deixar ele sozinho hoje."

"A gente não sabia, quando eu liguei pra ela mais cedo, ela não disse nada... Vamos cuidar dela também. Obrigada."

Quando Dae finalmente parou de chorar Luna deu pra ela uma xícara de café bem forte e depois a levou pro banheiro dando-lhe um bem gelado.

Dae, custava ficar em pé e dormiu rapidamente.

Yuna aproveitou pra contar o que JK falou pra ela.

Isa: - E agora, o que a gente faz?

Luna: Eu não achava que o imperador fosse desistir assim...

Eun: - Eu realmente imagino o quanto deve ser difícil pra ela... Pensa bem, já é difícil ser trocada, deve ser ainda pior ser trocada por outro homem.

Yuna: - É mas... Suga também sofreu muito. Nós vimos de perto o sofrimento dele também.

Sam: - Minha preocupação maior agora é o comportamento dela... Acho que ela não vai superar tão fácil assim.

Nari: - Tem razão, estou achando que a gente vai ter que vigiar ela, ou ela pode fazer algo pior que isso.

Elas continuaram conversando baixo por um tempo, aparentemente Dae só acordaria no dia seguinte, então todas foram dormir também.

No dia seguinte Dae acordou já era quase hora do almoço. Seus olhos custaram se adaptar a claridade, sua cabeça doía muito e olhando pra todos os lados custou se lembrar que estava na casa de Nari.

Indo em direção a cozinha, ouviu as vozes de suas amigas converaando baixo mas animadamente.

Ao entrar todas pararam o que estavam fazendo e olharam pra ela.

Com o rosto muito vermelho se arriscou a dizer.

- Bom dia meninas.

NR: - Bom dia flor. Você está bem?

Dae: - Estou bem.

Sam: - Da pra dizer porque você fez uma merda dessas? Percebe o quanto é perigoso sair bêbada daquele jeito?

LN: - Pega leve Sam.

Dae: - Meninas eu... O Suga escolheu ele... ELE ESCOLHEU O JUN-HO!!! EU PERDI MEU NAMORADO PRA OUTRO HOMEM!!!

Sem conseguir aguentar, ela chora novamente, seus olhos já estavam tão inchados que mal se podia ver eles abertos.

Todas a abraçam sem dizer nada por um momento.

- Eu sabia que minha chance era pequena, mas mesmo assim... Eu sabia que ele ia escolher o Jun-ho... Eu sabia, mas ver os dois... Eu não pude suportar... Quando fomos embora, Suga tentou explicar, mesmo não tendo o que explicar... Eu disse que estava tudo bem, não queria que ele se sentisse culpado por sua escolha... Eu quero mesmo que ele seja feliz, mas... Eu não posso... Não mais...

Por mais que queriam, não sabiam o que fazer naquele momento, tudo o que podiam fazer era escutar e apoiar.

No decorrer do dia até tentaram distrair ela, mas tudo foi em vão.


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