A Sétima Poção (Pausado)

capítulo 36

…

 — Olá? Tem alguém…? — eu perguntava, mas era só se ouvia minha voz no meio daquele vácuo branco, onde nem meu corpo estava — É claro que não tem ninguém. O que aconteceu comigo…?

 — Liz Imizon — uma voz potente ecoou sem ninguém aparecer

 — Onde você está? Quem é você? — Eu teria pulado de susto se eu tivesse meu corpo neste momento — Espera… Sabe onde estamos? Isso é a… Maeve?

 — Estou aqui como uma mensagem disfarçada para aqueles que não são dignos de saber a verdade; a srta Maeve não era um deles.

 — O que ela ouviu? O que é isso aqui então? Quem é você?

 — Eu compreendo a sua confusão e toda a sua reação, está assustada.

 — É claro que estou assustada! Eu não sei como vim parar aqui. Eu não sei quem você é. Eu não sei nem o que é aqui! — eu sentia certa dor enquanto a minha fala ficava acelerada. — Por que eu não consigo ver o meu corpo? Por que você não aparece para mim? O que aconteceu?

 — Apenas me diga: do que se lembra? — A voz soou aconchegante e me transferiu calma.

 — Eu me lembro… de estar na Ilha de Origem, a Maeve e os Bers, e os Guardiões… a batalha. Aí alguma coisa veio na minha direção e eu… apaguei. Eu desmaiei? Isso é bem comum pra mim. Eu não estou morta, né? Eu sinto dor, mas não sinto nem vejo meu corpo. Me conta o que está acontecendo. — eu falei, e a voz se silenciou — Você 'tá aí? Me conta o que aconteceu, ou eu…

 — Não é possível me atacar aqui. A dor e toda a confusão que você está sentindo é causada pelo portal.

 — Portal? — falei, e ele fingiu não ouvir.

 — Apenas peço que você se acalme, me escute com toda a sua atenção e que se decida. Pois é por isso que você está no Além.

 — Aonde?!

 — Evelyn Imizon foi escolhida pela divindade do seu universo e deveria ter passado os seus conhecimentos a você; perceptivelmente isso não ocorreu. A sua mãe nunca esteve aqui em todos os anos de sua existência, contudo, sua divindade garantiu que ela cumpriria todo o seu propósito traçado. 

 — Do que você está falando? O que é o "Além" que disse antes?

 — O Além é eu existo entre os universos há muito mais que os milênios de sua terra, tempo onde o nada era tudo. Aqui é acima de todas as coisas: espaço, tempo, matéria. A criação de todas as coisas teve início aqui, fugindo de muitas, ou todas, as teorias de seu e outros planetas.

 — Uau… onde estou é… Então você é o…

 — Supremo. Sou o que chamam de Supremo. Venho adaptando o Além para que não houvesse nenhum efeito colateral permanente à sua essência, por isso você vê a cor branca.

 — Você sabia que eu vinha. Você é o ser que vê o passado, o presente e o futuro; controla o tempo. — disse, desacreditada.

 — Eu não controlo nada, apenas estabeleço limites e evito o colapso do universo. No seu universo eu não tenho direito algum de controle.

 — Então, como sabia que eu vinha?

 — A sua reunião comigo foi agendada há algum tempo, e tenho aguardado desde então para a sua decisão.

 — Por que? Que decisão?

 — Finalmente chegamos no ponto principal da nossa reunião com a sua calmaria já funcional e o seu descontrole inexistente. Agora sim, começamos.