Conhecendo Sariette

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Em casa, as duas passaram a maior parte do tempo se adaptando bem a rotina uma da outra. Por mais que Sarah não tivesse tanto costume com crianças, conseguia entreter Julia que gostou dela de cara. Era época de Halloween e ambas as mulheres procuraram vestir a pequena para comemorar na escolinha aquele acontecimento. Ela amava fantasias de princesas, bruxas, carros, dinossauros... A menina vinha sendo criada de maneira que ela poderia escolher ser o que quisesse.

Era extremamente falante, deixando a mãe por vezes assustada em como ela conseguia pensar em tantos assuntos ao mesmo tempo e nos vários "porque isso mamãe" que ela soltava. Sarah por sua vez, admirava a inteligência dela e gostava de brincar de stop com ela, mesmo que a outra não soubesse escrever ainda, ela desenhava a "coisa" que ela queria dizer, por vezes inventando respostas na hora de comparar com a da tia Sah.

Sarah havia se tornado naquele pequeno intervalo de um mês a tia legal. Ela passou a trabalhar de casa por conta da pandemia e também para ter tempo de conhecer as duas melhor e para testar se iriam se adaptar uma a outra e estava cada vez mais certa que havia encontrado em Juliette a sua metade. Levava Jujuba para andar de bicicleta, por muitas vezes comprando doces sem que a mãe descobrisse. Ela sabia que quando sua futura esposa assistisse as gravações iria ralhar com ela, mas o sorriso da pequena a convencia fácil.

Juliette estava cansada quando saiu daquele escritório depois de mais um dia com audiências exaustivas. Ela se moveu no automático até o estacionamento do prédio cumprimentando o porteiro e desviando de pessoas apressadas, até parar de frente a sua moto, e desconectar a trava do freio a disco. Subiu devagar, ainda prendendo a mochila as suas costas. Pegou seu celular no bolso checando se havia alguma mensagem de Sarah afinal deixou sua filha naquele dia com ela para que pudesse terminar tudo mais rapidamente e encontrar ambas para terem um jantar divertido. Isso requisito que ela atenderia com todo seu ser.

Não tendo nenhuma mensagem e nem ligação, enviou um SMS informando que estava saindo, colocou seu capacete e começou a manobrar sua moto com todo cuidado que ela sabia que deveria ter. Saiu do estacionamento e chegou em pouco tempo em casa devido o trânsito estar mais leve.

Deixou a moto na garagem, removendo o capacete e checando as horas em seu celular. Eram quase dezenove e quarenta e cinco. Suspira sabendo que por mais que tentasse chegar mais cedo, não teria conseguido. Se aproxima da porta e pode ver a agitação do outro lado, pelos barulhos animados de sua filha, antes de abrir pede com delicadeza.

— Amor, se afasta da porta pra mamãe abrir? – Ela sabia que sua filha tinha mania de ficar grudada na mesma e já havia tido incidentes com sua desatenção, derrubando a mesma.

— Pronto mamãe, pode abrir. – A menor diz, em seguida correndo e se jogando nos braços da morena que sorri com a alegria de sentir o corpinho da menor chocar com o seu.

— Como está? – Pergunta alisando suas costas, enquanto anda com ela até a cozinha, sentindo o cheiro da comida da noiva.

— Bem, a tia Sah me perdeu, mas depois eu achei ela! – Entrega olhando nos olhos da mãe. — Não briga com ela, era segredo. – A menor entrega fazendo uma carinha fofa.

— Você quer me contar o que aconteceu? – Ela diz quando Sarah se aproxima e deixa um beijo nos lábios da advogada.

Sarah sabia que não era culpa da criança, que por ser tagarela iria acabar soltando algo, então deixam a menina assistindo televisão na sala, e voltam para conversar.

FlashBack

O percurso até o mercado era tão pequeno que Sarah não se preocupou em levar seu telefone celular. Ela pretendia voltar rapidamente, comprando as guloseimas que ambas iriam comer mais tarde, no jantar "divertido" que ela descobriu ser uma tradição das suas Juh todas as sextas feiras.

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