Capítulo 12

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Henry Ferrari



Minha filha precisou ficar comigo na empresa, porque minha mãe precisou resolver umas coisas. Deixo Sofia sentada na minha sala e vou até o outro setor entregar um documento. Ao voltar, me desespero, Sofia não está em nenhum lugar. Até vou à sala da presidência e a cena que vejo à frente me deixa surpreso. 

Sofia está no colo de Victória, as duas estão conversando animadas e Victória sorri com ternura. Meu coração acelera com a cena. Me desculpo com Victória, mas ela explica que não tem problema, que ela e Sofia são amigas. Minha filha confirma e diz que Victória disse que sou bonito. Novamente congelo, mas olho para Victória de uma forma que um funcionário não deveria olhar para a sua chefe. Não consigo me conter, estou muito atraído por Victória.

Vejo que Sofia deixou Victória envergonhada, então decido chamar Sofia para irmos embora, já que o expediente acabou. Sofia e Victória se abraçam e Victória diz que adorou conhecê-la e que pode visitá-la quando quiser. Me despeço de Victória com Sofia no colo e voltamos para casa.

Minha mãe já estava em casa preparando o jantar quando chegamos. Sofia conta para ela que conheceu minha chefe e que ela é muito legal e linda. Minha mãe sorri e faz perguntas sobre Victória, sempre me olhando. Levanto as sobrancelhas, já esperando suas pérolas.

Sofia vai para seu quarto e eu minha mãe ficamos conversando.

__ Percebi que a minha neta gostou muito da moça.

__ Sim, mãe, a Sofia realmente gostou da Victória. Ela foi muito gentil com a nossa pequena.

Minha mãe continua me olhando com aquele olhar de mãe, que quer falar algo mais está se contendo. Eu a conheço bem o suficiente para saber que ela tem algo a dizer, mas está esperando o momento certo.

Dou um beijo na testa da minha mãe e dou um banho na Sofia antes de deixá-la na cozinha com ela. Em seguida, vou tomar banho. Debaixo do chuveiro, lembro-me de Victória com Sofia. Uma sensação boa surge dentro de mim. Não sei o que está acontecendo comigo, mas estou começando a olhar para a minha chefe com outros olhos. Ela é uma mulher linda, inteligente, justa e muito amorosa. Henry, Henry, o que está acontecendo com você?, me questiono.

O jantar estava delicioso. Dona Jane preparou tacos, salada e suco. Nossa pequena comeu tudo e até repetiu, nos deixando felizes. Às vezes lutávamos para fazer a Sofia comer, pois sabemos o quanto sua alimentação é importante, especialmente nesta fase de crescimento.

Depois do jantar, nós três assistimos um pouco de desenho com Sofia. Quarenta minutos depois, uma pequena loirinha estava profundamente adormecida. Eu a pego no colo e a coloco em sua cama, a cubro com seu cobertor, coloco seu urso perto dela, dou um beijo em sua testa e digo baixinho: 

__Te amo, filha.

O dia começa e preparo o café da manhã. Nos reunimos na mesa, agradecemos a Deus por mais um dia e pelo alimento na mesa. Conversamos sobre amenidades enquanto comemos. Me despeço da minha mãe, que também sai para abrir sua loja. Levo minha pequena até seu colégio, onde ela acena contente e entra. Estaciono o carro e, ao chegar na recepção, cumprimento algumas pessoas. Passo por Marie, que se levanta e me abraça. 

__Bom dia, loirinho

__Bom dia, Marie

Sigo para a minha sala, ligo o meu computador e começo o meu trabalho. Digito uns documentos importantes para Victória poder assinar, reviso linha por linha, corrijo erros ortográficos e, por fim, imprimo. Coloco em uma pasta e vou até a sala de Victória. Respiro fundo e, com as mãos suando, bato na porta. Victória responde com um entre.

__Bom dia, Victória.- cumprimento.

__Bom dia, Henry

__Eu organizei o documento que você pediu. Já está pronto para você assinar.

__Ótimo.- diz Victória.

 Quando entrego a pasta, nossos dedos se esbarram acidentalmente, enviando uma corrente elétrica por todo o meu corpo. Victória olha para mim ofegante e vejo um brilho em seu olhar que faz minha pulsação soar nos ouvidos. Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Victória é a primeira a quebrar o contato, assina o documento e me entrega. Peço licença e levo o documento para o setor correspondente.

O almoço com o cliente no restaurante italiano era uma rotina para mim e Victoria em casos como esse. O cliente queria encomendar um anel exclusivo, e minha chefe gostava de desenhar em tempo real, demonstrando para o cliente para que ele pudesse escolher os detalhes e expressar como gostaria que fosse.

Chegamos antes do cliente e começamos a conversar sobre nossos gostos e hobbies. Victoria me pegou de surpresa ao dizer que gosta de fazer acampamento e pescaria. Contei que também gosto, que meu pai e eu costumávamos fazer juntos quando eu era mais novo, e que sinto muita falta dele. 

Victoria também se abriu e me contou sobre a perda dos pais ainda jovem, em um acidente de carro. Deve ter sido muito difícil para ela perder ambos. O cliente chegou e começamos a almoçar e conversar. Com seu bloco de desenho, Victoria começou a criar a joia, impressionando muito o cliente, que a elogiou muito pelo seu bom trabalho.

De volta à empresa, cada um foi para sua sala. Continuei revisando a lista de clientes que receberam suas encomendas e os que ainda não.

Levei a lista até a sala de Victória e discutimos sobre o trabalho. Anotei as pendências e as organizei por datas. Acabei me sentando ao lado de Victória para facilitar nosso trabalho e análise. Victória me mostrou o protótipo do anel em seu notebook, e o anel estava ficando impecável. Victória tinha um talento sem igual, e por isso está onde está.Chegou um momento em que ficamos próximos demais sem perceber. Foi quando nossos rostos ficaram muito próximos, e eu senti sua respiração perto da minha. Nos olhamos e, involuntariamente, olhei para sua boca, e ela fez o mesmo. Sem resistir, me aproximei mais.

A CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora