Encontros e Desencontros

Suspeitas

Saber que tinha o apoio de seus amigos ajudou muito Suga a recuperar a confiança que tinha.

Se acertou com Dae e estão namorando. Tudo estaria bem, não fosse a angústia que o consumia por esconder dela o fato de ter transado com um homem e suas sérias dúvidas quanto à sua sexualidade.  

Por um lado, estava mesmo curtindo o novo nível de proximidade que estavam compartilhando, mas por outro lado, sua incapacidade de contar a verdade pra ela estava lhe rendendo boas noites insones.

Dae, desde que começaram a namorar, conseguia ser ela mesma, principalmente perto dele, se entregou a esse relacionamento sem reservas nenhuma, no entanto, por conhecer Suga demais, sabia que alguma coisa estava errada com ele, lhe consumindo dia após dia.

Tentou várias vezes questioná-lo sobre o assunto, mas ele sempre negava.

De certa forma, Dae estava tentando ao máximo não pensar no que poderia ser a razão do silêncio dele em alguns momentos.

Quando Suga anunciou que iria debutar junto com seus amigos, Dae ficou muito feliz por sua conquista.

Procurava ser o mais compreensiva possível quando não podiam se ver, devido as longas horas de ensaio dele, e sempre com um sorriso no rosto, que escondia toda sua insegurança, fazia questão de mostrar que sempre o apoiaria.

Suga também não era bobo, conhecia ela bem demais pra saber que tinha algo incomodando ela, mesmo ela tentando desesperada esconder.

Apesar de tudo, ele sempre a apoiava em suas decisões. Procurava tratar ela com a consideração que realmente merecia, elogiava ela com frequência também.

Algumas vezes sentiu vontade de perguntar a ela o que a incomodava tanto, mas de alguma forma, seus instintos sabiam do que se tratava e por não ter as respostas que ela precisa, mudava de ideia.

Apesar de tudo, eles eram um casal feliz.

Umas das poucas coisas que Suga costumava fazer era se sentir nostálgico, por isso não gostava de ficar lembrando do passado, mas naquela manhã chuvosa de domingo, deitado em sua cama, se via exatamente assim relembrando o passado.

Sua mente lhe mostrando imagens de sua infância, as brincadeiras com seu irmão, os passeios que raramente faziam em família.

Apesar de tudo, sentia falta do tempo em que não brigava com frequência com seus pais, de ouvir seu pai lhe chamar de campeão enquanto sua mãe sorria.

Exasperado, balançou a cabeça se forçando a parar de pensar naquilo, não iria adiantar nada afinal de contas.

Se virando de lado começou a pensar naquele fatídico dia, o dia em que sua vida virou de cabeça pra baixo e tudo o que sabia de si mesmo até aquele momento se perdeu...

Lembrou daquele rosto marcante, daquela boca provocativa, dele falando bem perto de sua orelha e do toque em sua pele sensível.

Fechando os olhos, reviveu toda aquela cena, a maneira como seu corpo reagia as provocações de Jun-ho, a incrível sensação de estar dentro dele.

Em choque, voltou a si, percebendo que estava tão duro quanto naquele dia.

O que mais poderia ser feito num momento como esse a não ser se deixar levar e completar aquilo que já começou?

Fechando os olhos novamente, voltou a se lembrar dos movimentos dele, das poucas palavras que trocaram e do ritmo alucinante que o corpo dele obrigava o seu a atingir.

A essa altura o movimento de sua mão estava no mesmo ritmo frenético de seus pensamentos, explodindo com a lembrança do som do último gemido que ambos deram.