37°capítulo

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Ryan

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Ryan.

Consigo escutar o choro da minha noiva.

Mas tudo que consigo.

A primeira pancada atinge meu estômago em cheio me fazendo tossir, coloco a mão no local graças a dor lancinante e sinto outra pancada, e mais outra, em diversas partes do meu corpo.

Uma

Duas

Dez

Vinte e quatro

Quarenta e oito

Cinquenta e sete

Oitenta

Depois disso perdi a conta. Meus únicos sentidos apontavam para abrir os olhos e ver que minha noiva estava bem.

Eu nunca fui um cara heroico e muito menos alguém de honra. Mas não consigo encontrar um jeito melhor de morrer.

Acho que morrer pela mulher que amo deve ser bem honrado.

***

Luna.

Ofego me levantando rapidamente e me arrependo no mesmo instante. Minha cabeça está latejando e sinto uma dor alucinante no meu pescoço. Minha garganta está extremamente e seca e meu corpo inteiro dói além da agulha espetada no meu braço.

— Água. — sussurro para a silhueta que consigo vislumbrar diante da minha visão embaçada. Posso sentir o copo contra minha boca e engulo o líquido lentamente sentindo cada parte do meu corpo arder e reclamar.

— Deita. — a voz soa novamente e posso escutar o bip bip inconfundível de um hospital.

***

Abro os olhos lentamente e pisco graças a claridade no local. Tudo que aconteceu me acertam como um soco no estômago e eu me levanto, de modo mais calmo dessa vez.

Reconheço de imediato a pessoa em meu quarto e não consigo conter as lágrimas quando Sophie me abraça. Soluço a apertando contra mim e minha amiga beijou minha cabeça sussurrando palavras doces.

— É muito bom você estar bem, Lu. — sussurra pegando meu rosto entre as mãos. Seu rosto fofo está coberto de lágrimas me fazendo soluçar.

— Cadê o Ryan? — pergunto vendo seu rosto se contorcer um pouco. — Me fala, Sophie.

Sinto meus olhos se encherem de água quando ela não me responde. Entro em desespero, sinto o ar faltar. Retiro os aparelhos conectados ao meu dedo e arrumo o soro em meu braço me levantando e o arrastando comigo.

— Luna, você tem que ficar deitada... — A voz doce de Sophie soa juntamente com seus braços me tocando delicadamente.

— Então me diz onde está o meu noivo! — grito saindo do quarto. Soluço andando desesperada pelos corredores do hospital enquanto Sophie tenta me fazer voltar ao quarto. Paro na recepção.

— Ryan Smith, me diz onde está Ryan Smith.

— Senhora, você deveria estar deitada... — começa a falar.

— Eu não quero saber, alguém pode me dizer onde está o meu noivo?! — grito novamente, soluço encarando a mulher que começa a digitar algo. Soluço me encostando no balcão, nada pode ter acontecido com ele, nada.

— Luna... — me viro para voz inconfundível e soluço encarando Enzo. Quase caio quando corro para o abraçar mas ele me pega a tempo. Abraço seu pescoço soluçando e o sinto me apertar, o que causa um pouco de dor mas eu não me importo, seus lábios tocam minha cabeça diversas vezes me fazendo soluçar.

— Eu senti tanto sua falta, irmã. — sussurra me fazendo o apertar mais. Seus lábios tocam meu rosto diversas vezes e só consigo sussurrar o quanto eu senti sua falta.

— Enzo... — me separo dele e o encaro atentamente. — Cadê o Ryan...

— Lu...

— Cadê o Ryan? — grito, por mais que não goste do ato. Enzo beija a testa da namorada sussurrando algo que assente e segura em minha mão beijando minha bochecha e sorri de modo fofo. Sinto os braços de Walker passarem por meus ombros com cuidado graças ao soro e começar a andar.

Sinto meus olhos marejados novamente graças ao fato de ninguém me responder.

— Ele está vivo, minha linda. — sussurra apertando meus ombros que relaxam se imediato ao ouvir tais palavras. Mas algo ainda me preocupa, o Enzo não fala assim, se estivesse tudo bem meu irmão estaria fazendo piadas e não tenso.

Lágrimas caem de meus olhos e eu soluço abrindo a porta da qual Enzo me deixou na frente. Meu peito se aperta ao ver meu bebê conectado a várias máquinas inclusive uma para respirar. Seus olhos estão fechados e seu rosto contém machucados enormes e abertos. A única parte descoberta são seus braços que me fazem levar a mão a boca. Há cortes enormes neles e os curativos estão enxarcados de sangue.

Minhas pernas cedem e eu só não vou ao chão porque Enzo me segura antes disso.

— Lu, o médico falou que você não pode se estressar. — Sophie fala me tirando da sala. Ao menos tenho força para responder enquanto eles me acompanham de volta para meu quarto. Sou deixada na cama do hospital novamente sem conseguir parar de pensar no estado de Ryan.

— Fofinha, por favor. Você precisa se acalmar. — Solto um suspiro ao ver uma enfermeira adentrar o quarto com um sorriso gentil. — O Ryan vai ficar bem, ele já esteve pior, cuida de você, por favor. Ele não gostaria de acordar e te ver mal.

Assinto lentamente me deitando na cama sem deixar de repetir mentalmente: Ele vai ficar bem, ele vai ficar bem, ele vai ficar bem. Ele vai fucar bem e vai brigar comigo por ter sido descuidada, ele vai ficar bem e vai planejar nosso casamento.

— Como se sente, querida? — Kate, é o nome no crachá, me pergunta mexendo no soro e verificando coisas a qual não sei identificar.

— Um pouco tonta e cansada. — ela assente.

— É natural, soube que andou aprontando e saindo do seu quarto. — murmura batendo um dedo no meu nariz, solto um riso fraco e ela sorriu me entregando um copinho com dois analgésicos. — Como seu amigo disse, seu noivo vai sair dessa, meu amor. Mas agora tome os remédios e assim você vai poder entender tudo, certo?

Assinto lentamente e engulo os remédios me deitando na cama. Sophie sorri para mim e segura minha mão.

— Se acalma, vamos te explicar tudo quando estiver mais calma. — A enfermeira conecta outros aparelhos a mim e sorriu saindo do quarto. Fecho meus olhos tentando não pensar no que meu irmão tenha feito com Ryan.

O importante é que estamos vivos.

Sweet PartOnde histórias criam vida. Descubra agora