Capítulo 35

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— Líder Yua, já estamos cercados — avisou-me o meio-elfo que supervisionava o ataque dos Flurest.

 — Todos me ouvem? — falei no ponto de comunicação, e um a um responderam.

 — Não, Maties não respondeu. — Else já estava preocupada.

 — Precisamos esperar. Temos que ser pegos de surpresa. — afirmei.

 — Que grande surpresa! — Ironizou Giane.

 A explosão do portão principal anunciou a chegada deles, que invadiram acampamento adentro e atiraram cruelmente em tudo que se mexia. Facilmente, meio-elfos expostos foram abatidos sem reagir ao ataque. Porém, foi essa facilidade que deixou suspeitas...

 — A líder dos Cityd está mesmo os apoiando. — Giane falou, vendo a ilusão dos meio-elfos sendo desfeita com um pequeno e poderoso mecanismo circular com escritas élficas.

 — Eu soube disso quando desfizeram a redoma. — afirmei.

 — Yua, não vou esperar muito tempo. Maties não responde. — Else expressava preocupação. As gêmeas e os irmãos de Liz foram com Maties para a casa de madeira atrás do acampamento, fugindo do combate.

 — Mande alguém até eles. Os quero bem longe daqui, numa cidade grande. — ordenei e Else deu as costas para ir também. — Else, você fica. Você e Giane são as únicas que posso confiar cegamente aqui. Os outros partiram e minha regente... Bem, são só vocês.

 — Vamos, se revelem! Sabemos que estão aí. — Um Flurest falava, chutando estilhaços pelo chão — Se um representante não aparecer, eu vou explodir vocês junto a esse casarão. Não seria a primeira vez que isso aconteceria aqui...

 — Ora, Lewis, você não é de ameaças — Eu saía pela porta do casarão, andando calmamente — e você não possui histórico de confiança para ser escolhido como representante, ainda mais em uma missão como essa.

 — Yua... não é típico de você contrariar seus superiores. Onde está sua armadura reluzente? Acha que não posso te desafiar?

 — Você é só um Flurest confiante com uma armadura Cityd. E posso dizer que o azul-marinho não lhe cai bem.

 — Você me subestima...

 — Eu quero falar com o representante da missão.

 — Chega de show, rapazes —a voz sonolenta foi ficando mais alta, e logo ele apareceu no portão destruído. — Já conseguimos! Não tem mais nada para fazer aqui, a não ser acelerar o processo.

 — Não vai aproveitar a vantagem de ter nos pego de surpresa, senhor Asnum.

 — Com exceção deles, Yua — e apontou os Flurest —, todos reconhecem Tendas Furtivas e ilusões fajutas. Surpresa foi o que definitivamente não teve aqui. — A calma dele era de se impressionar. — Vamos!

 — Não! — Giane gritou, atrás de mim, na porta do casarão. 

 — Giane, o que está fazendo?

 — Você é... Ah, Giane, claro. Quase me esqueci de você. — Asnum falou, ao bater os olhos nela.

 — Você é um tolo. — ela passou por mim e se aproximava de Asnum — Por que acha que vai embora tão fácil? 

 — Por que eu posso? Nestes poucos segundos aqui eu já pude observar onde cada um está escondido, prontos para executar o plano b. Então, se quiserem evitar mortes desnecessárias... me deixem ir.

 — Não sem dizer onde ela está — ela disse, fazendo um pequeno sorriso surgiu no canto da boca de Asnum. — Vamos, cadê a sua amiguinha? Mais do que isso ela não deve ser, né. Diga, quantas vezes ela te olhou desde que voltou, Asnum...? Uma?

A Sétima Poção (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora