ao poeta II

54 3 0
                                    

a vida do poeta é uma montanha russa,
por isso ele tem tantos poemas,
que deixa bagunçados pelo quarto.
poemas que ele nunca arruma,
nunca organiza,
por que sua mente está em um conflito tão grande consigo mesma
que o poeta não consegue se mexer.

o poeta pode ser triste,
mas o poeta também é feliz.
ele considera sua vida neutra,
ou talvez essa seja a forma de dizer que ele não sente nada.

e sim,
o poeta deveria se preocupar com isso.
mas a vida dele é só a arte,
e ele não se preocupa com mais nada
que não seja sua própria
e alheia arte.

o poeta só quer escrever,
e aprimorar seus desenhos.

o poeta só quer viver,
voltar a sentir algo.

o poeta só quer socializar,
mas nunca consegue por medo.

o poeta só quer saber de arte,
mas ninguém além dele quer isso.

o poeta já morreu,
já, há muito tempo.
mas ele tenta se manter vivo em arte,
quer fazer algo tão memorável que todos lembrariam dele.

mas o poeta já está perdendo as esperanças,
ele sabe que talvez não aconteça,
e que ele será esquecido,
ou, talvez, lembrado
como aquela pessoa que tinha medo de demonstrar
os próprios ideais
tinha medo de mostrar a própria arte.

arte, aquela, que o manteve vivo.

cartaOnde histórias criam vida. Descubra agora