Capítulo 15

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Sofia Ferrari


Não conheci minha mamãe. Meu papai me disse que ela ficou doente e virou uma estrelinha. Todos os papais das minhas amigas têm namoradas e elas têm mamães. Eu também quero uma mamãe para brincar comigo e pentear meus cabelos.

Eu conheci a titia Victória, ela é muito bonita, parece com a atriz do filme: A Princesa e a Plebeia e tem cara de mamãe. É perfeita para ser namorada do meu papai. Só que ele sempre foge do assunto, falando que ela nunca olharia para ele. Isso é mentira, meu papai é bonito, e eu vi como ela olhou para ele. Minha vovó e meu papai me falaram que vão fazer minha festa de 4 anos no próximo sábado. Eu convidei todas as minhas amigas da escolinha, vai ser muito divertido. Então, tive uma ideia: vou chamar a titia para minha festa. Entro no quarto do meu papai, pego seu celular e digito a senha. Ele acha que eu não sei, mas a senha é muito fácil, é meu nome, Sophia. Ligo para a Victória e a convido para o meu aniversário. Ela aceita, me deixando feliz.

Desligo o celular e volto para meu quarto, agora é só esperar o dia da minha festa logo, logo vou ter uma mamãe pra mim.


Henry Ferrari


A situação na empresa está meio confusa, para ser mais preciso, minha relação com Victória está balançada. Já não conversamos como antes. Desde o nosso beijo, nos afastamos. Mas, o que eu esperava? Uma mulher tão linda, inteligente e influente, o que ela iria querer com um simples assistente? Ela é muita areia para o meu caminhãozinho. Mas não consegui resistir e a beijei. Há tanto tempo que não sinto o que estou sentindo por Victória. Depois de anos, ela fez meu coração disparar e me sentir vivo novamente.

E, claro, houve aquele dia do café. A forma como ela ficou irritada, tratando-me somente como um funcionário, me fez perceber que estava sonhando alto demais. Eu deveria saber o meu lugar. É difícil, no entanto, ignorar o que sinto por ela. Cada encontro, cada olhar trocado, parece que há algo mais, mas talvez seja apenas minha imaginação me pregando peças.


Victória me comprou um café com donuts. Fiquei um pouco balançado com seu gesto. Ela não me disse nada, mas parecia ser uma forma de se desculpar. Naquele dia, eu já tinha tomado café e, como Sabrina estava presente na minha sala, por educação acabei oferecendo. Ela aceitou e me agradeceu. Mas, de acordo com Marie, eu fiz errado. Ela disse que estou dando muita liberdade a Sabrina. Não acho que seja o caso. Sabrina e eu somos apenas bons amigos. Nunca a vi com outros olhos, e nunca dei a entender outra coisa. Sempre a respeitei, e também acho que Sabrina me vê apenas como amigo.

Entretanto, depois que Marie falou, comecei a pensar sobre as aparências. Talvez Victória tenha entendido tudo errado. O que era para ser um gesto simples e educado acabou complicando ainda mais as coisas entre nós. A verdade é que, por mais que eu tente seguir em frente e manter as coisas estritamente profissionais, meus sentimentos por Victória só crescem.

Ainda assim, preciso manter a cabeça no lugar. O aniversário da Sofia está chegando, e quero que tudo seja perfeito para ela. Vou me concentrar nisso e tentar esquecer essa confusão emocional que estou vivendo. Quem sabe, com o tempo, as coisas se ajeitam.


Até a minha pequena Sofia adora a Victória. Às vezes, quando minha mãe tem algum compromisso, levo Sofia para a empresa. Victória nunca reclamou; pelo contrário, sempre tratou minha filha muito bem. E eu nem sei mais quem é a criança naquelas situações, se é Victória ou Sofia. Quando está com Sofia, Victória parece mais leve, seus olhos chegam a brilhar.

A CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora