capítulo 32

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 Com a preocupação de deixar representantes de cada grupo cuidando das tendas e ainda pensando em melhorar o plano, somente eu, Giane e Yua fomos para Veneza, localização dos túneis do labirinto. Ao chegarmos, encontramos um caos: as ruas estavam destruídas e parte da cidade era evacuada por guardas fardados. Giane ativou a Anusyus, que reverteu o cenário dos túneis secretos, nos levando até o ponto do labirinto. Não havia mais Guardiões pela região, provavelmente por causa dos humanos, mas os meio-elfos ainda estavam infiltrados em meio a evacuação da cidade.

 O enorme paredão enigmático com o  labirinto parecia algo deslocado e Yua achou incomum que algo grande que rouba tanta atenção fosse para esconder um artefato, mesmo sendo no subterrâneo. Não era possível saber se havia mais algo ali, Giane usa muita energia para sustentar a Anusyus e usou ainda mais para reverter a possível explosão. 

 O correto a fazer no momento era avisar Apus para que o líder-diretor dos Camp fosse convocado adequadamente para resolver as questões nas cidades e no mundo como um todo, pois as mídias já divulgavam a notícia de uma explosão em Veneza como alerta de atentado. Yua sabia que a líder-diretora dos Cityd era apoiadora de Asnum e por isso resolveu voltar para seu bosque para resgatar os elfos que permaneceram lá. Ela sabia que uma reação negativa dos humanos era provável de acontecer depois de explicar o que realmente estava acontecendo. De qualquer forma, os elfos seriam expostos.

 Giane e eu partimos juntas para o nordeste do Brasil, onde Apus, Diana e o subchef haviam ido juntos verificar o alerta emitido por causa do artefato Nell. Rapidamente nos disfarçamos para nos misturar entre os turistas que estavam presentes, assim como os três haviam feito. O local era um ponto turístico por causa das gravuras no paredão que eram total enigma para os cientistas. Os Guardiões também não estavam ali, enquanto os meio-elfos se disfarçaram de guias, mas mesmo assim não sabiam o que aconteceu de fato.

 — O que houve em Veneza? Onde está Yua?

 — Provavelmente uma explosão, a cidade está destruída. Yua foi transferir o bosque Nell para o acampamento de Else e Máties, justamente por saber o que há de vir.

 — Então ela sugeriu que eu fizesse algo?

 — Que convocasse o líder-diretor e a verdade fosse dita aos humanos.

 — Você entende, Giane, que fazendo isso abertamente estarei declarando uma guerra literal e política entre elfos, humanos e os apoiadores de Asnum, certo?

 — Seria só mais uma. Estamos em meio a guerra sem combates.

— Eu vou ver o que posso fazer.

 Apus deu uma desculpa esfarrapada aos ali presentes, mesmo que não houvesse necessidade, e partiu.

 Diana explicou que o enigma no paredão era o segredo para o artefato ser conquistado, mas nem ela e nem o subchef sabiam como resolver aquilo. Olhando de longe, pareciam simples desenhos e escrituras antigas. Mais de perto, aquilo me parecia familiar. Assim que me aproximei demais e alguns olharam, Giane simplesmente os paralisou. 

 — Ah, o que foi? É mais fácil e mais rápido assim, ninguém vai perceber nada. Anda logo! — foi só isso que ela disse.

 As escritas pareciam conversar comigo, mesmo que eu não soubesse direito o que queriam falar. Mas quando senti os desenhos, quando eu senti os traços na ponta dos meus dedos que tudo foi se encaixando e ficando tão claro que se tornou assustador. Os desenhos humanoides se desmontaram diante meu olhar, os círculos e espirais tornavam-se claras galáxias, assim como os simples pontinhos aleatórios eram estrelas agora. 

 — Você decifra enigmas agora? — Giane perguntou.

 — Ela, não. Os elfos da Energia que absorveu, sim. — Diana respondeu. 

A Sétima Poção (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora