Solto um suspiro ao escutar a porta bater, é a terceira vez que ele chega assim essa semana. Me enrolo nas cobertas fingindo dormir, mesmo que a tarefa seja impossível sem ele ao meu lado.
O barulho no quarto denúncia sua presença, a cama afunda. Seus dedos tocam meu rosto e eu o escuto suspirar.
— Não posso perder você. — Sussurra. — Não vou perder você.
**
Amarro meu cabelo enquanto brinco com o cereal em minha tigela, não sinto a mínima vontade de comer.
— Você precisa se alimentar certo. — Escuto sua voz e quase dou risada, ele simplesmente me ignorou nos últimos dias, nada além de bom dia e boa noite.
— Eu vou pra casa. — Digo me levantando. Ryan me encara franzindo a testa e eu apenas caminho para o andar de cima.
— Luna. — Chama vindo atrás de mim. A alguns dias ele não me chama mais de sweet.
— O que? — Pergunto me virando pra ele, meu rosto deve mostrar o quão chateada eu estou já que ele suspira me encarando.
— Sweet... — Murmura vindo até mim, me afasto rapidamente e entro em nosso quarto, calço meus sapatos o vendo suspirar. — Luna, para!
— Parar por que? — Pergunto irritada, algumas lágrimas já descem em meu rosto e eu resmungo. — Pra você chegar tarde todos os dias? Não olhar pra minha cara? Simplesmente ignorar minha existência!?
— Sweet... — Ele Sussurra me abraçando, tento o empurrar mas seu corpo se gruda no meu, meu namorado beija minha cabeça enquanto me abraçada, o encaro atentamente. Algumas lágrimas caem de seus olhos o que faz meu coração quebrar. — Eu... Me perdoe. — Sussurra acariciando meu cabelo.
— Ryan, você me machucou. — Falo me soltando de seus braços, mesmo que a minha vontade seja o agarrar e beijar seu rosto.
— Eu sei, me desculpe, sweet. Eu sinto muito. — Fala exasperado. Ele agarra o próprio cabelo o puxando e grunhiu irritado ao me ver voltar a guardar minhas coisas. — Luna me escuta...
— Não Ryan! — Grito o fazendo ficar surpreso, não era e nem é do feitio gritar. — Você me machucou, muito, e isso doeu, não é só uma desculpinha e um beijinho que vai me acalmar. Se importa pra você o que eu estou sentindo me explica o por que você está assim.
Solto um suspiro segurando minha mochila. Posso vê-lo bagunçar o cabelo grunhido irritado.
— Eu vou te explicar. — Fala suspirando. — Eu pego você na faculdade, tem muita coisa que você tem que entender. — Arrumo a mochila no ombro e saio do quarto me sentindo destruída, nós nunca, nunca brigamos, principalmente desse modo, mas o jeito que ele vem agindo nos últimos dias me irritou.
***
— Ei Luna. — Kyle, um colega da sala, me chama assim que saio da sala, sorri para ele que franziu a testa. — O que aconteceu?— Nada. — Falo dando de ombros, o garoto me encara atentamente mas faz o mesmo.
— Seu sorriso está estranho. — Dou risada enquanto caminhamos para fora do prédio. — Eu e alguns amigos vamos sair hoje, se quiser ir com a gente. — Diz coçando a nuca, ele parecia envergonhado e me entregou um papel com o endereço.
Antes que possa pegar o papel ele é tirado do meu alcance. Ryan lê o papel atentamente e respira fundo. Faço o mesmo ao perceber Sam ao seu lado segurando seu braço.
— Ela não pode. — Diz segurando minha mão, resmungo tentando soltar mas ele apenas a segura mais forte. — Vamos sair.
— Quem é ele? — Ele pergunta para mim.
— Ryan...
— Sou o noivo dela. — Kyle deu um sorriso sem graça e acenou levemente para mim antes de sair. Solto a mão de Ryan e encaro o seu braço, ele pigarreou e retirou as mãos da garota.
— Qual é seu problema? — Pergunto.
— Ele estava claramente dando em cima de você.
— Ele é só um amigo, e pelo menos é educado. — Resmungo. Meu noivo me encara irritado e eu dou de ombros. Ryan bufa passando os braços pelo meus ombros e me levando até o carro.
— Sam, pega um taxi para casa. — Fala me colocando dentro do carro e afivelando meu cinto.
— Mas... — Ryan apenas entra no carro cortando a fala da garota, me afundo do banco e deixo minha mochila no banco de trás.
— Fica quieta. — Ryan resmunga apertando o volante.
— Pra onde a gente vai? — Pergunto. Observo seu maxilar trincando e as veias salgadas enquanto ele aperta o voltando, uma de suas mãos segura minha coxa apertando o local.
— Aí. — Choramingo. Ryan me encara preocupado e diminui um pouco o aperto.
Paramos em frente a uma paisagem bonita, uma montanha, estamos no topo, estava tão ocupada o encarando que nem percebi enquanto subíamos. Ryan desce do carro e abre a porta do meu, ele me puxa para fora. Seus lábios cobrem os meus rapidamente enquanto ele segura meu rosto entre as mãos, seu beijo é bruto e necessitado. Me afasto um pouco graças a falta de ar mas ele gruda sua boca a minha de novo.
— Céus, como eu senti sua falta. — Murmura contra meus lábios. Tenta me afastar mas ele continua nos mantendo perto. — Me desculpe. — Pede. — Eu só quero proteger você.
— De quê? — Pergunto. Meu namorado suspira é me abraça fazendo com que eu fique com a cabeça em seu peito, abraço seu corpo seu corpo percebendo o quanto eu sentia falta do seu toque.
— Você é minha vida, Luna. — Sussurra contra meu cabelo. — Eu não posso e não vou perder você.
— Ryan, você está me assustando. — Falo baixo, coloco minhas mãos em seu peito e me afasto apenas o suficiente para olhar em seus olhos. Eu nunca o vi assim, não era o meu Ryan, não era o Ryan de sempre. Ele estava com medo.
— Vai ser melhor se você não souber. — Diz acariciando meu cabelo. — Não quero você com medo.
— Ryan! Eu estou com medo. Como isso pode ser melhor? — Exclamo exasperada, meu noivo respira fundo e beija meu rosto, repetidas vezes com carinho e por último meus lábios.
— Estão ameaçando você. — O encaro novamente e franzi a testa.
— Me ameaçando? — Pergunto confusa.
— É. — Pigarreia, posso vê-lo endireitar o corpo e seu olhar volta a ser como antes, o Ryan que eu conheço. — Não se preocupe. Eu estou cuidando disso.
— Mas... — Seus lábios cobrem os meus de modo calmo me fazendo suspirar.
— Eu resolvo isso. — Fala. — E me desculpe por fazer você se sentir mal. — Nego com a cabeça e abraço seu pescoço me sentindo segura.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet Part
Romance"Luna Duarte é a única coisa que me deixa indefeso, mas também única coisa que me mantém vivo" O que era uma vida sem preocupações? Nada com o que lidar, nada com o que se importar, até ela aparecer. Luna Duarte era a criatura mais doce que Ryan Sm...