Movo meus dedos sob a mesa e me concentro em beber o vinho branco servido na taça. A bebida me lembra todas as vezes que fiz minha noiva experimentar vinhos de todos os tipos, para ver se ela gostava de algum.
O vestido vermelho da garota a minha frente é tão vibrante que quase me ofusca, lembro-me do vermelho vermelho escuro que Luna usou quando viajamos no sue aniversário, ela estava tão linda.
— Essa situação não é exatamente como eu imaginei. — Sam murmura. Encaro minha amiga por alguns segundos e volto a olhar a paisagem. — Ela vai ficar bem, Smith. — Suas mãos tentam tocar as minhas em cima da mesa. Mudo-as de posição rapidamente e me recosto na cadeira, ergo a mao para que o garçom me traga outra taça.
— Vinho tinto, 1950. — Digo. Como seu vestido, como sua época favorita.
— O senhor tem alguma marca de preferência? — Nego com a cabeça e solto um suspiro ao vê-lo sair.
— Eu... Sinto muito por isso. — Sam diz rapidamente e me encara, seus olhos castanhos brilham sob a luz do lustre. — Eu não queria, não queria que fosse assim.
— Me poupe. — Digo. — Prezo sua amizade, não estrague isso.
— Não vou, desisti a algum tempo. — Faz uma pausa, o garçom serve meu vinho e eu espero ansiosamente por outra merda de mensagem. — Fomos importantes um para o outro, Ryan. Nada vai apagar isso.
Meu celular faz barulho e eu o pego rapidamente, praguejo ao ver o nome de Duarte na tela.
— Onde caralhos você se meteu, filho da puta? — Grunhi me levantando. Sam não se move, apenas come seu prato.
— Me diz que a Luna está com você, Ryan. Por favor, me diz que ela está com você! — A voz de Duarte soa embargada, não tenho paciência pra isso no momento.
— Onde você está?
— Me diz que ela está com você! — Ele explode em um choro compulsivo. Passo a mão no cabelo o jogando para trás e quase choro com a lembrança dela os cortando.
— Liga para o Walker. — Mando..
Meu celular faz barulho novamente, mas dessa vez, é o que eu espero.
Já comeram certo? Que tal vocês darem uma passadinha no seu apartamento, o quarto que você fez para sua sweet está esperando.
Chuto uma mesa perto de mim, eles estavam com alguns guardanapos, as pessoas no restaurante me encaram assustadas e eu me movo. Pego minha chave e começo a caminhar para fora do restaurante. O barulho de saltos me seguem até que eu entre no carro. Encaro Sam em uma súplica silenciosa para que seu rosto se transforme no de Luna, para que seja Luna ali, e não ela.
***
Nosso quarto está normal, aparentemente, mas basta dar uma olhada rápida em volta e eu percebo que não, as pequenas câmeras escondidas não passam despercebidas, planejei cada mínimo detalhe desse quarto, apenas para que ela se sentisse confortável. Não vou fazer isso aqui, nem em lugar nenhum.
Vamos, comece o show, sweet está ansiosa para ver isso.
Sua foto vem logo depois. Minha bebê... Céus.
— EU VOU MATAR VOCÊ, FILHO DA PUTA! — Chego perto de uma das câmeras e dou risada. — O que você acha, hum?! Acha que eu não vou atrás dela?! Acha que vou virar sua marionete e fazer o que você quiser?! Enquanto eu viver, você não vai ter um minuto de paz, seu merdinha. Quando eu puser as minhas mãos em você... — Dou risada novamente, minha boca saliva em expectativa só de imaginar, a pessoa idiota o bastante para se meter no meu caminho em minhas mãos, seu sangue ensopado em minhas roupas. — Você vai desejar nunca ter nascido. Entenda uma coisa: Luna Smith é intocável, Luna Smith vai sair desse local sem nenhuma merda de arranhão, porque eu garanto que se houver um pequeno arranhão nela, garanto que vocês vão preferir conhecer o diabo a me enfrentar!
Saio do quarto vendo que Sam não está mais na sala, deve ter ido embora ao ouvir meus gritos. Acendo um cigarro enquanto desço pelas escadas. Pego meu carro e começo a dirigir até a cede.
Empurro a porta do local fazendo muitos ficarem assustados, Duarte está em um canto, amoado, provavelmente já sabe de tudo pois Walker toca seu ombro em forma de apoio. Todos os seguranças que eu mandei irem com ela estão aqui agora. Me seguro para não enfiar a cara de todos eles em óleo fervente.
— Turker! — Grito. O homem rapidamente aparece estremecido estremecido me ver. Jogo o celular para ele o fazendo fechar os olhos. — Não! — Berro. — Olha! A incompetência de vocês deixa isso acontecer? Não são capazes de fazer uma tarefa simples!
Faço a merda da foto de minha garota passar por todos que estavam cuidando da sua segurança.
— Onde caralhos vocês estavam?!
— A Sra. Smith entrou na casa e... — Ele pigarreia, ergo a sobrancelha e solto a fumaça do cigarro perto de seu rosto o fazendo tossir.
— E o que? — Pergunto irritado.
— O Duarte foi o único que foi junto, por ser irmão dela. — Desvio meu olhar para Duarte mas rapidamente volto volto homem. — Nós estávamos esperando na porta, fazendo guarda. Quando vimos que estava silêncio demais entramos, vimos a Sra.Smith caída assim como o irmão, depois simplesmente... Apagamos, alguém já estava no apartamento quando entramos. Quando acordamos fomos procurar eles, Duarte estava caído em uma rodovia perto do shopping, então demos o telefone para ele ligar para você, e a Luna...
Agarro a gola da camisa do homem e o ergo um pouco. Sua pele negra empalidede e eu quase ri.
— Se a minha garota voltar com um arranhão sequer... — Deixo a frase no ar, solto sua camisa o fazendo cambaler e viro as costas. — Duarte, na minha sala.
— Ryan, qual é cara... — Walker tentar me interromper mas com apenas um olhar ele para de falar. Duarte apenas suspira e sobe as escadas.
— A foto que mandaram tem detalhes demais. — Digo. — Achem algo com isso.
— Anthony ligou. — Walker fala, balanço a cabeça antes de parar na escada, sem me virar.
— O que você disse?
— Disse que ela e a Sophie foram passar um final de semana num SPA, sem Internet.
Solto um suspiro e caminho até minha sala. Mais essa agora, só o que faltava.
— Eu não lembro, eu fui com ela no banheiro e depois só lembro de acordar com eles me chacoalhando e ligar para você. — Murmura. — Eu quero a minha irmã, Ryan.
Respiro fundo e faço um aceno com a mão, para que ele saia.
Eu também, Duarte. Eu também.
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Sweet Part
Romance"Luna Duarte é a única coisa que me deixa indefeso, mas também única coisa que me mantém vivo" O que era uma vida sem preocupações? Nada com o que lidar, nada com o que se importar, até ela aparecer. Luna Duarte era a criatura mais doce que Ryan Sm...