capítulo 27

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 Quando dona Rosa se convenceu em respeitar a vontade do mestre, seu irmão e meu avô (Que coisa maluca!), um meio-elfo entrou apressado pela porta e avisou que o mestre transmutou os elementos das vigas de impedimento de poder com a ajuda de Castro, que tinha uma espécie de visão de raio-X; agora podíamos usar poderes. Sem hesitar, dona Rosa já ia atrás do mestre, e eu estava prestes a ir também, mas o meio-elfo me implorou para ajudar a avisar os outros para fugir pra superfície. Quando só restava nós, subimos nos juntar aos outros.

 Surgimos no meio de uma enorme pista de pouso, onde todos estavam reunidos e acuados pelas aeronaves e os militares que cercaram toda a área. Imediatamente, senti meu corpo enfraquecer e mais e mais os poderes sumiam; estavam sugando nossa Energia através dos drenadores antes de nos matar. Como a maioria, fui caindo na pista, sem poder sustentar meu peso nas pernas. Olhando ao redor, avistei Giane desmaiada e sendo protegida por Paulo e Filipe, que estavam armados.

 — Paulo! Filipe! Aqui! — Gritei.

 — Poupe esforços, Liz, não venha! — Paulo gritou de volta.

 Nossa situação era delicada. A qualquer momento podia haver um extermínio, em um só clique dos militares. De qualquer forma, sem Energia não podíamos fazer nada; ou seríamos levados para a Caixa de novo, ou morreríamos de esgotamento caso não tenhamos nada para se recuperar. "Filipe e Paulo deixaram tudo por mim, Giane e Nora deixaram tudo por mim, pra terminar assim? Todos esses esforços foram em vão? O que eu faço?"

 — Nãooo!! — uma voz misteriosa, masculina, surgiu ecoando nos ares. Um grito de agonia.

 Nós olhávamos ao redor, os militares se espantaram. Então, surgiu por teletransporte, Maysan, Else, Máties e Rachell. Rapidamente, as aeronaves de guerra miraram e soltaram fogo, fazendo com que Else protegesse a todos enquanto Rachell contragolpeava, provocando uma troca de tiros. Provavelmente Maysan estava machucado, pois não reagia e teve que ser carregado por Máties para junto de nós. Paulo me levava até Máties, e Filipe ia com Giane.

 — O que houve com Maysan, Máties? — perguntei.

 — É complicado. O que houve aqui? Você tá bem?

 — Isso aqui... bem, é complicado. Eu só tô fraca.

 — Else não aguentará o escudo por muito tempo, há muitos tiros. Vou teletransportar vocês aos poucos. Ninguém tem poderes aqui?

 — Não, foi extraído. Mas temos que ir juntos.

 — Ela tem razão. — concordou Paulo. — Estes meio-elfos não têm informações sobre o mundo fora daqui.

 — Sozinhos podem comer algo, se recuperar e ir embora. Vamos precisar deles como aliados.

 — Ok. Reúnam todos então. Else deve estar em seu limite, precisa ser rápido. De pressa! 

 — Mais uma coisa, Máties: há sangue meio-élfico nos laboratórios, muitas provas sobre nós. A Energia extraída do sangue está armazenada, o que faz desse lugar um campo minado para uma explosão sem escalas. — Giane falava com dificuldade, foi atingida por tiros à queima roupa.

 Fomos repassando a mensagem o mais rápido possível, mas não foi o bastante; Else não aguentou e o escudo se desfez. A esse ponto Rachell havia conseguido atingir algumas aeronaves e os militares que nos cercaram foram abatidos. Contudo, reforços vinham chegando, somente eles não seriam capazes de vencer tão facilmente.

Do outro lado, Máties explodiu um dos veículos terrestres que também atiravam contra nós, e as chamas alcançaram uma aeronave, a qual acabou caindo em cima da base. Não era bem assim que precisávamos da explosão que Giane pediu, mas estava ali. Rachell, Máties e Else recuaram e vieram até nós, que já estávamos reunidos como o planejado. Em segurança, o teletransporte foi um sucesso.

A Sétima Poção (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora