Wanda e Natasha
A detetive Yelena e sua irmã Natasha estavam atoladas de papeis em suas mesas, vasculhando pistas de quem era o traficante de pessoas que estava dizimando vidas, principalmente de mulheres. Encaravam a tela do computador, em busca de dados que ligassem algum dos cinco suspeitos presos na sala de interrogatório ao crime, mas isso apenas se mostrava inútil.
Natasha bufou em plena insatisfação, notando que todos os relatórios se mostravam peças sem sentido, nenhuma tendo conexão com as evidências que coletaram naquele último mês. Ao total dezessete garotas haviam sumido, o padrão se alternando entre cada sequestro.
— Que merda, nada faz sentido, nada parece se conectar! – Natasha se estressa e joga os papeis no chão.
— Eu estou tão ou mais frustrada que você. – Yelena diz preocupada com as vidas que estavam em jogo. — São apenas jovens, a última tinha doze anos.
— Quando eu pegar esse cara eu mesma faço questão de lhe aplicar uma boa surra.
— Será que é um caso de roubo de órgãos? – Yelena começa a pensar. — O único padrão são serem mulheres, mas as idades não batem.
— Isso só me deixa mais preocupada. – A loira leva a mão aos cabelos em um gesto impaciente e se levanta. — Traz um copo de café, por favor. – Pede para a irmã que se retira.
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Já fazia algumas semanas que a policial apresentava dificuldades para dormir, sempre os mesmos pesadelos, que a assombravam e todos tinham a ver com o fato dela ter sido baleada em plena ocorrência. A recente chegada de sua irmã mais nova apenas amenizava aquela sensação que pegava forte em seu peito. Yelena percebia o estado da irmã, e como uma eximia detetive, queria poder ajudá-la. Mas Natasha era firme em dizer que estava tudo bem. Mesmo com os gritos de pavor a acordando todos os dias a mais nova não fez nada por um longo tempo, até perder sua paciência e marcar para a irmã, a ida até um médico, especificamente um psicólogo.
As caixinhas de surpresas que a vida nós dá, geralmente nos mostram que podemos estar errados em vários aspectos. Às vezes com pessoas que confiamos e nos decepcionam, ou até mesmo com escolhas erradas que cometemos em nome da razão. E foi ali, que Natasha pode perceber, que ela deveria ter tido a coragem de pedir a sua "terapeuta" em casamento, naquele programa.
Ela estava parada, de frente ao consultório médico ao lado de sua irmã, que havia marcado a consulta sem avisá-la e somente comunicando ao seu superior o fato. Claro, que ela tinha conseguido tudo aquilo porque Regina Mills a delegada do distrito era muito amiga de Yelena, ambas tendo se formado na mesma academia, sendo a morena a mais nova delegada a tomar posse. Então não foi difícil convencê-la de que sua irmã precisava ser liberada, para estar cem por cento recuperada para voltar as ruas. E também pelo fato que Regina prezava pela saúde de sua equipe e Natasha era uma das melhores, se não, a melhor de sua corporação.
O bufar impaciente que a ruiva soltava durante todo o trajeto, demonstrava o quanto ela não gostaria de estar ali. O quanto ela ficou desligada ao ponto de só perceber que estava de frente para a mulher que tomou os seus melhores pensamentos nos últimos três meses, quando ela ficou cara a cara para a dona da voz que ela tanto quis novamente ouvir. Sentada em sua cadeira imponente e sem ainda levantar o rosto dos papéis, estava Wanda, a sua psicóloga preferida.
— Sente-se, fique à vontade, gostaria de tomar uma água Yelena... – A morena diz, quando enfim ergue o olhar para analisar sua paciente, ambas se perdem na imensidão e intensidade que os olhares se conectam.
— Eu... – Natasha estava pasma. Em toda a sua vida ela nunca havia perdido a fala, ou então ficado sem palavras para expressar suas emoções. Mas Wanda conseguia arrancar dela isso.
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Casamento as Cegas
Fanfiction- CONCLUÍDO - Presas a uma vida de amores passageiros, 20 mulheres decidem participar de um experimento inusitado. Elas embarcam em uma jornada para tentar descobrir se o amor é realmente cego! Lauren Jauregui / Camila Cabello / Lena Luthor / Kara D...