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Duas semanas se passaram desde que JiMin foi à corte e até agora tudo estava indo bem. Conseguiu mudar os cômodos da casa, queimando todos os pertences de ChungHee e estava sendo um ótimo governante, o povo estava muito feliz com JiMin no cargo de Duque, mesmo em pouco tempo, já haviam prosperado e sua vila e aos poucos conseguiam sair da pobreza.

JiMin deu um enterro digno à sua família de sangue, mesmo que não houvesse corpos, ele mandou fazer lápides para seus pais e para Muriel, mandou colocar no terreno de sua casa, já que era um lugar bem amplo e que não ficaria exposto, apenas JiMin sabia onde ficava, para que somente ele pudesse vê-los e era o que o Park estava fazendo agora mesmo.

— Mamãe... eu não pude conhecê-la... — JiMin suspirou e sentou no gramado, em frente ao túmulo com o nome de sua mãe — Na verdade, eu a conheci, mas não lembro de como você era, não cem por cento, apenas consegui me lembrar de seus cabelos grandes e escuros, eram lindos, assim como você deveria ser — Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de JiMin e a ponta de seus dedos tocaram a lápide — Eu não vou chorar, não desta vez, pois lembrei de uma frase que li em um e meus livros preferidos, ela era assim. "Chorar é como deixar vazar os sentimentos no chão"¹. Isso fez muito sentido para mim e por isso, não irei chorar, não vou deixar meus sentimentos irem embora. Eu amo você mamãe, por toda a minha vida.

JiMin levantou no chão e saiu de lá, seguindo para sua casa, que agora era totalmente aberta, nenhuma cortina ficava fechada, como seu "pai" fazia. Se JiMin falasse que estava recuperado por completo, ele estaria mentindo. De madrugada JiMin acorda aos gritos imaginando seu pai aparecendo ali e o machucando, mas quando sente o abraço de JungKook, quando ouve seus sussurros em seu ouvido, dizendo que está tudo bem e até mesmo nas vezes em que JiMin pede para fazer amor, ele se acalma e lembra que todo aquele pesadelo acabou. Aldebaran lhe enviou uma carta, avisando que ChungHee foi morto por enforcamento e seu corpo foi enterrado como indigente, para que fosse esquecido por todo sempre. Toda vez que lia a carta do Rei, JiMin ficava feliz, sabia que não deveria ficar feliz com a morte de alguém, mas era inevitável, ChungHee mereceu o destino que teve.

— Aí está você — JungKook sorriu ao ver o namorado entrar em casa e foi até ele, o enchendo de beijinhos — Como você está? Aconteceu alguma coisa?

— Estou bem, meu amor — JiMin sorriu e deitou a cabeça no peito de Jeon — Estava conversando com minha mãe, me faz bem falar com ela, parece que sempre que falo com ela, ela está ao meu lado...

— Ela sempre vai estar com você, meu bem — JungKook acariciava os cabelos sedosos de JiMin e o pegou no colo, fazendo o mais baixo o olhar um pouco confuso — O que foi? Não posso mais pegar você no colo?

— Pode, mas é que você só faz isso quando quer... — Jeon sorriu ladino e JiMin jogou a cabeça para trás, rindo alto — Seu tarado! Já fizemos amor umas horas atrás!

— Por que não podemos fazer de novo? — Jeon fez um biquinho choroso — Você fica muito fofo falando que fazemos "amor", nem parece que quando estamos na cama me pede pra foder você sem dó...

— JUNGKOOK!!! — JiMin olhou para os lados, se certificando de que ninguém tinha ouvido — Alguém pode ouvir! Idiota!

— Qual o problema? Eles ouvem seus belos gemidos todo dia — As bochechas de JiMin ficaram extremamente vermelhas — Tudo bem, já entendi, não vamos fazer "amor" agora — Jeon sorriu.

— Como está indo seu livro misterioso? — JiMin desceu do colo do namorado e seguiu para a cozinha, ouvindo os passos de Jeon atrás de si.

— Muito bem — Jeon sorriu — Com a rapidez que estou indo, daqui umas semanas estará pronto.

— Ainda não entendo porquê não posso saber sobre o que é seu livro, não confia em mim? — JiMin pegou algumas frutas e cortou em cubos, levando algumas para a boca enquanto cortava.

— É uma surpresa meu bem, mas garanto que vai gostar — Jeon encostou o corpo no balcão e ficou observando a silhueta de seu amado, pensando em quão sortudo ele era por ter JiMin ao seu lado.

— Tenho certeza de que vou — JiMin sorriu e foi para a mesa — Sobre o baile, vai acontecer daqui três semanas, estou tão nervoso, o Rei e a Rainha confirmaram sua presença, e se eu fizer algo? Estragar todo o baile, eles vão me odiar para sempre...

— Ei, você vai ser perfeito, confie em mim meu amor — Jeon sentou ao seu lado e depositou um beijo em sua testa — Vai dar tudo certo, confie em mim — Ele sorriu singelo e acariciou a coxa de JiMin.

— Tudo bem, vou confiar, se algo der errado a culpa será sua — JungKook riu e acenou com a cabeça, concordando com JiMin.

— A culpa será toda minha, assumo essa responsabilidade.

Jeon estava muito nervoso com o dia do baile, estava tirando seu sono pensar que esse dia estava cada vez mais próximo. Ele sabia que JiMin iria amar a surpresa, mas mesmo assim, no fundo ele sentia medo, JiMin estava muito sensível por conta das coisas que aconteceram recentemente e qualquer coisa que Jeon falasse de errado ou que JiMin entendesse errado, já era motivo para o loiro chorar.

JungKook entendia que era um processo até seu namorado se recuperar por completo e ele esperava que até o baile, ele tivesse se recuperado um bom tanto, para que tudo desse certo. Às vezes, durante a noite, JiMin jurava ver a figura de ChungHee no canto da cama, o olhando, mesmo que Jeon insistisse que nada tinha no quarto além deles, por isso estava com medo do baile, medo de JiMin começar a ver seu pai no meio da multidão e surtar, medo de fazer a surpresa e JiMin odiar com todas as suas forças, mas rezava para que isso fosse apenas coisa de sua cabeça.

Ele amava JiMin e diria isso na frente de todos. 

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¹ Trecho tirado do livro 'Salem do escritor Stephen King.

Lord Park || JJK + PJM Onde histórias criam vida. Descubra agora