O ser se aproximou de mim. Fui me encolhendo mais, já tomada pelo medo. Em vez de me machucar, puxou minhas mãos e fingiu amarrar algo em meus pulsos. Automaticamente, passei a obedecer todas as ordens que me dava.
- O que você fez comigo? O que é você?
- Uma espécie de elfo, como você. - falava calmamente. - E isso aí é um encanto antigo, sem nome, criado por alguém... poderoso, eu diria.
Atravessamos o quarto, até a porta. Os dois elfos que me vigiavam estavam com parte do corpo queimado, caídos no chão.
- É um ferimento leve, eles estão bem.
- Não parece nada leve.
Ele virou-se, me tocou e seus olhos começaram a brilhar, camuflando nosso redor com o branco puro. Uma pressão fazia meu corpo doer, formigar, e meus olhos ardiam e lacrimejavam... O brilho só parou quando seus olhos se fecharam.
- Chegamos! - ele falou.
Neste dia descobri ter medo de altura. Estávamos em um lugar divino, acima das nuvens, mas o chão parecia vidro e só era possível senti-lo ao andar.
O elfo se chamava Elizabeth Skyl, era parte de uma espécie não-nomeada, apelidada de celestiais ou elfos do céu. Ela admirava os humanos, como os outros, e amava o nome que escolheu, mas escolhia o apelido "beth". Sendo líder, pediu desculpas pela forma que me abordou. Ela não podia ser vista por ninguém, já que pensavam que os celestiais estavam extintos, e assim deveria ser. Em minutos, me contou o básico escrito nos livros de sua espécie.
Beth retirou o encanto e, embora estivesse me tratando muito bem, não me deixava fazer uma pergunta sequer. Eu abri a boca para falar, e foi quando uma porta se abriu do nada atrás de beth; dela saiu Asnum.
- O assunto dela é comigo, beth. - ele disse.
- Não senti nada nela no pouco tempo que conversamos. - Beth dizia, se colocando em minha frente, sem olhar diretamente para ele. - Peço que...
- O que você quer comigo? - falei, saindo de trás dela. E ele já veio se aproximando, esboçando aquele sorriso bondoso. - Não chegue perto. Sabe do que sou capaz, Asnum.
- Ah, sei, sei sim. Talvez Você não saiba. Te convido entrar pela porta. Oh, não, juro não batalhar agora, só lhe mostrarei as verdades ocultas.
- Mais? Mais mentiras? E como acredito em você depois do que fez com aqueles elfos?
- Poucas atitudes não definem uma pessoa, Liz. E eu agi por amor. Tudo por amor.
- Só que não foram poucas atitudes. - falei. - Beth, me leve de volta, agora.
- Não vou pedir que confie nele, confie em mim. É a chance de saber de tudo. - beth falou. - Entre. É uma sala.
Demorei alguns segundos pensando... "Isso tem altas chances de ser uma armadilha; Beth me sequestrou. Mas o que farei? Não conheço meus poderes. Não tenho escolha." Entrei na frente. Saímos do Grande Salão.
Na sala, havia uma rocha no meio do que parecia ser uma caverna. Era a Mesa da Realidade, que em apenas um toque revelava os reais acontecimentos nas perguntas feitas a ela.
- Anos atrás, curandeiros eram mortos por humanos - Começou Asnum -, pela suspeita de envolvimento com magia negra. Evelyn era um deles...
- É vingança?
- É pelos que perderam a vida.
- Então não é amor.
- Não é?... - Ele fez uma pausa. Tinha dificuldade em falar do assunto. Mas respirou fundo, então tocou a rocha e perguntou: - Como ela morreu?
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A Sétima Poção (Pausado)
FantasyA descoberta de um bosque de elfos muda a vida de Liz e revela que tudo o que sabia sobre si era uma completa mentira. Mas foi a fuga de um elfo justiceiro e o surgimento de poderes misteriosos que a levam a outras direções. Ela agora terá que vence...