sob aquele gramado em que estávamos
(não eu, e não você)
eu sentia o rosto queimar e corar
era do sol ou era meu coração?
afinal, quem disse não foi eu
e não foi você
não dissemos nada
não fizemos nada
e mesmo assim
o rosto corava sob o sol
e me escurecia a visão
cega da felicidade e da paixão
que sempre me atingem
quando se trata de alguém
(não eu, mas você)escrevo sorrindo sobre tudo em você
e minha cabeça cai para trás
e meu sorriso sobe até o teto
e essas são as coisas que me acontecem
quando seus olhos sobem até mim
e até o chão
e eu me sinto encostando no teto
de tão alto que bate meu coraçãofalam de nós como se estivéssemos juntos
como se meus sonhos fossem despertos
e ele ficou feliz por nós
e eu fiquei feliz por saber
mas morro de medo de não querer
o mesmo que eu quero com vocêmas quando os olhinhos se apertam
dando lugar ao sorriso
que enche o rosto de luz
(e todo o mundo de luz)
me dói o peito de pensar
que esse sorriso que ilumina o mundo
não é meu ainda
(isso se um dia será)
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carta
Poetrycartas que escrevi mas não quis enviar porque não teria coragem de as explicar