Amor Ódio & Instinto

Tal Mãe Tal Filho

                         POV Jon

Estávamos atualmente no aeroporto de Belo Horizonte, enquanto esperávamos nossas malas chegarem na esteira, Damian estava olhando fixamente para a lona preta, já eu fiquei encarregado de cuidar do carrinho. E assim eu fiz, bem ao menos durante 5 minutos, depois disso eu perdi minha paciência. Então eu pensei comigo mesmo: Isso é um carrinho, e diz que aguenta mais de 160kg, então… por que não?
Em seguida eu comecei a deslizar com o carrinho de um lado para o outro, o que atraiu a atenção de várias pessoas, algumas alegres outras espantadas por ver um marmanjo de quase 22 anos na cara brincando com um carrinho de bagagens.
Mas então Damian se virou já com as malas nas mãos e quando ele olhou para mim eu resumi minha reação em um sorriso amarelo de vergonha e parei o carrinho. O esverdeado revirou os olhos, em seguida arrumou as malas e pegou o guidão das minhas mãos e disse:

--- Tt, você realmente não mudou nada, Jonathan. --- Disse com o que parecia a sombra de um sorriso em seu rosto, mas foi embora tão rápido quanto surgira.

--- Isso não é uma coisa boa?--- Perguntei, o abraçando por trás, o que fez com que o garoto se encolhesse devido ao contato inesperado. --- Eu acho que nesse tempo todo, no meio de tanta briga e fingimento, nós não tivemos a chance de ter uma conversa franca um com o outro. --- Comentei, afundando minhas narinas no pescoço do menor que exalava um cheiro mentolado que começava a ficar cada vez mais intenso revelando que o árabe já estava perto do cio. --- Seu cheiro está se intensificando! O que você vai fazer quando entrar no cio?

--- Eu provavelmente vou usar a coleira. --- Disse despreocupadamente sem nem se dar ao trabalho de se virar para mim.

--- Bem, se você quiser-

--- Não! --- Exclamou interrompendo-me de forma bruta.

--- Eu nem terminei. --- Falei tentando me defender, apesar de saber bem que Damian já tinha conhecimento do que eu falaria.

--- O carro já está chegando, vem. --- Falou fazendo com que o assunto simplesmente fosse levado pelo vento.

Chegamos no hotel, dessa vez a mãe de Damian não aprontou uma de suas brincadeiras, provavelmente porque o mesmo enviou um áudio de mais de 30 minutos reclamando da audácia e ousadia da alfa. Eu não queria falar, mas eu estava gostando de dormir do lado dele.

Apesar de não ser um quarto de lua de mel, a magnificência do local não ficava para trás, as paredes eram brancas com detalhes em carmim. O piso era todo recoberto por cerâmicas cor de carvalho e encerado frequentemente, a única diferença gritante era que havia duas camas de casal no quarto.

--- Está com fome, Jon? --- Perguntou, enquanto colocava a mala dele sobre a cama, e se deitava logo em seguida, porém sem tirar os olhos de mim.

--- Acho que sim. --- Respondi, mas sentia que meu apetite tinha sumido após nossa "conversa" no aeroporto. --- Vamos sair, eu gostaria de conhecer mais da cidade. --- Sugeri com um sorriso. Eu realmente queria sair, mas só porque não sabia se poderia aguentar ficar a noite toda a sós com Damian e a torta de tensão que tinha sido preparada entre nós dois.

--- Okay, vamos lá. --- Concordou minimamente se levantando da cama e indo para a porta.

Como queríamos conhecer a paisagem, decidimos ir a pé. Damian fez uma pesquisa para ver restaurantes que serviam comida vegetariana e "normal". O local que escolhemos era bem aconchegante, o ambiente me lembrava a casa de campo da família Wayne, Foram colocadas várias janelas para que a luz natural entrasse, com isso todo o restaurante foi tingido com um tom de prata meio azulado que vinha da luz da lua, trazendo um clima místico para o lugar. Nos sentamos perto do local com plantas que eu sempre esqueço o nome. Logo fomos atendidos por uma mulher de cabelos cacheados e pele morena.