Capítulo 20

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Victória Parker


Cá estava eu na casa de Camila e William. Já se fazia dois meses que a pequena Lily nasceu. Era uma bebê muito linda e cheirosa. Eu saía algumas vezes mais cedo da empresa para ajudar meus amigos. É claro que eles contavam com a ajuda de funcionários e de seus pais. Mas sempre que dava, eu ajudava a cuidar da minha sobrinha. A vida de pais que trabalham fora e cuidam de um filho não é fácil.

Hoje, fiquei com a bebê para os papais poderem sair um pouco e terem um programa de casal. Camila me agradeceu muito, mas não precisava, pois ela sabe que pode contar comigo para o que precisar, e sei que ela faria o mesmo por mim. Minha pequena Sofia estava com um pouco de ciúmes, por isso combinei de passar um tempo com ela amanhã. Deixei claro a ela que a amo muito e que todo mundo cabe no meu coração.

Estava com Lily no colo quando senti um cheiro nada agradável.

— Vamos trocar a sua fralda, mocinha — digo, sorrindo.

Fui até o quarto da pequena, deitei-a no trocador, retirei a fralda e lá estava a surpresa.

— Tão pequena e já faz estrago— comentei, rindo sozinha. Descartei a fralda na lixeira, fiz a higiene da Lily, limpando-a detalhadamente, e coloquei uma nova fralda.

Enquanto terminava de trocar Lily, comecei a pensar em como minha vida mudou nos últimos meses. De uma CEO focada exclusivamente no trabalho, tornei-me alguém que encontra alegria nas pequenas coisas, como cuidar de uma bebê ou passar tempo com uma criança cheia de vida como Sofia. O amor que sinto por Henry e Sofia também transformou a maneira como vejo o mundo.

Com Lily limpa e feliz, sentei-me na poltrona do quarto, embalando-a em meus braços até que seus olhos começaram a fechar. Uma sensação de paz tomou conta de mim. Essas pequenas pausas no meio do caos do dia a dia me lembram do que realmente importa: amor, família e momentos compartilhados.

Troquei mensagens com Henry e prometi que amanhã estaria com ele e Sofia.

Camila e William chegaram felizes e apaixonados. Os olhos de ambos brilhavam. Camila se aproximou de mim, me agradecendo.

— Obrigada mesmo, amiga. Precisávamos disso, um momento de casal. Me sinto renovada— disse Camila.

— É verdade, a noite foi incrível— acrescentou William.

— Não precisa agradecer, faço de coração— respondi.

— Bom, já que chegaram, eu já vou— concluí, começando a me despedir.

— Dorme aqui hoje, já é tarde— sugeriu William, e Camila concordou. Mas optei por ir para casa. Nada melhor do que a nossa cama.

No caminho para casa, senti um carro me seguir. Pensei que talvez estivesse apenas fazendo o mesmo trajeto, mas estava completamente errada. O carro começou a me fechar, fazendo-me andar de um lado para o outro. Meu coração começou a acelerar; justo no dia em que resolvi sair sozinha, isso acontece. Resolvi acionar Kevin, que prontamente disse que já estava a caminho.

O carro começou a bater na minha traseira, e fiquei sem saída. Acabei ficando na contramão e, tentando desviar de um caminhão, capotei o carro diversas vezes. Só me lembro de bater a cabeça e tudo ficar escuro.


Henry Ferrari


Estava em casa, preocupado com a demora de Victória em me avisar que chegou bem, quando meu telefone tocou. Era Kevin, a voz dele estava urgente e desesperada.

— Henry, houve um acidente. Victória capotou o carro. Estou a caminho do local— disse ele.

Meu coração disparou, a ansiedade tomou conta de mim. Sem perder tempo, peguei minhas chaves e corri para o carro, dirigindo o mais rápido que pude para o local do acidente.

Quando cheguei, vi as luzes das ambulâncias e os policiais. Meu estômago revirou ao ver o carro de Victória destruído. Corri até os paramédicos que estavam tirando Victória do carro. Ela estava inconsciente, com sangue escorrendo de sua testa.

— Ela vai ficar bem?— perguntei desesperado.

— Vamos levá-la ao hospital agora, senhor— respondeu um dos paramédicos. — Ela precisa de cuidados médicos imediatos.

Segui a ambulância até o hospital, meu coração em pedaços. No hospital, me disseram que Victória estava sendo levada para cirurgia. Liguei para Camila e William, informando-os sobre o ocorrido. Camila chorou ao telefone, e William prometeu que estariam a caminho.

As horas seguintes foram um borrão de ansiedade e medo. Sentado na sala de espera, com a cabeça nas mãos, só conseguia pensar em Victória. Ela tinha que ficar bem. Não podia perdê-la.

Finalmente, um médico apareceu, me chamando. Levantei-me rapidamente, meu coração batendo forte.

— Ela está fora de perigo por enquanto— disse o médico. — Mas ainda está inconsciente. Precisamos monitorá-la de perto nas próximas 24 horas.

Agradeci ao médico, sentindo uma onda de alívio misturada com preocupação. Fui permitido vê-la na UTI. Ao entrar, vi Victória deitada, ligada a vários aparelhos. Me aproximei, segurando sua mão.

— Estou aqui, Vic. Vai ficar tudo bem— murmurei, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

As próximas horas seriam cruciais, mas eu não sairia do lado dela. Victória era forte, e eu acreditava que ela conseguiria superar isso.

A CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora