Capítulo 17

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Henry Ferrari


Victória saiu correndo, e instantaneamente, sem pensar, a segui. Mas ela foi rápida demais. Entrou no seu carro e acelerou, deixando-me para trás. Fiquei parado, vendo seu carro desaparecer na distância, e um vazio muito grande tomou conta de mim.

Eu tinha plena noção do que tinha acontecido. Victória era uma pessoa muito desconfiada e séria, e conseguir abrir seu coração não era tarefa fácil. Quando finalmente tive a oportunidade de conquistá-la, Sabrina apareceu como um balde de água fria, atrapalhando o nosso romance.

Enquanto ficava ali, tentando processar tudo, senti uma onda de frustração e arrependimento. Sabrina se aproximou e me beijou, e eu, estúpido, demorei um segundo a mais para afastá-la. E naquele segundo, tudo desmoronou. Victória viu e, com razão, interpretou tudo errado. Eu queria correr atrás dela, explicar tudo, mas sabia que ela precisava de espaço.

O que eu não conseguia entender era como Sabrina podia ser tão insensível. Sempre a tratei como amiga, deixei claro que não havia nada além disso. E mesmo assim, ela escolheu aquele momento, quando estava esperando por Victória, para fazer aquilo.

Passei a mão pelo cabelo, frustrado. Voltei para a festa, tentando agir normalmente, mas meu coração estava em pedaços. Eu precisava resolver isso, precisava falar com Victória e esclarecer tudo. Mas como?

A festa continuou, mas eu não conseguia mais me divertir. Minha mãe, percebeu a minha tensão e perguntou o que havia acontecido. Expliquei tudo, e ela, com sua sabedoria maternal, me aconselhou a dar um tempo para Victória, mas não desistir.

—Se você realmente gosta dela, Henry, precisa lutar. Mas também precisa entender que ela pode estar muito magoada agora. Dê-lhe um pouco de espaço, depois procure-a e explique tudo.

(...)

Aguardei do lado de fora da casa de Victória por algum tempo, tentando manter a calma. A cena de Sabrina me beijando na festa ainda estava fresca na minha mente, e eu sabia que tinha que esclarecer tudo com Victória. Quando finalmente vi o carro dela chegando, meu coração acelerou.

Ela saiu do carro e, ao vê-la, notei imediatamente que seus olhos estavam vermelhos e inchados de choro. A imagem de Victória, sempre tão forte e inabalável, agora tão frágil, fez meu coração se apertar. Me senti um verdadeiro crápula por ser a causa de sua dor.

Victória se aproximou lentamente, e eu pude ver a dor estampada em seu rosto. Parecia tão diferente da CEO confiante que eu conhecia. A dor dela me atingiu como um soco no estômago, e naquele momento, eu soube que tinha que fazer qualquer coisa para consertar as coisas entre nós.

Após nossa conversa, comecei a sentir um alívio no coração. Victória estava disposta a tentar, e isso me encheu de esperança.

 No dia seguinte...

Logo de manhã, encontrei Marie na copa, preparando seu café. Ela me deu um sorriso amigável, mas percebi uma expressão de curiosidade em seu rosto.

—Henry, você tem um minuto?— perguntou ela, gesticulando para que eu me sentasse ao seu lado.

—Claro, Marie. O que houve?

Ela tomou um gole de café antes de falar. 

—Olha, eu sempre achei a Sabrina meio... como posso dizer... atirada e entrona. Não me surpreende o que aconteceu na festa. Só queria te avisar, porque eu vi como você ficou depois.

Suspirei, passando a mão pelo cabelo. 

—É, foi uma situação complicada. Mas não esperava que ela fizesse algo assim, especialmente naquele momento. Ainda bem que consegui consertar as coisas com Victória.

A CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora