Capítulo 26

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Na manhã seguinte, William apareceu cedo para buscar Camila e a pequena Lily. Graças a Deus, eles haviam feito as pazes, e Camila ainda estava radiante com o buquê de flores que recebera. Tudo parecia estar no lugar novamente.Mas, no meio da semana, aquele temido dia finalmente chegou. O céu estava nublado, refletindo perfeitamente meu estado de espírito. Era como se o mundo ao meu redor tivesse se ajustado à tristeza que me consumia por dentro.Aquele dia do ano era sempre o mais difícil para mim. Ele trazia à tona lembranças de uma dor tão profunda que parecia impossível de apagar. A ferida ainda estava ali, cicatrizada, mas nunca totalmente curada. Era uma daquelas dores que se aprende a conviver, mas que nunca se esquece.

Eu tentei seguir em frente, tentei construir uma vida tranquila e encontrar felicidade nas pequenas coisas. Mas, quando esse dia chegava, todos os esforços pareciam em vão. Os pensamentos insistiam em me puxar para o passado, para aquele momento que mudou tudo.

Como controlar os pensamentos? Como apagar uma dor que se tornou parte de quem eu sou? A verdade é que, por mais que tentasse, não havia como fugir dessa sombra. Eu só podia aprender a viver com ela, a abraçá-la de alguma forma, e encontrar força nas lembranças boas que também existiam.


Eu sabia que não conseguiria trabalhar naquele dia. O peso das lembranças e a dor que me assombrava eram simplesmente fortes demais. Eu precisava de um tempo para mim, um espaço para processar tudo o que sentia sem interrupções. Decidi, então, dar folga aos funcionários da casa. Avisei Margareth e os demais que poderiam tirar o dia para si, descansar, e voltar no dia seguinte. Ficar sozinha era essencial para mim naquele momento. Os únicos que permaneceram foram os seguranças, pois eram indispensáveis, especialmente considerando tudo o que tinha acontecido nos últimos meses. Apesar do meu desejo de solidão, eu sabia que precisava manter um certo nível de proteção.Com a casa em silêncio, um vazio preenchia cada canto. Sentei-me na sala, onde a luz suave atravessava as cortinas, lançando sombras delicadas pelo chão. Eu me sentia segura, mas ao mesmo tempo vulnerável, como se o silêncio trouxesse à tona todas as emoções que eu tentava reprimir.


Voltei ao meu quarto, o coração pesado, sabendo exatamente onde minhas memórias mais dolorosas estavam guardadas. Entrei no closet, o espaço que sempre me trazia conforto, mas que agora parecia apertado e sufocante. Abri a porta de onde guardava uma caixa que eu mantinha há tantos anos, longe dos olhos curiosos, mas sempre tão próxima do meu coração.

Com as mãos trêmulas, retirei da caixa o minúsculo sapatinho de bebê, ainda com o cheiro suave de amaciante. Era um cheiro que me trazia tanto conforto quanto dor. Segurei o sapatinho contra o peito, como se ele fosse meu bote salva-vidas em um mar turbulento de emoções.

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